Perfil de comorbidade psiquiátrica em pacientes com diagnóstico de infecção pelo HIV, HTLV e Doença de Chagas acompanhados em um ambulatório de Psiquiatria
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/11961 |
Resumo: | Doenças infecciosas crônicas podem causar ou agravar transtornos mentais em decorrência de efeitos diretos no sistema nervoso central, como resposta individual ao adoecimento, alteração da imunidade com surgimento de infecções oportunistas ou em função de efeitos colaterais do tratamento específico. O objetivo do presente estudo foi avaliar as características clínicas, sociodemográficas, o perfil de comorbidade psiquiátrica e de alterações cognitivas em pacientes ambulatoriais com diagnóstico de infecção pelo HIV, HTLV e doença de Chagas do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC) da Fundação Oswaldo Cruz. Trata-se de um estudo seccional com uma amostra consecutiva de 125 pacientes encaminhados ao ambulatório de psiquiatria no período de fevereiro a dezembro de 2010. A coleta de dados foi realizada por meio de fichas padronizadas incluindo informações sobre características sociodemográficas e clínicas e aplicação dos instrumentos Mini International Neuropsychiatric Interview- versão Plus (MINI-Plus 5.0) para diagnósticos psiquiátricos e Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para rastreio de déficit cognitivo, ambos validados para a língua portuguesa do Brasil. Foi realizada uma análise descritiva com frequências simples e medidas de dispersão de variáveis sociodemográficas e clínicas, dos diagnósticos obtidos pelo MINI-Plus e alteração cognitiva detectada pelo MEEM segundo o ponto de corte proposto pela Sociedade Brasileira de Neurologia. A associação entre as variáveis categóricas sociodemográficas / clínicas e os transtornos mentais mais prevalentes e a alteração do MEEM, foi avaliada utilizando-se os testes qui-quadrado ou exato de Fisher e teste t de Student ou Mann-Whitney para variáveis contínuas Foram estimadas as razões de chance (OR) com respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Análise de regressão logística múltipla foi realizada para identificar os fatores associados aos diagnósticos psiquiátricos mais frequentes, risco de suicídio e à doença clínica de base. O método de seleção foi o stepwise (backward) com nível de significância de 5%. A distribuição por doença clínica foi a que se segue: 74 (59,2%) pacientes com HIV/Aids, 40 (32,0%) com doença de Chagas, nove (7,2%) com infecção pelo HTLV, e dois (1,6%) com co-infecção HIV/HTLV. A maioria dos pacientes entrevistados eram mulheres (64,0%), com até oito anos de escolaridade (56,0%), com renda familiar igual ou superior a dois salários mínimos (54,4%), que residiam em domicílio próprio (68,0%) e que não estavam trabalhando no momento da entrevista (81,6%). A mediana (intervalo interquartil) de idade dos homens foi de 48 anos (41,0-52,5) e das mulheres 49 (42,0-59,0) anos. A maioria dos pacientes (96,0%) estava em uso de psicofármacos no momento da entrevista, com mediana (intervalo interquartil) de tempo de uso de 46,0 (27,0-72,0) meses, sendo os mais utilizados os benzodiazepínicos: 98 (81,7%) e os antidepressivos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS): 84 (70,0%). Observou-se uma mediana de 3 (mínimo 1-máximo 7) diagnósticos por paciente Os diagnósticos mais frequentes foram: Agorafobia: 65 (52,0%); transtorno de ansiedade generalizada: 29 (23,2%); Episódio Depressivo Maior (EDM): 56 (44,8%); risco de suicídio: 71 (56,8%); abuso/dependência de álcool: 26 (20,8%) e abuso/dependência de substâncias psicoativas: 17 (13,6%). Agorafobia estava diretamente associada ao paciente viver sozinho (OR=11,10). EDM não diferiu quanto às características clínicas, psiquiátricas e sociodemográficas. O diagnóstico de abuso/dependência de álcool e/ou substâncias psicoativas estava diretamente associado à renda familiar inferior a dois salários mínimos (OR=2,64, IC95%: 1,03-6,75), ao diagnóstico de HIV (OR=5,24, IC95%: 1,56-17,61), e ao tempo maior de tratamento psiquiátrico (OR=1,39, IC95%: 1,07-1,81). Risco de suicídio estava diretamente associado à cor não-branca (OR = 2,17, IC95%: 1,03-4,58), não estar trabalhando no momento da entrevista (OR = 2,72, IC95%: 1,01-7,34), e diagnóstico de EDM atual (OR = 3,34, IC95%: 1,54-7,44). Oitenta e oito (70,4%) pacientes apresentavam escores de MEEM indicativos de alteração da capacidade cognitiva que estavam diretamente associados ao sexo feminino (OR=2,97, IC95%: 1,34-6,57), não diferindo quanto às demais características clínicas, psiquiátricas e sociodemográficas nesta amostra. O perfil identificado é de pacientes potencialmente graves, preenchendo critérios diagnósticos para mais de um transtorno mental maior, com elevado risco de suicídio, em uso de diversos medicamentos psicotrópicos e em sua maioria sem suporte psicoterápico atual. Medidas para minimizar problemas relacionados às condições socioeconômicas desfavoráveis devem ser estimuladas considerando associação com dependência de álcool/outras drogas psicoativas e com risco de suicídio, que por sua vez podem comprometer a efetividade do tratamento clínico |
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Guimarães, Patrícia Machado QuintaesHökerberg, Yara Hahr MarquesLima, Lucia AbelhaDaumas, Regina PaivaPereira, Sandro AntonioPassos, Sônia Regina LambertAndrade, Carlos Augusto Ferreira de2015-10-16T12:52:50Z2015-10-16T12:52:50Z2011GUIMARÃES, Patrícia Machado Quintaes. Perfil de comorbidade psiquiátrica em pacientes com diagnóstico de infecção pelo HIV, HTLV e doença de Chagas acompanhados em um ambulatório de Psiquiatria. 2011. 140 f. Dissertação (Mestrado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas) - Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Rio de Janeiro, RJ, 2011.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/11961Doenças infecciosas crônicas podem causar ou agravar transtornos mentais em decorrência de efeitos diretos no sistema nervoso central, como resposta individual ao adoecimento, alteração da imunidade com surgimento de infecções oportunistas ou em função de efeitos colaterais do tratamento específico. O objetivo do presente estudo foi avaliar as características clínicas, sociodemográficas, o perfil de comorbidade psiquiátrica e de alterações cognitivas em pacientes ambulatoriais com diagnóstico de infecção pelo HIV, HTLV e doença de Chagas do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC) da Fundação Oswaldo Cruz. Trata-se de um estudo seccional com uma amostra consecutiva de 125 pacientes encaminhados ao ambulatório de psiquiatria no período de fevereiro a dezembro de 2010. A coleta de dados foi realizada por meio de fichas padronizadas incluindo informações sobre características sociodemográficas e clínicas e aplicação dos instrumentos Mini International Neuropsychiatric Interview- versão Plus (MINI-Plus 5.0) para diagnósticos psiquiátricos e Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para rastreio de déficit cognitivo, ambos validados para a língua portuguesa do Brasil. Foi realizada uma análise descritiva com frequências simples e medidas de dispersão de variáveis sociodemográficas e clínicas, dos diagnósticos obtidos pelo MINI-Plus e alteração cognitiva detectada pelo MEEM segundo o ponto de corte proposto pela Sociedade Brasileira de Neurologia. A associação entre as variáveis categóricas sociodemográficas / clínicas e os transtornos mentais mais prevalentes e a alteração do MEEM, foi avaliada utilizando-se os testes qui-quadrado ou exato de Fisher e teste t de Student ou Mann-Whitney para variáveis contínuas Foram estimadas as razões de chance (OR) com respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Análise de regressão logística múltipla foi realizada para identificar os fatores associados aos diagnósticos psiquiátricos mais frequentes, risco de suicídio e à doença clínica de base. O método de seleção foi o stepwise (backward) com nível de significância de 5%. A distribuição por doença clínica foi a que se segue: 74 (59,2%) pacientes com HIV/Aids, 40 (32,0%) com doença de Chagas, nove (7,2%) com infecção pelo HTLV, e dois (1,6%) com co-infecção HIV/HTLV. A maioria dos pacientes entrevistados eram mulheres (64,0%), com até oito anos de escolaridade (56,0%), com renda familiar igual ou superior a dois salários mínimos (54,4%), que residiam em domicílio próprio (68,0%) e que não estavam trabalhando no momento da entrevista (81,6%). A mediana (intervalo interquartil) de idade dos homens foi de 48 anos (41,0-52,5) e das mulheres 49 (42,0-59,0) anos. A maioria dos pacientes (96,0%) estava em uso de psicofármacos no momento da entrevista, com mediana (intervalo interquartil) de tempo de uso de 46,0 (27,0-72,0) meses, sendo os mais utilizados os benzodiazepínicos: 98 (81,7%) e os antidepressivos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS): 84 (70,0%). Observou-se uma mediana de 3 (mínimo 1-máximo 7) diagnósticos por paciente Os diagnósticos mais frequentes foram: Agorafobia: 65 (52,0%); transtorno de ansiedade generalizada: 29 (23,2%); Episódio Depressivo Maior (EDM): 56 (44,8%); risco de suicídio: 71 (56,8%); abuso/dependência de álcool: 26 (20,8%) e abuso/dependência de substâncias psicoativas: 17 (13,6%). Agorafobia estava diretamente associada ao paciente viver sozinho (OR=11,10). EDM não diferiu quanto às características clínicas, psiquiátricas e sociodemográficas. O diagnóstico de abuso/dependência de álcool e/ou substâncias psicoativas estava diretamente associado à renda familiar inferior a dois salários mínimos (OR=2,64, IC95%: 1,03-6,75), ao diagnóstico de HIV (OR=5,24, IC95%: 1,56-17,61), e ao tempo maior de tratamento psiquiátrico (OR=1,39, IC95%: 1,07-1,81). Risco de suicídio estava diretamente associado à cor não-branca (OR = 2,17, IC95%: 1,03-4,58), não estar trabalhando no momento da entrevista (OR = 2,72, IC95%: 1,01-7,34), e diagnóstico de EDM atual (OR = 3,34, IC95%: 1,54-7,44). Oitenta e oito (70,4%) pacientes apresentavam escores de MEEM indicativos de alteração da capacidade cognitiva que estavam diretamente associados ao sexo feminino (OR=2,97, IC95%: 1,34-6,57), não diferindo quanto às demais características clínicas, psiquiátricas e sociodemográficas nesta amostra. O perfil identificado é de pacientes potencialmente graves, preenchendo critérios diagnósticos para mais de um transtorno mental maior, com elevado risco de suicídio, em uso de diversos medicamentos psicotrópicos e em sua maioria sem suporte psicoterápico atual. Medidas para minimizar problemas relacionados às condições socioeconômicas desfavoráveis devem ser estimuladas considerando associação com dependência de álcool/outras drogas psicoativas e com risco de suicídio, que por sua vez podem comprometer a efetividade do tratamento clínicoChronic infectious diseases can cause or exacerbate mental disorders due to direct effects on the central nervous system, as individual response to illness, changes in immunity and onset of opportunistic infections or because of treatment side effects. The aim of this study was to evaluate the clinical, sociodemographic profile of psychiatric comorbidity and cognitive impairment in HIV-infected, HTLVinfected, and Chagas disease patients from the Evandro Chagas Clinical Research Institute (IPEC), Oswaldo Cruz Foundation. This is a cross-sectional study with a consecutive sample of 125 patients referred to psychiatric outpatient clinic from February to December 2010. Data collection was performed using standardized forms including information on clinical and sociodemographic characteristics. Mini International Neuropsychiatric Interview-Plus (MINI-Plus 5.0) and Mini Mental State Examination (MMSE) were administered to assess psychiatric diagnoses and cognitive impairment screening, respectively. Both instruments were validated for Portuguese language. A descriptive analysis was performed with simple frequencies and measures of dispersion of demographic and clinical variables, diagnoses obtained by the MINI-Plus and cognitive impairment detected by MMSE according to a cutoff point proposed by the Brazilian Society of Neurology. The association between categorical variables and demographic / clinical and mental disorder and changes in MMSE was assessed using the chi-square or Fisher exact test, and Student t test or Mann-Whitney test for continuous variables. We estimated odds ratios (OR) with confidence intervals of 95% (95%CI). Multiple logistic regression analysis was performed to identify factors associated with more frequent psychiatric diagnoses, suicide risk and clinical diagnosis. Stepwise (backward) method of selection was used with a significance level of 5%. The distribution of clinical diagnosis was the following: 74 (59.2%) HIV-infected, 40 (32.0%) with Chagas disease, nine (7.2%) HTLV-infected, and two (1.6%) with HIV/HTLV co-infection. Most patients interviewed were women (64.0%), up to eight years of schooling (56%), with a familiar income of greater than two minimum wages (54.4%), living at a own home (68.0%) and who were not working at the time of the interview (81.6%). Median (interquartile range) age for men was 48 years (41.0 to 52.5) and 49 years (42.0 to 59.0) for women. Most patients (96.0%) were taking psychotropic drugs at the time of interview, with a median time (interquartile range) of use of 46.0 months (27.0 to 72.0), most commonly used were benzodiazepines: 98 (81.7%) and selective serotonin reuptake inhibitor: 84 (70.0%). Median diagnosis per patient was 3 (minimum 1; maximum 7). Most common diagnoses were: Agoraphobia: 65 (52.0%), generalized anxiety disorder: 29 (23.2%), Major Depressive Episode (MDE): 56 (44.8%), suicide risk: 71 (56.8%), alcohol abuse/dependence: 26 (20.8%) and psychoactive substances abuse / dependence: 17 (13.6%). Agoraphobia was directly associated with patient living alone (OR=11.10). MDE did not differ in clinical, psychiatric and sociodemographic characteristics. Alcohol or psychoactive substances abuse / dependence diagnosis was directly associated with family income below two minimum wages (OR=2.64, 95%CI: 1.03-6.75), HIV diagnosis (OR=5.24, 95%CI: 1.56 to 17.61), and longer period of psychiatric treatment (OR=1.39, 95%CI: 1.07 to 1.81). Suicide risk was directly associated with non-white color (OR=2.17, 95%CI: 1.03 to 4.58) and family income below two minimum wages (OR=2.14, 95%CI: 1.01 to 4.55). Eighty-eight (70.4%) had MMSE scores indicative of cognitive impairment and were directly associated with female gender (OR=2.97, 95%CI: 1.34 to 6.57). This study shows a profile of potentially serious patients, fulfilling diagnostic criteria for more than a major mental disorder, with high suicide risk, using various psychotropic medications and mostly without current psychological support. Measurements to decrease problems related to adverse socioeconomic conditions should be encouraged considering the association with alcohol / other psychoactive drugs and suicide risk, which in turn may compromise the effectiveness of medical treatment.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porPerfil de comorbidade psiquiátrica em pacientes com diagnóstico de infecção pelo HIV, HTLV e Doença de Chagas acompanhados em um ambulatório de Psiquiatriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2011Pós-Graduação em Pesquisa Clínica em Doenças InfecciosasFundação Oswaldo Cruz. Instituto de Pesquisa Clínica Evandro ChagasRio de Janeiro/RJPrograma de Pós- Graduação em Pesquisa Clínica em Doenças InfecciosasEntrevista Psiquiátrica PadronizadaDoenças TransmissíveisComorbidadeCogniçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALpatricia_guimaraes_ini_mest_2011.pdfapplication/pdf9665665https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/11961/1/patricia_guimaraes_ini_mest_2011.pdf7226a3604b073b1fa398f987e02f73dbMD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/11961/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTpatricia_guimaraes_ini_mest_2011.pdf.txtpatricia_guimaraes_ini_mest_2011.pdf.txtExtracted texttext/plain328348https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/11961/3/patricia_guimaraes_ini_mest_2011.pdf.txt7d8272dba838d44008fd4b07577206e5MD53icict/119612018-07-05 14:08:27.591oai:www.arca.fiocruz.br:icict/11961Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352018-07-05T17:08:27Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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Perfil de comorbidade psiquiátrica em pacientes com diagnóstico de infecção pelo HIV, HTLV e Doença de Chagas acompanhados em um ambulatório de Psiquiatria Guimarães, Patrícia Machado Quintaes Entrevista Psiquiátrica Padronizada Doenças Transmissíveis Comorbidade Cognição |
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Entrevista Psiquiátrica Padronizada Doenças Transmissíveis Comorbidade Cognição |
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Doenças infecciosas crônicas podem causar ou agravar transtornos mentais em decorrência de efeitos diretos no sistema nervoso central, como resposta individual ao adoecimento, alteração da imunidade com surgimento de infecções oportunistas ou em função de efeitos colaterais do tratamento específico. O objetivo do presente estudo foi avaliar as características clínicas, sociodemográficas, o perfil de comorbidade psiquiátrica e de alterações cognitivas em pacientes ambulatoriais com diagnóstico de infecção pelo HIV, HTLV e doença de Chagas do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC) da Fundação Oswaldo Cruz. Trata-se de um estudo seccional com uma amostra consecutiva de 125 pacientes encaminhados ao ambulatório de psiquiatria no período de fevereiro a dezembro de 2010. A coleta de dados foi realizada por meio de fichas padronizadas incluindo informações sobre características sociodemográficas e clínicas e aplicação dos instrumentos Mini International Neuropsychiatric Interview- versão Plus (MINI-Plus 5.0) para diagnósticos psiquiátricos e Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para rastreio de déficit cognitivo, ambos validados para a língua portuguesa do Brasil. Foi realizada uma análise descritiva com frequências simples e medidas de dispersão de variáveis sociodemográficas e clínicas, dos diagnósticos obtidos pelo MINI-Plus e alteração cognitiva detectada pelo MEEM segundo o ponto de corte proposto pela Sociedade Brasileira de Neurologia. A associação entre as variáveis categóricas sociodemográficas / clínicas e os transtornos mentais mais prevalentes e a alteração do MEEM, foi avaliada utilizando-se os testes qui-quadrado ou exato de Fisher e teste t de Student ou Mann-Whitney para variáveis contínuas Foram estimadas as razões de chance (OR) com respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Análise de regressão logística múltipla foi realizada para identificar os fatores associados aos diagnósticos psiquiátricos mais frequentes, risco de suicídio e à doença clínica de base. O método de seleção foi o stepwise (backward) com nível de significância de 5%. A distribuição por doença clínica foi a que se segue: 74 (59,2%) pacientes com HIV/Aids, 40 (32,0%) com doença de Chagas, nove (7,2%) com infecção pelo HTLV, e dois (1,6%) com co-infecção HIV/HTLV. A maioria dos pacientes entrevistados eram mulheres (64,0%), com até oito anos de escolaridade (56,0%), com renda familiar igual ou superior a dois salários mínimos (54,4%), que residiam em domicílio próprio (68,0%) e que não estavam trabalhando no momento da entrevista (81,6%). A mediana (intervalo interquartil) de idade dos homens foi de 48 anos (41,0-52,5) e das mulheres 49 (42,0-59,0) anos. A maioria dos pacientes (96,0%) estava em uso de psicofármacos no momento da entrevista, com mediana (intervalo interquartil) de tempo de uso de 46,0 (27,0-72,0) meses, sendo os mais utilizados os benzodiazepínicos: 98 (81,7%) e os antidepressivos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS): 84 (70,0%). Observou-se uma mediana de 3 (mínimo 1-máximo 7) diagnósticos por paciente Os diagnósticos mais frequentes foram: Agorafobia: 65 (52,0%); transtorno de ansiedade generalizada: 29 (23,2%); Episódio Depressivo Maior (EDM): 56 (44,8%); risco de suicídio: 71 (56,8%); abuso/dependência de álcool: 26 (20,8%) e abuso/dependência de substâncias psicoativas: 17 (13,6%). Agorafobia estava diretamente associada ao paciente viver sozinho (OR=11,10). EDM não diferiu quanto às características clínicas, psiquiátricas e sociodemográficas. O diagnóstico de abuso/dependência de álcool e/ou substâncias psicoativas estava diretamente associado à renda familiar inferior a dois salários mínimos (OR=2,64, IC95%: 1,03-6,75), ao diagnóstico de HIV (OR=5,24, IC95%: 1,56-17,61), e ao tempo maior de tratamento psiquiátrico (OR=1,39, IC95%: 1,07-1,81). Risco de suicídio estava diretamente associado à cor não-branca (OR = 2,17, IC95%: 1,03-4,58), não estar trabalhando no momento da entrevista (OR = 2,72, IC95%: 1,01-7,34), e diagnóstico de EDM atual (OR = 3,34, IC95%: 1,54-7,44). Oitenta e oito (70,4%) pacientes apresentavam escores de MEEM indicativos de alteração da capacidade cognitiva que estavam diretamente associados ao sexo feminino (OR=2,97, IC95%: 1,34-6,57), não diferindo quanto às demais características clínicas, psiquiátricas e sociodemográficas nesta amostra. O perfil identificado é de pacientes potencialmente graves, preenchendo critérios diagnósticos para mais de um transtorno mental maior, com elevado risco de suicídio, em uso de diversos medicamentos psicotrópicos e em sua maioria sem suporte psicoterápico atual. Medidas para minimizar problemas relacionados às condições socioeconômicas desfavoráveis devem ser estimuladas considerando associação com dependência de álcool/outras drogas psicoativas e com risco de suicídio, que por sua vez podem comprometer a efetividade do tratamento clínico |
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GUIMARÃES, Patrícia Machado Quintaes. Perfil de comorbidade psiquiátrica em pacientes com diagnóstico de infecção pelo HIV, HTLV e doença de Chagas acompanhados em um ambulatório de Psiquiatria. 2011. 140 f. Dissertação (Mestrado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas) - Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Rio de Janeiro, RJ, 2011. |
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