Avaliação da ocorrência da infecção por Toxoplasma gondii, Nicolle & Manceaux, 1909, em aldeias Haliti-Paresí, município Campo Novo do Parecis, Mato Grosso, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Ana Letícia Carvalho
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26979
Resumo: O protozoário Toxoplasma gondii é o agente etiológico da toxoplasmose, zoonose amplamente distribuída no mundo, acometendo diversos animais homeotérmicos, inclusive o homem, podendo levar a sérios problemas de saúde. Porém, apenas cerca de 10% dos indivíduos infectados desenvolvem sinais clínicos. Alguns estudos realizados em populações indígenas apontam variações da soroprevalência de 10,6% a 80,4% em índios de diferentes localizações do Brasil e entre outros países como Venezuela e Malásia. No município de Campo Novo do Parecis/MT habitam os indígenas Haliti-Paresí e nesta população, até o presente momento, não há estudos referente a prevalência de anticorpos anti-T. gondii. Desta forma, este trabalho teve como objetivo determinar a frequência de anticorpos contra o protozoário em nove aldeias Haliti-Paresí, verificando a soroprevalência de acordo com suas localizações e variáveis como sexo, idade, tipo de alimentação, entre outros. O diagnóstico foi realizado pela pesquisa de IgM e IgG anti-T. gondii por meio das técnicas de reação de imunofluorescência indireta (RIFI) e ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay) Das 293 amostras encaminhadas ao Laboratório de Toxoplasmose e outras Protozooses (LabTOXO), 66,9% (n=196) apresentaram IgG anti-T. gondii, destas, 4,1% (n=8) também foram reagentes para IgM, sendo considerados reagentes os soros que apresentaram IgG/IgM em uma das duas reações, RIFI ou ELISA e apenas 2 indígenas foram sororreagentes para IgM na RIFI. Observou-se que não houve diferença estatística entre os sexos (p=0,265) e ocupação/atividades (p=0,208), no entanto, entre as variáveis idade (p=0,000) e escolaridade (p=0,018) ocorreram diferenças estatisticamente diferentes. Oito (88,9%) aldeias têm o hábito de beber água proveniente de rio ou riacho e apenas uma (11,1%) bebe água do poço. Já a ingestão de carne nas nove aldeias, uma consome na forma bem passada e oito consomem crua ou malcozida. Até o momento a prevalência da infecção toxoplásmica nas aldeias dos Halití-Paresí está em acordo com os valores encontrados em outros estudos da América Latina, já que estes vivem próximos a mata e possuem o hábito de caça, além de trabalharem em lavouras, consumirem água diretamente de coleções hídricas e apresentarem gatos domésticos como pet estando possivelmente expostos a oocistos do parasita, assim como cistos teciduais em carnes cruas ou malcozidas.
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Alguns estudos realizados em populações indígenas apontam variações da soroprevalência de 10,6% a 80,4% em índios de diferentes localizações do Brasil e entre outros países como Venezuela e Malásia. No município de Campo Novo do Parecis/MT habitam os indígenas Haliti-Paresí e nesta população, até o presente momento, não há estudos referente a prevalência de anticorpos anti-T. gondii. Desta forma, este trabalho teve como objetivo determinar a frequência de anticorpos contra o protozoário em nove aldeias Haliti-Paresí, verificando a soroprevalência de acordo com suas localizações e variáveis como sexo, idade, tipo de alimentação, entre outros. O diagnóstico foi realizado pela pesquisa de IgM e IgG anti-T. gondii por meio das técnicas de reação de imunofluorescência indireta (RIFI) e ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay) Das 293 amostras encaminhadas ao Laboratório de Toxoplasmose e outras Protozooses (LabTOXO), 66,9% (n=196) apresentaram IgG anti-T. gondii, destas, 4,1% (n=8) também foram reagentes para IgM, sendo considerados reagentes os soros que apresentaram IgG/IgM em uma das duas reações, RIFI ou ELISA e apenas 2 indígenas foram sororreagentes para IgM na RIFI. Observou-se que não houve diferença estatística entre os sexos (p=0,265) e ocupação/atividades (p=0,208), no entanto, entre as variáveis idade (p=0,000) e escolaridade (p=0,018) ocorreram diferenças estatisticamente diferentes. Oito (88,9%) aldeias têm o hábito de beber água proveniente de rio ou riacho e apenas uma (11,1%) bebe água do poço. Já a ingestão de carne nas nove aldeias, uma consome na forma bem passada e oito consomem crua ou malcozida. Até o momento a prevalência da infecção toxoplásmica nas aldeias dos Halití-Paresí está em acordo com os valores encontrados em outros estudos da América Latina, já que estes vivem próximos a mata e possuem o hábito de caça, além de trabalharem em lavouras, consumirem água diretamente de coleções hídricas e apresentarem gatos domésticos como pet estando possivelmente expostos a oocistos do parasita, assim como cistos teciduais em carnes cruas ou malcozidas.The protozoan Toxoplasma gondii is the etiological agent of toxoplasmosis, a zoonosis with a worldwide distribution, affecting several homeothermic animals, including man, and can lead to serious health problems. However, only about 10% of infected individuals develop clinical signs. Some studies carried out in indigenous populations indicate variations in seroprevalence from 10.6% to 80.4% in Indians from different locations in Brazil and among other countries, such as Venezuela and Malaysia. In the municipality of Campo Novo do Parecis/MT the Haliti-Paresí Indians live and in this population, to date, there are no studies regarding the prevalence of T.gondii antibodies. In this way, this work aimed to determine the frequency of antibodies against the protozoan in nine villages Haliti-Paresí, verifying the seroprevalence according to their locations and variables such as sex, age, type of feeding, among others. The diagnosis was made by IgM and IgG anti-T. gondii by indirect immunofluorescence test (IFAT) and ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay) techniques Of the 293 samples submitted to the Laboratory of Toxoplasmosis and other Protozooses (LabTOXO), 66.9% (n=196) presented IgG anti-T. gondii, of which, 4.1% (n=8) were also IgM reagents and sera that presented IgG/IgM antibodies in one of two reactions, IFAT or ELISA and only 2 Indians were seroreagents for IgM in IFAT. It was observed that there was no statistical difference between the sexes (p=0.265) and occupation/activities (p=0.208); however, there were statistical difference between the variables age (p=0.000) and schooling (p=0.018). Eight (88.9%) villages had drinking water from a river or stream, and only one (11.1%) drinks water from the well. The ingestion of meat in the nine villages, one consumes well done meat and eight consume raw or undercooked. To date, the prevalence of toxoplasmic infection in the villages of Halití-Paresí is in agreement with the values found in other studies in Latin America, since these live near the forest and have the habit of hunting, besides working in crops, consume water directly from water collections and present domestic cats as pets, possibly being exposed to parasitic oocysts, as well as tissue cysts in raw or undercooked meats.2020-04-11Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porToxoplasmosePopulação IndígenaEpidemiologiaToxoplasmosePopulação IndígenaEpidemiologiaAvaliação da ocorrência da infecção por Toxoplasma gondii, Nicolle & Manceaux, 1909, em aldeias Haliti-Paresí, município Campo Novo do Parecis, Mato Grosso, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2018Pós-Graduação em Medicina TropicalFundação Oswaldo Cruz. 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