A interpretação dos profissionais de saúde acerca das queixas do nervoso no meio rural: uma aproximação ao problema das intoxicações por agrotóxicos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2001 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4597 |
Resumo: | O problema da exposição ocupacional aos agrotóxicos adquire uma dimensão de forte impacto no que diz respeito à Saúde Pública, uma vez que o Brasil situa-se entre os maiores consumidores mundiais de agrotóxicos, o maior da América Latina, sendo ainda limitados em nosso país os mecanismos legais e sociais para o controle desta exposição. Os danos à saúde das populações expostas refletem-se em altos índices de intoxicações e mortes. Os problemas ambientais são expressos na contaminação de solos, de águas superficiais e subterrâneas, na extinção de insetos, de aves e de outras espécies, desestruturando cadeias alimentares. A dramática realidade da exposição dos trabalhadores rurais aos agrotóxicos (crianças, adolescentes e adultos) me foi inicialmente revelada dentro de um contexto hospitalar urbano - Centro de Medula Óssea (CEMO) do Hospital do Câncer/ INCa/ MS – onde trabalhava como psicóloga. A interação e o convívio com pacientes provenientes do meio rural levou à observação de que em suas narrativas transparecia um elo comum: a exposição a agrotóxicos. No universo dos problemas de saúde por parte de trabalhadores rurais são freqüentes as queixas de nervoso, bem como vem ocorrendo nas sociedades contemporâneas como um todo. A compreensão do modo como as vivências de nervoso são referidas no cotidiano possibilita estabelecer um elo entre as queixas individuais e as tensões sociais, assim como outros determinantes presentes na organização do trabalho, da saúde e do ambiente dos grupos que estão vivendo o problema. A partir desta pespectiva, procuramos situar nossa preocupação no desvendamento das possíveis relações entre o adoecimento por uso de agrotóxicos e os sintomas do nervoso no âmbito específico do trabalho rural. O desenvolvimento do trabalho de campo nos levou a optar pelo tratamento da questão a partir da interpretação que os profissionais do Programa Saúde da Família atribuem às queixas de nervoso no meio rural, de modo a verificar (1) se é estabelecido um elo entre as manifestações de nervoso e os sintomas de intoxicação, (2) de verificar a repercussão deste entendimento sobre as notificações de acidente de trabalho, (3) assim como de discutir a medicalização do nervoso (uso de calmantes) como possível fator de acomodação social, tal como ocorre nos grupos urbanos, e como possível desencadeador de uma dupla intoxicação nos trabalhadores expostos a agrotóxicos. O trabalho de campo foi realizado no Município de Nova Friburgo, onde existe o Programa Saúde da Família desde 1996. Principal região agrícola do Estado do Rio de Janeiro, este município tem sido alvo de constantes pesquisas nas áreas de toxicologia e de saúde do trabalhador, devido à intensiva utilização de agrotóxicos nas lavouras e da conseqüente contaminação humana e ambiental. A área piloto onde foi desenvolvido o estudo é constituída pelas comunidades do 5º Distrito e do 7º Distrito. O material empírico foi obtido mediante a realização de entrevistas e de observação participante e o detalhamento das questões concernentes à região, às atividades profissionais e ao Programa Saúde da Família, foi feito através de observações, de anotações de campo e do estudo de pesquisas já desenvolvidas na área. Considerando que o foco de nossa investigação foi orientado para a profundidade e a literalidade do depoimento dos sujeitos, o processo de análise de dados foi ancorado nas entrevistas, com a preocupação de não antepor aspectos teóricos à realidade estudada. E, também, com a perspectiva de tentar apreender a partir dos discursos específicos, das expressões particulares, a lógica subjacente, o código partilhado entre os profissionais do Programa Saúde da Família. Nas entrevistas com os profissionais chamou atenção a convergência dos mesmos com relação à questão que deu origem a esta dissertação e constitui-se como hipótese central de nosso trabalho: a associação entre as queixas de nervoso em trabalhadores rurais e a exposição sem controle a agrotóxicos. Entendendo este estudo como uma contribuição à área de saúde do trabalhador, procuramos na finalização de nossa análise esboçar algumas recomendações para a realização de futuras investigações. |
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Levigard, Yvone ElsaRozemberg, Brani2012-09-06T01:10:55Z2012-09-06T01:10:55Z2001LEVIGARD, Yvone Elsa. A interpretação dos profissionais de saúde acerca das queixas do nervoso no meio rural: uma aproximação ao problema das intoxicações por agrotóxicos. 2001. 91 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2001.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4597O problema da exposição ocupacional aos agrotóxicos adquire uma dimensão de forte impacto no que diz respeito à Saúde Pública, uma vez que o Brasil situa-se entre os maiores consumidores mundiais de agrotóxicos, o maior da América Latina, sendo ainda limitados em nosso país os mecanismos legais e sociais para o controle desta exposição. Os danos à saúde das populações expostas refletem-se em altos índices de intoxicações e mortes. Os problemas ambientais são expressos na contaminação de solos, de águas superficiais e subterrâneas, na extinção de insetos, de aves e de outras espécies, desestruturando cadeias alimentares. A dramática realidade da exposição dos trabalhadores rurais aos agrotóxicos (crianças, adolescentes e adultos) me foi inicialmente revelada dentro de um contexto hospitalar urbano - Centro de Medula Óssea (CEMO) do Hospital do Câncer/ INCa/ MS – onde trabalhava como psicóloga. A interação e o convívio com pacientes provenientes do meio rural levou à observação de que em suas narrativas transparecia um elo comum: a exposição a agrotóxicos. No universo dos problemas de saúde por parte de trabalhadores rurais são freqüentes as queixas de nervoso, bem como vem ocorrendo nas sociedades contemporâneas como um todo. A compreensão do modo como as vivências de nervoso são referidas no cotidiano possibilita estabelecer um elo entre as queixas individuais e as tensões sociais, assim como outros determinantes presentes na organização do trabalho, da saúde e do ambiente dos grupos que estão vivendo o problema. A partir desta pespectiva, procuramos situar nossa preocupação no desvendamento das possíveis relações entre o adoecimento por uso de agrotóxicos e os sintomas do nervoso no âmbito específico do trabalho rural. O desenvolvimento do trabalho de campo nos levou a optar pelo tratamento da questão a partir da interpretação que os profissionais do Programa Saúde da Família atribuem às queixas de nervoso no meio rural, de modo a verificar (1) se é estabelecido um elo entre as manifestações de nervoso e os sintomas de intoxicação, (2) de verificar a repercussão deste entendimento sobre as notificações de acidente de trabalho, (3) assim como de discutir a medicalização do nervoso (uso de calmantes) como possível fator de acomodação social, tal como ocorre nos grupos urbanos, e como possível desencadeador de uma dupla intoxicação nos trabalhadores expostos a agrotóxicos. O trabalho de campo foi realizado no Município de Nova Friburgo, onde existe o Programa Saúde da Família desde 1996. Principal região agrícola do Estado do Rio de Janeiro, este município tem sido alvo de constantes pesquisas nas áreas de toxicologia e de saúde do trabalhador, devido à intensiva utilização de agrotóxicos nas lavouras e da conseqüente contaminação humana e ambiental. A área piloto onde foi desenvolvido o estudo é constituída pelas comunidades do 5º Distrito e do 7º Distrito. O material empírico foi obtido mediante a realização de entrevistas e de observação participante e o detalhamento das questões concernentes à região, às atividades profissionais e ao Programa Saúde da Família, foi feito através de observações, de anotações de campo e do estudo de pesquisas já desenvolvidas na área. Considerando que o foco de nossa investigação foi orientado para a profundidade e a literalidade do depoimento dos sujeitos, o processo de análise de dados foi ancorado nas entrevistas, com a preocupação de não antepor aspectos teóricos à realidade estudada. E, também, com a perspectiva de tentar apreender a partir dos discursos específicos, das expressões particulares, a lógica subjacente, o código partilhado entre os profissionais do Programa Saúde da Família. Nas entrevistas com os profissionais chamou atenção a convergência dos mesmos com relação à questão que deu origem a esta dissertação e constitui-se como hipótese central de nosso trabalho: a associação entre as queixas de nervoso em trabalhadores rurais e a exposição sem controle a agrotóxicos. Entendendo este estudo como uma contribuição à área de saúde do trabalhador, procuramos na finalização de nossa análise esboçar algumas recomendações para a realização de futuras investigações.The problem of the occupational exposure to pesticides has in our country a strong impact on Public Health, since Brazil is one of the largest world's pesticide consumers, the largest in Latin America and the legal and social mechanisms to control this exposure are still limited in our country. Damages to these populations are reflected in high ratios of intoxication and death. Environmental problems are expressed in soil, water and underground waters contamination, extinction of insects, birds and other species, disrupting food chains. The dramatic reality of rural workers exposure to pesticides (children, adolescents and adults) was firstly revealed to me within the context of an urban hospital - CEMO/INCa/MS (Bone Marrow Center of the National Institute of Cancer/Ministry of Health) - where I worked as a psychologist. The interaction and conviviality with patients originated from the rural environment led to the observation that, in their explanations, a common link would appear: exposure to pesticides. In the universe of complaints concerning health problems among rural workers, there were frequent reports to nervous diseases, as is usual in contemporary societies as a whole. The comprehension of the way the "nervous" experiences are referred to in everyday life, allows for the set-up of a link between individual complaints and social tensions, as well as other factors occurring in labor, health and environment organization of groups experiencing the problem. From this perspective, we tried to clarify the possible relations between becoming ill due to pesticides' exposure and the symptoms of "nervous" in the specific scope of rural work. In the course of the fieldwork we decided to deal with this issue from the interpretation assigned by professionals of the Family's Health Program to complaints about "nervous" in the rural environment, thus verifying (1) if there is a link between the "nervous" disturbs and the intoxication symptoms, (2) the implications of the understanding of the labor related injuries notifications, (3) as well as to discuss "nervous" medication (use of tranquilizers) as a possible factor of social accommodation as it occurs in urban groups, and as a possible cause of double intoxication in workers exposed to pesticides. The fieldwork was done in the city of Nova Friburgo, state of Rio de Janeiro, where the Family's Health Program exists since 1996. As the main agriculture region of the state, this city has been a target of consistent research in the areas of toxicology and worker's health, due to the intense use of pesticides in the farming plots and of the human and environmental contamination that ensued. The communities of the 5th and 7th districts constitute the pilot area where the study was developed. The empirical material was obtained from interviews and participant observation. The description of issues concerning the region, the professional activities and the Family's Health Program, was done from observation, field notes and the study of previous developed researches in the area. Since the focus of our investigation was oriented toward the depth and literality of the subjects' deposition, the data analysis process was anchored in interviews, with special care for not placing theoretical pre-judgments before the studied reality. And also, with the perspective of trying to learn, from the specific statements and particular phrases, the underlaying logic and the shared code among professionals of the Family's Health Program. During the interviews with the health professionals, they stressed the issue that originated this dissertation and that constitutes the central hypothesis of our work: the association between the "nervous" complaints in rural workers and the exposure to pesticides without proper control. Understanding this study as a contribution to the workers' health area, in the end of our analysis, we suggest some recommendations for the realization of future investigations.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porExposição ocupacionalUtilização de pesticidasTrabalhadores ruraisEstratégia Saúde da FamíliaOccupational exposurePesticide utilizationRural workersFamily Health StrategyExposição OcupacionalUso de PraguicidasTrabalhadores RuraisEstratégia Saúde da FamíliaA interpretação dos profissionais de saúde acerca das queixas do nervoso no meio rural: uma aproximação ao problema das intoxicações por agrotóxicosThe professionals of health interpretation concerning the complaints of the nervous in the rural way: an approach to the problem of the intoxications for pesticidesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2001Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaMestrado AcadêmicoRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4597/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALyvonne_levigard_ensp_mest_2001.pdfapplication/pdf756805https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4597/2/yvonne_levigard_ensp_mest_2001.pdfd20ee43804014f3a7831f7c513a7dac2MD52TEXT233.pdf.txt233.pdf.txtExtracted texttext/plain196492https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4597/5/233.pdf.txt9a5c626981e975311bed661572083790MD55yvonne_levigard_ensp_mest_2001.pdf.txtyvonne_levigard_ensp_mest_2001.pdf.txtExtracted texttext/plain196492https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4597/6/yvonne_levigard_ensp_mest_2001.pdf.txt9a5c626981e975311bed661572083790MD56THUMBNAIL233.pdf.jpg233.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1200https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4597/4/233.pdf.jpge503c6e14d295d575c47f6ff8c7e4909MD54icict/45972023-01-17 14:41:08.949oai:www.arca.fiocruz.br:icict/4597Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T17:41:08Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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