Uma narrativa sobre práticas de cuidado em saúde mental: memória e construção de casos como base para uma análise psicossocial
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26997 |
Resumo: | Para analisar as práticas de cuidado em um serviço público de saúde mental com perfil assistencial distinto do estabelecido pela regulamentação da Rede de Atenção Psicossocial, esta pesquisa teve como base a construção e a narrativa de três casos clínicos que possuem demandas, organização de equipe e atuações na rede distintas. Tendo a subjetividade como estruturante deste objeto de pesquisa, realizou-se uma aposta metodológica que teceu diálogos entre aportes teóricos da psicanálise aplicada e da psicossociologia de base psicanalítica. Os principais resultados são cinco elementos emergentes de análise: processos grupais e intersubjetivos; vínculo e reconhecimento; crise e sofrimentos nas instituições; criatividade; e integralidade. Constatou-se que o cenário político, a grande precarização da rede e a ausência de espaços no serviço para o diálogo intra equipe interferiram diretamente na possibilidade de construção de zonas de confiança, produzindo posições mais fechadas ao diálogo e à mudança, tornando-se um obstáculo à construção de um trabalho coletivo, apesar das tentativas da equipe. O vínculo e o reconhecimento, mesmo atravessados pela fragilidade grupal surgiram como uma forte aposta destas práticas. A possibilidade de diálogo com os usuários fortaleceu uma maior união dos profissionais para um trabalho mais engajado às proposições do Fórum de Trabalhadores da Saúde Mental existente à época, espaço este que, constatou-se, ocupou um lugar de cuidado para profissionais e usuários, garantiu-lhes uma maior sensação de pertencimento à rede, produziu ações significativas no combate à precarização e trouxe possibilidade de ações criativas. O vínculo apareceu não restrito às relações de cuidado / terapêuticas de uma equipe / profissional com o usuário e como fruto destas outras interferências existentes naquele território e momento. A criatividade e a integralidade, pelo prisma do serviço, sofreram grande impacto deste cenário, não encontrando respaldo suficiente nos espaços de supervisão clínico-institucional para a dissolução dos conflitos internos. A possibilidade de coexistência deste serviço com a rede esteve ameaçada por sua ausência na portaria nº 3088/2011, fator que, apesar de polêmico e importante, não conseguiu ser trabalhado em profundidade pela equipe, somando-se aos aspectos produtores de instabilidade. Forças destrutivas se manifestaram de forma contundente através da violência da substituição em massa dos trabalhadores, da asfixia da rede pela falta de insumos / recursos gerais e pela dificuldade de parte dos trabalhadores criar um lugar novo para si mesmo. Apesar do cenário, a singularidade do serviço permitiu a produção de práticas cuidadoras cuja pertinência de manutenção na rede deve ser melhor avaliada. |
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Araújo, Joyce BritoSá, Marilene de Castilho2018-06-20T14:12:43Z2018-06-20T14:12:43Z2018ARAÚJO, Joyce Brito. Uma narrativa sobre práticas de cuidado em saúde mental: memória e construção de casos como base para uma análise psicossocial. 2018. 134 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26997Para analisar as práticas de cuidado em um serviço público de saúde mental com perfil assistencial distinto do estabelecido pela regulamentação da Rede de Atenção Psicossocial, esta pesquisa teve como base a construção e a narrativa de três casos clínicos que possuem demandas, organização de equipe e atuações na rede distintas. Tendo a subjetividade como estruturante deste objeto de pesquisa, realizou-se uma aposta metodológica que teceu diálogos entre aportes teóricos da psicanálise aplicada e da psicossociologia de base psicanalítica. Os principais resultados são cinco elementos emergentes de análise: processos grupais e intersubjetivos; vínculo e reconhecimento; crise e sofrimentos nas instituições; criatividade; e integralidade. Constatou-se que o cenário político, a grande precarização da rede e a ausência de espaços no serviço para o diálogo intra equipe interferiram diretamente na possibilidade de construção de zonas de confiança, produzindo posições mais fechadas ao diálogo e à mudança, tornando-se um obstáculo à construção de um trabalho coletivo, apesar das tentativas da equipe. O vínculo e o reconhecimento, mesmo atravessados pela fragilidade grupal surgiram como uma forte aposta destas práticas. A possibilidade de diálogo com os usuários fortaleceu uma maior união dos profissionais para um trabalho mais engajado às proposições do Fórum de Trabalhadores da Saúde Mental existente à época, espaço este que, constatou-se, ocupou um lugar de cuidado para profissionais e usuários, garantiu-lhes uma maior sensação de pertencimento à rede, produziu ações significativas no combate à precarização e trouxe possibilidade de ações criativas. O vínculo apareceu não restrito às relações de cuidado / terapêuticas de uma equipe / profissional com o usuário e como fruto destas outras interferências existentes naquele território e momento. A criatividade e a integralidade, pelo prisma do serviço, sofreram grande impacto deste cenário, não encontrando respaldo suficiente nos espaços de supervisão clínico-institucional para a dissolução dos conflitos internos. A possibilidade de coexistência deste serviço com a rede esteve ameaçada por sua ausência na portaria nº 3088/2011, fator que, apesar de polêmico e importante, não conseguiu ser trabalhado em profundidade pela equipe, somando-se aos aspectos produtores de instabilidade. Forças destrutivas se manifestaram de forma contundente através da violência da substituição em massa dos trabalhadores, da asfixia da rede pela falta de insumos / recursos gerais e pela dificuldade de parte dos trabalhadores criar um lugar novo para si mesmo. Apesar do cenário, a singularidade do serviço permitiu a produção de práticas cuidadoras cuja pertinência de manutenção na rede deve ser melhor avaliada.To analyze the practices of care in a public mental health service with a care profile different from that established by the rules of the Psychosocial Care Network, this research was based on the construction and narrative of three clinical cases that have demands, team organization and actions network. Having subjectivity as the structuring of this object of research, a methodological approach was developed that developed dialogues between theoretical contributions of applied psychoanalysis and psychoanalytic psycho-sociology. The main results are five emerging elements of analysis: group and intersubjective processes; bonding and recognition; crisis and suffering in institutions; creativity; and completeness. It was found that the political scenario, the great precariousness of the network and the lack of spaces in the service for the intra-team dialogue interfered directly in the possibility of building trust zones, producing closer positions to dialogue and change, becoming a obstacle to the construction of a collective work, despite the team's attempts. The bond and recognition, even crossed by group fragility, emerged as a strong bet on these practices. The possibility of dialogue with the users strengthened a greater union of the professionals to a work more engaged in the proposals of the Forum of Mental Health Workers existing at the time, a space that, it was verified, occupied a place of care for professionals and users, guaranteed gave them a greater sense of belonging to the network, produced significant actions in the fight against precariousness and brought about the possibility of creative actions. The link appeared not restricted to the care / therapeutic relationships of a team / professional with the user and as a result of these other interferences existing in that territory and moment. Creativity and completeness, from the prism of the service, suffered a great impact of this scenario, not finding enough support in the spaces of clinical-institutional supervision for the dissolution of internal conflicts. The possibility of coexisting this service with the network was threatened by its absence in ordinance no. 3088/2011, a factor that, although controversial and important, could not be worked in depth by the team, adding to the instability aspects. Destructive forces have manifested themselves in a forceful way through the violence of mass substitution of workers, the asphyxiation of the network by the lack of general inputs / resources and the difficulty of workers to create a new place for themselves. Despite the scenario, the uniqueness of the service allowed the production of care practices whose pertinence of maintenance in the network should be better evaluated.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porArticulação PsicossocialPráticas de CuidadoNarrativaPsicanáliseSaúde MentalPsychosocial ArticulationNarrativeCare PracticesPsychoanalysisMental HealthSaúde MentalAssistência à SaúdePsicanáliseNarraçãoServiços de Saúde MentalUma narrativa sobre práticas de cuidado em saúde mental: memória e construção de casos como base para uma análise psicossocialA narrative about mental health care practices: memory and case construction as the basis for a psychosocial analysisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26997/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Joyce_Brito_ENSP_2018.pdfapplication/pdf1616391https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26997/2/ve_Joyce_Brito_ENSP_2018.pdf6a602c9a7b2a6ba46114caac4b7ce41dMD52TEXTjoyce_brito.pdf.txtjoyce_brito.pdf.txtExtracted texttext/plain359802https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26997/3/joyce_brito.pdf.txt57c534491365012be4608664fc4857b8MD53ve_joyce_brito_ENSP_2018.pdf.txtve_joyce_brito_ENSP_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain359802https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26997/4/ve_joyce_brito_ENSP_2018.pdf.txt57c534491365012be4608664fc4857b8MD54ve_Joyce_Brito_ENSP_2018.pdf.txtve_Joyce_Brito_ENSP_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain359802https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26997/5/ve_Joyce_Brito_ENSP_2018.pdf.txt57c534491365012be4608664fc4857b8MD55icict/269972023-01-17 14:19:14.083oai:www.arca.fiocruz.br:icict/26997Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T17:19:14Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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