Vigilância epidemiológica da doença de Chagas em municípios pertencentes à Gerência Regional de Saúde de Diamantina

• Autor(a) principal: Dias, João Victor Leite
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34534
• topic: Doença de Chagas; Vigilância Epidemiológica; Triatominae; Doença de Chagas; Vigilância Epidemiológica; Triatominae

A doença de Chagas (DCh) constitui uma endemia com ampla distribuição entre os países latino-americanos, inclusive o Brasil. Após a eliminação das populações domiciliares de Triatoma infestans, o Programa de Controle da Doença de Chagas (PCDCh) depara com a manutenção da vigilância sobre outras espécies de triatomíneos como um grande desafio. Desde 1999 as atividades do PCDCh, outrora federais, foram descentralizadas, cabendo atualmente aos municípios a execução das atividades de Vigilância Epidemiológica (VE). A região de estudo compreende principalmente o Vale do Jequitinhonha, região do estado de Minas Gerais na qual a DCh possui importância histórica devido às altas prevalências observadas em vários de seus municípios. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar o sistema de VE da doença de Chagas em 34 municípios pertencentes à Gerência Regional de Saúde (GRS) de Diamantina, em seu contexto atual, bem como mapear e descrever a distribuição de triatomíneos capturados na região em diferentes fases do controle da DCh. Para tanto foram analisados dados de capturas de triatomíneos da GRS Diamantina e dados da antiga Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Foram também aplicados questionários junto aos agentes do PCDCh de cada município. Foram capturados triatomíneos de dez espécies entre 2001 e 2008, sendo Triatoma sordida, Panstrongylus megistus e Triatoma vitticeps as mais representativas. A maioria dos insetos foi encontrada no ambiente peridomiciliar (57,3%), sendo o galinheiro o ecótopo mais infestado. Os insetos apresentaram positividade geral para tripanossomatídeos de 2,3%. Ao longo dos anos de PCDCh na região observou-se queda no número de insetos capturados na maioria dos municípios, entretanto várias espécies encontram-se atualmente mais dispersas do que no início do controle. T. infestans foi eliminado da região. As principais carências relatadas pelos agentes do PCDCh na região foram a indisponibilidade de meios de transporte e manutenção dos veículos, e a falta de recursos humanos. Para aprimoramento da VE foram as principais sugestões: a melhoria da capacitação de agentes, maior disponibilidade e manutenção dos meios de transporte e maior apoio das instâncias municipal, estadual e federal. Diante do exposto, conclui-se necessária consolidação e manutenção da VE nos municípios da região.