‘Transver o mundo’: o Dia Nacional da Visibilidade Trans pela ótica de pessoas, campanhas e notícias

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leite, Tatiana Clébicar
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55984
Resumo: Os estudos de gênero vêm sendo desenvolvidos desde meados do século XX em campos diversos como as Ciências Sociais, as Ciências da Saúde, a Filosofia e o Direito. Embora já estivessem presentes na Comunicação, sua consolidação nesse campo é mais recente. Esta tese, desenvolvida no campo interdisciplinar da Informação e Comunicação em Saúde, interessa-se pelos regimes de visibilidade que envolvem a questão trans, que abarca vivências de pessoas não contempladas pelo binarismo homem/mulher e que adotam identidades de gênero que incluem designações como transgêneros, transexuais, mulheres trans, homens trans, travestis e pessoas não-binárias. Estão em foco as tensões que constroem sentidos sociais e dão a ver ou não pessoas e grupos, seus corpos, suas demandas e seus afetos. Tomando visibilidade como categoria teórico-metodológica, analítica e social, buscamos entender sua relação com a construção social dos sentidos, assumindo o entendimento de que diferentes atores, em diferentes instâncias, concorrem nessa produção que se altera segundo múltiplos contextos, a saber: político, biomédico, jurídico, artístico e midiático. O objetivo geral é compreender como vêm sendo construídas as formas de visibilidade de identidades trans no Brasil, a partir de seu reconhecimento formal em 2004, com a instituição do Dia Nacional da Visibilidade Trans, quando um grupo de travestis visitou o Congresso Nacional para promover a campanha “Travesti e respeito”. De forma específica, procuramos caracterizar e qualificar a produção discursiva sobre as pessoas trans em espaços hegemônicos de visibilidade, observando com especial atenção as formas de nomeação, os corpos, as demandas e os afetos mostrados; compreender como se veem e veem o olhar sobre si; e compreender como realizam práticas comunicativas para manter ou alterar a visibilidade construída sobre si. A questão da visibilidade trans no país foi discutida considerando como pontos de observação três instâncias: Estado, jornalismo e movimentos sociais. Para tanto, o olhar se voltou para campanhas promovidas pelo Governo Federal; notícias publicadas por dois jornais de referência e os relatos de nove pessoas trans que compõem movimentos sociais ou contribuem com eles e que participaram dessas produções. A estratégia narrativa consistiu no cotejamento das discussões teóricas, das descrições das campanhas e notícias e das considerações analíticas com os relatos e as percepções das pessoas entrevistadas, preservando as marcas de oralidade e estilo pessoal. Essa opção foi a maneira encontrada para fazer jus à proposta teórico-metodológica de falar com as pessoas, que tiveram oportunidade de conhecer e discutir os resultados numa rodada de devolutivas. Acreditamos, ainda, que a opção de estruturar a tese dessa maneira evidencie sua especificidade: um esforço de comunicação tão horizontal quanto possível no qual as pessoas entrevistadas pudessem participar em diferentes etapas do processo e com suas próprias vozes. Após a análise das entrevistas, das campanhas, das notícias, sustentamos que as formas de visibilidade trans construídas desde 2004 são ainda insuficientes para um gozo pleno de cidadania por parte das populações gênero-dissidentes. Há um deslocamento da estigmatização para uma certa fetichização dessas pessoas e seus corpos. Apesar disso, contribuíram para conquistas importantes como o direito à retificação da documentação civil e a oferta do processo transexualizador pelo SUS. Argumentamos, então, que as formas de visibilidade inicialmente construídas na Saúde e reconstruídas nos campos midiático e cultural são incompletas e problemáticas, mas possíveis e, em alguma medida, agenciáveis. Elas ajudaram a humanizar vivências que já não podem mais ser vistas como abjetas
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Esta tese, desenvolvida no campo interdisciplinar da Informação e Comunicação em Saúde, interessa-se pelos regimes de visibilidade que envolvem a questão trans, que abarca vivências de pessoas não contempladas pelo binarismo homem/mulher e que adotam identidades de gênero que incluem designações como transgêneros, transexuais, mulheres trans, homens trans, travestis e pessoas não-binárias. Estão em foco as tensões que constroem sentidos sociais e dão a ver ou não pessoas e grupos, seus corpos, suas demandas e seus afetos. Tomando visibilidade como categoria teórico-metodológica, analítica e social, buscamos entender sua relação com a construção social dos sentidos, assumindo o entendimento de que diferentes atores, em diferentes instâncias, concorrem nessa produção que se altera segundo múltiplos contextos, a saber: político, biomédico, jurídico, artístico e midiático. 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Após a análise das entrevistas, das campanhas, das notícias, sustentamos que as formas de visibilidade trans construídas desde 2004 são ainda insuficientes para um gozo pleno de cidadania por parte das populações gênero-dissidentes. Há um deslocamento da estigmatização para uma certa fetichização dessas pessoas e seus corpos. Apesar disso, contribuíram para conquistas importantes como o direito à retificação da documentação civil e a oferta do processo transexualizador pelo SUS. Argumentamos, então, que as formas de visibilidade inicialmente construídas na Saúde e reconstruídas nos campos midiático e cultural são incompletas e problemáticas, mas possíveis e, em alguma medida, agenciáveis. Elas ajudaram a humanizar vivências que já não podem mais ser vistas como abjetasGender studies have been developed since the mid-twentieth century in diverse fields such as Social Sciences, Health Sciences, Philosophy and Law. Although they were already present in Communication, their consolidation in this field is more recent. This thesis, developed in the interdisciplinary field of Information and Communication in Health, is interested in the visibility regimes that involve the trans issue, which encompasses the experiences of people not covered by the man/woman binarism who adopt gender identities that include designations such as transgender, transsexuals, trans women, trans men, travestis and non-binary people. The focus is on the tensions that build social meanings and show – or not – people and groups, their bodies, their demands and their affections. Taking visibility as a theoretical-methodological, analytical and social category, we seek to understand its relationship with the social construction of meanings, assuming the understanding that different actors, in different instances, compete in this production that changes according to multiple contexts, namely: political, biomedical, legal, artistic and mediatic. The general objective is to understand how the forms of visibility of trans identities have been constructed in Brazil, starting from their formal recognition in 2004, with the institution of the National Day of Trans Visibility, when a group of travestis visited the National Congress to promote the campaign “Travesti and Respect”. Specifically, we seek to characterize and qualify the discursive production about trans people in hegemonic spaces of visibility, observing with special attention the forms of naming, the bodies, the demands and the affections shown; understand how they see themselves and how they are seen; and understand how they carry out communicative practices to maintain or change their visibility. Trans visibility was discussed considering three instances: State, journalism and social movements. To this end, the focus turned to campaigns promoted by the Federal Government; news published by two leading newspapers and the reports of nine trans people who make up social movements or contribute to them and who participated in these productions. The narrative strategy consisted of comparing theoretical discussions, descriptions of campaigns and news and analytical considerations with the reports and perceptions of the people interviewed, preserving the marks of orality and personal style. This option was the way found to do justice to the theoretical-methodological proposal of talking to people, not about people. We also believe that the option of structuring the thesis in this way highlights its specificity: a communication effort as horizontal as possible in which the people interviewed could participate in different stages of the process with their own voices. After the analysis of the interviews, the campaigns, and the news, we argue that the forms of trans visibility built since 2004 are still insufficient for gender-dissident populations to fully enjoy citizenship. Despite the shift from stigmatization to a certain fetishization of these people and their bodies,they have contributed to important achievements, such as the right to the rectification of civil documentation and the offer of the transsexualization process by Health Public System (SUS). We also argue that the forms of visibility initially built in sanitary field and reconstructed in the media and cultural fields are incomplete and problematic, but possible and, to some extent, agencyable. They have helped to humanize experiences that can no longer be seen as abjectFundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porGêneroVisibilidade transCampanhasNotíciasPessoas transGenderTrans VisibilityCampaignsTransgender PeopleNewsDireitos de GêneroJornalismoNotícias‘Transver o mundo’: o Dia Nacional da Visibilidade Trans pela ótica de pessoas, campanhas e notíciasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2022Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em SaúdeFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúdeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/55984/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALtatiana_leite_icict_dout_2022.pdfapplication/pdf4098855https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/55984/2/tatiana_leite_icict_dout_2022.pdf092746ed9c9160de3eb49e2a0d1d4b40MD52icict/559842022-12-15 15:40:51.883oai:www.arca.fiocruz.br:icict/55984Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352022-12-15T18:40:51Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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