A dinâmica do trabalho em saúde mental: limites e possibilidades na contemporaneidade e no contexto da reforma psiquiátrica brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vasconcellos, Vinicius Carvalho de
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5440
Resumo: Esta investigação tem por objetivo compreender a dinâmica do trabalho em Saúde Mental em seus elementos organizacionais, simbólicos e imaginários, valendo-se para a consecução de tal intento de ferramentas teórico-conceituais do campo das organizações e utilizando como via de acesso o cotidiano e as narrativas dos profissionais sobre suas práticas. Nesta linha, os serviços de Saúde Mental são analisados por meio das lentes da psicossociologia francesa, que concebe as organizações como sistemas complexos e multifacetados, além de essencialmente permeadas por construções simbólicas e imaginárias que cruzam as relações intersubjetivas travadas pelos trabalhadores. A partir dessa leitura organizacional, o trabalho em Saúde Mental é estudado prioritariamente por meio de sua inserção no mundo contemporâneo e das transformações presentes no campo da Saúde Mental, sobretudo a partir da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Esses macrocenários operam como enquadres que oferecem limites e possibilidades ao exercício do trabalho em Saúde Mental, condicionando-o sobremaneira. Em termos metodológicos, esta investigação delineou-se como um estudo qualitativo. Foi realizada uma pesquisa de campo no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Arthur Bispo do Rosário, situado zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Duas estratégias foram privilegiadas nesta pesquisa de campo: a observação participante e as entrevistas semi-estruturadas. Os resultados obtidos permitiram compreender cada ato assistencial na Saúde Mental como um arranjo de elementos simbólicos, imaginários e organizacionais que se condensam, de forma dinâmica, em uma série de atravessamentos, tais como: a história da instituição, as relações institucionais e a interação do serviço com a rede de serviços assistenciais, o suporte material, o funcionamento da equipe multidisciplinar e a organização do trabalho, os sentidos da assistência e vínculo subjetivo dos profissionais com a instituição e com o seu trabalho. Detectou-se também que a Reforma Psiquiátrica, ainda que imersa no contexto contemporâneo adverso a projetos coletivos, consegue aglutinar profissionais em torno de seus ideais. Desta forma, o projeto da Reforma Psiquiátrica opera como um imaginário motor e serve de alicerce para mudanças no plano simbólico e imaginário, tanto no âmbito coletivo como na subjetividade dos profissionais, ensejando novas representações e imagens sobre o louco, os objetivos da assistência, o papel do técnico e a relação terapêutica; contudo, os técnicos enfrentam dificuldades em apreender e vivenciar esse processo de transmutação do cuidado, especialmente em função das ameaças e exigências psíquicas que lhe são inerentes.
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spelling Vasconcellos, Vinicius Carvalho deAzevedo, Creuza da Silva2012-09-06T01:12:41Z2012-09-06T01:12:41Z2008VASCONCELLOS, Vinicius Carvalho de.A dinâmica do trabalho em saúde mental: limites e possibilidades na contemporaneidade e no contexto da reforma psiquiátrica brasileira. 2008. 269 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2008.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5440Esta investigação tem por objetivo compreender a dinâmica do trabalho em Saúde Mental em seus elementos organizacionais, simbólicos e imaginários, valendo-se para a consecução de tal intento de ferramentas teórico-conceituais do campo das organizações e utilizando como via de acesso o cotidiano e as narrativas dos profissionais sobre suas práticas. Nesta linha, os serviços de Saúde Mental são analisados por meio das lentes da psicossociologia francesa, que concebe as organizações como sistemas complexos e multifacetados, além de essencialmente permeadas por construções simbólicas e imaginárias que cruzam as relações intersubjetivas travadas pelos trabalhadores. A partir dessa leitura organizacional, o trabalho em Saúde Mental é estudado prioritariamente por meio de sua inserção no mundo contemporâneo e das transformações presentes no campo da Saúde Mental, sobretudo a partir da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Esses macrocenários operam como enquadres que oferecem limites e possibilidades ao exercício do trabalho em Saúde Mental, condicionando-o sobremaneira. Em termos metodológicos, esta investigação delineou-se como um estudo qualitativo. Foi realizada uma pesquisa de campo no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Arthur Bispo do Rosário, situado zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Duas estratégias foram privilegiadas nesta pesquisa de campo: a observação participante e as entrevistas semi-estruturadas. Os resultados obtidos permitiram compreender cada ato assistencial na Saúde Mental como um arranjo de elementos simbólicos, imaginários e organizacionais que se condensam, de forma dinâmica, em uma série de atravessamentos, tais como: a história da instituição, as relações institucionais e a interação do serviço com a rede de serviços assistenciais, o suporte material, o funcionamento da equipe multidisciplinar e a organização do trabalho, os sentidos da assistência e vínculo subjetivo dos profissionais com a instituição e com o seu trabalho. Detectou-se também que a Reforma Psiquiátrica, ainda que imersa no contexto contemporâneo adverso a projetos coletivos, consegue aglutinar profissionais em torno de seus ideais. Desta forma, o projeto da Reforma Psiquiátrica opera como um imaginário motor e serve de alicerce para mudanças no plano simbólico e imaginário, tanto no âmbito coletivo como na subjetividade dos profissionais, ensejando novas representações e imagens sobre o louco, os objetivos da assistência, o papel do técnico e a relação terapêutica; contudo, os técnicos enfrentam dificuldades em apreender e vivenciar esse processo de transmutação do cuidado, especialmente em função das ameaças e exigências psíquicas que lhe são inerentes.This research aims to understand the dynamics of the work in Mental Health in its organizational, symbolic and imaginary elements, using for the achievement of such intention the theoreticianconceptual tools of the organizations field and the routine and narratives of professionals about their practices. Following this approach, the services of Mental Health are analyzed by the lenses of the French Psychosociology, which conceives the organizations as complex and multifaceted systems, besides essentially marked for symbolic and imaginary constructions that cross the intersubjectives relations of the workers. From this organizational perspective, the work in Mental Health is especially studied throughout its insertion in the contemporary world and in the transformations that have occurred in the Mental Health field, in particular after the Brazilian Psychiatric Reform. These macro-scenarios operate as frames that offer limits and possibilities to the exercise of the work in Mental Health, conditioning it substantially. In terms of methodology, this research was delineated as a qualitative study. A field research was carried out in the Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Arthur Bispo do Rosário, located at the west side of Rio de Janeiro city. Two strategies were privileged in this field research: participant observation and semi-structured interviews. The results allowed to comprehend each assistencial act in the Mental Health as an arrangement of symbolic, imaginary and organizational elements that are condensed, on a dynamic form, in a series of atravessamentos, such as: the history of the institution, the institutional relations and the interaction of the service with the assistencial network, the material resources, the functioning of the multidisciplinary team and the work’s organization, the meanings of assistance and the subjective bond of the professionals with the institution and their work. It was also detected that the Psychiatric Reform, although immersed in the Contemporaneity (an adverse context to the collective projects), unites professionals around its ideals. Thus, the Psychiatric Reform’s project operates as a motor imaginary and serves of foundation for a symbolic and imaginary reformularization in the professional’s subjectivity, producing new representations and images about the insane person, the objectives of the assistance, the role of the professional and the therapeutical relation; On the other hand, the professionals face difficulties in apprehending and living this process of care’s changing, especially because of the psychic threats and requirements inherents to this process.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porTrabalho em Saúde MentalReforma Psiquiátrica BrasileiraContemporaneidade e Saúde MentalServiços de Saúde MentalCentro de Atenção Psicossocial (CAPS)Intersubjetividade e Equipes MultiprofissionaisPsicossociologia Francesa e Trabalho em SaúdeVínculo Subjetivo com o TrabalhoWork in Mental HealthBrazilian’s Psychiatric ReformContemporaneity and Mental HealthMental Health ServicesCentro de Atenção Psicossocial (CAPS)Intersubjectivity and Multiprofessional TeamsFrench Psychosociology and Work in HealthSubjective Bond with the WorkSaúde MentalReforma dos Serviços de SaúdePsiquiatriaTrabalhoA dinâmica do trabalho em saúde mental: limites e possibilidades na contemporaneidade e no contexto da reforma psiquiátrica brasileiraThe dynamics of the work in mental health: limits and possibilities in the contemporaneity and in the brazilian psychiatric reform contextinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.MestreRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/5440/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALvinicius_carvalho_vasconcellos_ensp_mest_2008.pdfapplication/pdf1502637https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/5440/2/vinicius_carvalho_vasconcellos_ensp_mest_2008.pdfdaad88946ca680f71e66026e443fe4a4MD52TEXT997.pdf.txt997.pdf.txtExtracted texttext/plain666061https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/5440/5/997.pdf.txtc4ea66b46e1c98af38494ec69902589dMD55THUMBNAIL997.pdf.jpg997.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1465https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/5440/4/997.pdf.jpgbf83bb8de9fe2299f72c0d43769c1decMD54icict/54402023-01-17 14:09:32.719oai:www.arca.fiocruz.br:icict/5440Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T17:09:32Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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