Filho, qual é a sua raça?: Racismo institucional através do cadastro nacional de adoção
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37675 |
Resumo: | A dissertação analisa o critério raça/cor adotado no Cadastro Nacional de Adoção, partindo da hipótese de que o Conselho Nacional de Justiça pratica racismo institucional, quando autoriza que os habilitados à adoção escolham crianças com base nesse perfil, que acaba por diminuir as oportunidades de as crianças negras (pretas e pardas) serem adotadas, comparativamente com as brancas. No plano teórico, foi realizada uma revisão bibliográfica integrativa a fim de encontrar as origens dos sentimentos pela criança, de seus direitos e do instituto da adoção, buscando-se também compreender o verdadeiro papel do Estado com as crianças que crescem sem o direito à convivência familiar. Para tanto, realizou-se uma análise dos símbolos raça, cor e etnia, contextualizando-os a partir dos pontos de vista científico, cultural e sociológico, com as inexoráveis consequências de sua utilização, tais como: preconceito racial, discriminação racial e racismo, especialmente o institucional. O início da pesquisa consistiu no levantamento dos dados secundários do Cadastro Nacional de Adoção, relacionando as preferências dos habilitados com a raça/cor das crianças cadastradas no Brasil, na região Sudeste, no estado do Rio de Janeiro e na 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa de campo foi realizada com a análise de 736 fichas de inscrição dos habilitados desse Juízo, a fim de saber o perfil raça/cor dos próprios pretendentes e duas motivações específicas para a adoção: existência de filhos e adoção conjunta (casal ou união estável). Confirmou-se a hipótese: o Conselho Nacional de Justiça pratica racismo institucional através do Cadastro Nacional de Adoção. Assim, propôs-se a exclusão do critério raça/cor do Cadastro Nacional de Adoção, seja através de ato normativo do próprio Conselho Nacional de Justiça, seja por vedação legal pelo Poder Legislativo. Destacou-se, também, a importância de um aprimoramento da preparação dos interessados em adotar, especialmente para as adoções inter-raciais, e a realização de acompanhamentos pósadoção. Complementando, recomendou-se a inclusão, nos currículos escolares, dos temas “adoção inter-racial e famílias multirraciais” para debate com as crianças, a fim de livrar as futuras gerações dos preconceitos que ainda imperam na sociedade brasileira. |
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Espínola, Sandro PitthanOliveira, Maria Helena Barros deVianna, Marcos Besserman2019-12-06T15:34:15Z2019-12-06T15:34:15Z2019ESPíNOLA, Sandro Pitthan. Filho, qual é a sua raça?: Racismo institucional através do cadastro nacional de adoção. 2019. 177 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37675A dissertação analisa o critério raça/cor adotado no Cadastro Nacional de Adoção, partindo da hipótese de que o Conselho Nacional de Justiça pratica racismo institucional, quando autoriza que os habilitados à adoção escolham crianças com base nesse perfil, que acaba por diminuir as oportunidades de as crianças negras (pretas e pardas) serem adotadas, comparativamente com as brancas. No plano teórico, foi realizada uma revisão bibliográfica integrativa a fim de encontrar as origens dos sentimentos pela criança, de seus direitos e do instituto da adoção, buscando-se também compreender o verdadeiro papel do Estado com as crianças que crescem sem o direito à convivência familiar. Para tanto, realizou-se uma análise dos símbolos raça, cor e etnia, contextualizando-os a partir dos pontos de vista científico, cultural e sociológico, com as inexoráveis consequências de sua utilização, tais como: preconceito racial, discriminação racial e racismo, especialmente o institucional. O início da pesquisa consistiu no levantamento dos dados secundários do Cadastro Nacional de Adoção, relacionando as preferências dos habilitados com a raça/cor das crianças cadastradas no Brasil, na região Sudeste, no estado do Rio de Janeiro e na 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Estado do Rio de Janeiro. 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Complementando, recomendou-se a inclusão, nos currículos escolares, dos temas “adoção inter-racial e famílias multirraciais” para debate com as crianças, a fim de livrar as futuras gerações dos preconceitos que ainda imperam na sociedade brasileira.The dissertation analyzes the race / color criterion adopted in the National Adoption Register, based on the hypothesis that the National Council of Justice practices institutional racism when it authorizes those entitled to adoption to choose children based on this characteristic, which ultimately diminishes the opportunities of children (black and brown) are adopted, compared to white. At the theoretical level, an integrative bibliographical review was carried out in order to find the origins of the feelings for the child, their rights and the institute of adoption, in order to understand the true role of the State for children who grow up without the right to Family living. In order to do so, an analysis of the symbols race, color and ethnicity was carried out, contextualizing them from the scientific, historical, cultural and sociological point of view, with the inexorable consequences of their use, such as racial prejudice, racial discrimination and racism, especially the institutional one. The beginning of the research consisted of the survey of the secondary data of the National Registry of Adoption, relating to the preferences of those qualified with the race / color of the children registered in Brazil, the Southeast region, the state of Rio de Janeiro and the 1st Childhood Court, Youth and the State of Rio de Janeiro. The field survey was carried out with the analysis of 736 enrollment forms for the judges, in order to know the race / color profile of the suitors themselves and two specific motivations for adoption – children's existence and joint adoption (couple or stable union). The hypothesis was confirmed – the National Council of Justice practices institutional racism through the National Registry of Adoption. Thus, it was proposed to exclude the race / color criterion from the National Register of Adoption, either through a normative act of the National Council of Justice itself or by a legal seal by the Legislative branch. It was also highlighted the importance of improving the preparation of those interested in adopting, especially for interracial adoptions, and carrying out postadoption follow-ups. In addition, it was recommended to include in the school curricula the themes of "interracial adoption and multiracial families" for discussion with children, in order to rid future generations of the prejudices that still prevail in Brazilian societyFundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, BrasilporPreconceito racialRacismo institucionalAdoção inter-racialFamílias multirraciaisRacial prejudiceInstitutional racismoInterracial adoptionMultiracial familiesRacismoAdoçãoPreconceitoFilho, qual é a sua raça?: Racismo institucional através do cadastro nacional de adoçãoSon, what is your race ?: Institutional racism through the national adoption registryinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2019Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Fundação Oswaldo CruzFundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaMestrado ProfissionalRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37675/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Sandro_Pitthan_ENSP_2019application/pdf5702094https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37675/2/ve_Sandro_Pitthan_ENSP_201925f4ebf4eb6825d05650ade93a28cb47MD52TEXTve_Sandro_Pitthan_ENSP_2019.txtve_Sandro_Pitthan_ENSP_2019.txtExtracted texttext/plain325858https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37675/3/ve_Sandro_Pitthan_ENSP_2019.txt9b6288b81f66aaede997b0880ed3223eMD53icict/376752021-02-08 21:06:43.021oai:www.arca.fiocruz.br:icict/37675Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-02-09T00:06:43Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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