Facilitação educativa em Tuberculose baseada na abordagem centrada na pessoa para adolescentes afetados pela doença

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendes, Clara Carvalho
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57877
Resumo: A tuberculose (TB) continua sendo uma das principais causas de mortalidade no mundo e os adolescentes são um grupo frequentemente negligenciado nas agendas de pesquisa e estratégias de controle da TB. Os adolescentes têm peculiaridades relativas à TB, como alta incidência da doença e de abandono do tratamento, porém não contam com uma abordagem distinta para sua idade e singularidade. Em vista disso, elaboramos um estudo qualitativo de facilitação educativa à distância, baseada no cuidado centrado na pessoa, com adolescentes de 10 a 19 anos tratados para TB ativa em dois ambulatórios de tisiologia do estado do Rio de Janeiro, visando mensurar e compreender os conhecimentos, atitudes e práticas (CAP) sobre TB, assim como a autoestima dos pacientes e o estigma associado à doença. Para tanto, organizamos encontros remotos individuais, com a aplicação de três questionários/escalas (CAP, autoestima de Rosenberg, Tuberculosis-related stigma), seguidos de uma entrevista semiestruturada e, posteriormente, foi organizado um encontro coletivo com os adolescentes. As entrevistas foram transcritas para a análise do conteúdo. Como forma de avaliação da atividade realizada, os adolescentes responderam a uma escala de empatia. Foram incluídos 15 adolescentes, sendo 60% mulheres, 80% apresentavam TB pulmonar e 53% TB-RR ou MDR. Os participantes demonstraram ter um bom conhecimento acerca da doença, porém com alguns equívocos relacionados à transmissão da TB. Foi evidenciada a forte presença de estigma, representada no medo de conversar sobre a doença e no sentimento de tristeza com a reação das pessoas e com consequente isolamento do adolescente. Observamos no geral moderada a elevada autoestima nos adolescentes, no entanto 60% deles referiram se sentirem inúteis. Identificamos que o estigma e o sofrimento psíquico foram causados principalmente pelo medo da transmissão da doença. O encontro coletivo foi destacado como oportunidade de conhecer pessoas que passaram por situações parecidas e terem recebido as respostas para as suas dúvidas. Concluímos ser necessária uma abordagem centrada no cuidado à pessoa para o adolescente com TB, incluindo atividades educativas sobre a doença, melhor treinamento dos profissionais de saúde e a criação de programas de aconselhamento por pares. Tal abordagem poderia contribuir para a redução do estigma e do sofrimento relacionados à TB, reduzindo assim o impacto negativo da TB na vida desses jovens e promovendo a adesão ao tratamento e a cura da doença
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Os adolescentes têm peculiaridades relativas à TB, como alta incidência da doença e de abandono do tratamento, porém não contam com uma abordagem distinta para sua idade e singularidade. Em vista disso, elaboramos um estudo qualitativo de facilitação educativa à distância, baseada no cuidado centrado na pessoa, com adolescentes de 10 a 19 anos tratados para TB ativa em dois ambulatórios de tisiologia do estado do Rio de Janeiro, visando mensurar e compreender os conhecimentos, atitudes e práticas (CAP) sobre TB, assim como a autoestima dos pacientes e o estigma associado à doença. Para tanto, organizamos encontros remotos individuais, com a aplicação de três questionários/escalas (CAP, autoestima de Rosenberg, Tuberculosis-related stigma), seguidos de uma entrevista semiestruturada e, posteriormente, foi organizado um encontro coletivo com os adolescentes. As entrevistas foram transcritas para a análise do conteúdo. 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Concluímos ser necessária uma abordagem centrada no cuidado à pessoa para o adolescente com TB, incluindo atividades educativas sobre a doença, melhor treinamento dos profissionais de saúde e a criação de programas de aconselhamento por pares. Tal abordagem poderia contribuir para a redução do estigma e do sofrimento relacionados à TB, reduzindo assim o impacto negativo da TB na vida desses jovens e promovendo a adesão ao tratamento e a cura da doençaTuberculosis remains one of the leading causes of mortality in the world and adolescents are a group often neglected in research agendas and tuberculosis control strategies. Adolescents have TB-related peculiarities, such as a high incidence of the disease and treatment dropout, but they do not have a distinct approach for their age and uniqueness. In view of this, we developed a qualitative study of distance education facilitation, based on person-centered care, with adolescents aged 10 to 19 years treated for active TB in two physiology outpatient clinics in the state of Rio de Janeiro, in order to measure and understand knowledge, attitudes and practices (KAP) about TB, as well as patients' self-esteem and the stigma associated with the disease. For that, we organized individual remote meetings, with the application of three questionnaires/scales (KAP, Rosenberg's self-esteem, Tuberculosis-related stigma), followed by a semi-structured interview and, later, a collective meeting was organized with the adolescents. The interviews were transcribed for content analysis. As a way of evaluating the activity performed, the adolescents answered an empathy scale. Fifteen adolescents were included, 60% of whom were women, 80% had pulmonary TB and 53% had RR-TB or MDR. Participants demonstrated good knowledge about the disease, but with some misconceptions related to TB transmission. The strong presence of stigma was evidenced, represented in the fear of talking about the disease and in the feeling of hurt with people's reaction, with consequent isolation of the patient. In general, we observed moderate to high self-esteem in adolescents with TB, however 60% of them reported feeling useless. We identified that stigma and psychological suffering were mainly caused by the fear of disease transmission. The collective meeting was highlighted as an opportunity to meet people who have gone through similar situations and have received answers to their questions. We concluded that a person-centered approach to care for adolescents with TB is necessary, including educational activities about the disease, better training of health professionals and the creation of peer counseling programs. Such an approach could contribute to reducing the stigma and suffering related to TB, thus reducing the negative impact of TB on the lives of these young people and promoting adherence to treatment and the cure of the diseaseFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porAdolescentesCuidado centrado no pacienteEstigmaAutoestimaConhecimentos, atitudes e práticasadolescentspatient-centered careStigmaself-esteemKAPAdolescenteTuberculoseAutoimagemAssistência Centrada no PacienteFacilitação educativa em Tuberculose baseada na abordagem centrada na pessoa para adolescentes afetados pela doençainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2022Instituto Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzMestrado AcadêmicoRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúdeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/57877/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALclara_mendes_ioc_mest_2022.pdfapplication/pdf1363695https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/57877/2/clara_mendes_ioc_mest_2022.pdffb2c37679beb74515a068d2c18e15b56MD52icict/578772023-04-18 20:51:06.151oai:www.arca.fiocruz.br:icict/57877Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-04-18T23:51:06Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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