Desigualdades raciais na mortalidade materna no Município do Rio de Janeiro: 2010 – 2019

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves, Lúcio Gomes Rodrigues
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54848
Resumo: Introdução: O município do Rio de Janeiro apresenta uma Razão de Mortalidade Materna (RMM) elevada há décadas e não tem conseguido sua redução efetiva, a despeito de ter passado por uma grande expansão da Estratégia de Saúde da Família (ESF) entre 2009 e 2016. Uma das possíveis causas para essa “resistência” à redução da RMM poderiam ser as chamadas disparidades raciais, notadamente em relação à população preta/parda. Objetivos: Descrever uma série histórica da mortalidade materna, e suas características, no município do Rio de Janeiro, no período de 2010 a 2019, e analisar a relação entre as disparidades raciais e a elevada RMM neste município. Metodologia: estudo observacional do tipo transversal, que utilizou microdados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), do Ministério da Saúde. Estes dados foram desagregados pela raça/cor da mulher (brancas, pretas e pardas) e pelas faixas etárias da idade fértil (15-19 anos; 20-39 anos; e 40 anos e mais). Para comparar a razão em cada categoria das covariáveis foi utilizado o teste do χ2 de Pearson e seu respectivo valor de p, e para explorar a diferença na razão de mortalidade materna das respectivas variáveis, os dados foram ajustados por meio de um modelo de Poisson. Resultados: Entre 2010 e 2019 ocorreram 732 óbitos maternos no Município do Rio de Janeiro. A análise sobre a tendência temporal da mortalidade materna geral, demonstrou que houve um declínio significativo entre 2010 e 2018 (a RMM caiu de 89 para 63; percentual de 29,2%), seguindo-se uma nova tendência de elevação em 2019 (a RMM subiu para 87; percentual de 38%). Observou-se uma maior RMM para as faixas etárias mais velhas, principalmente para mulheres com mais de 40 anos (RP=18,80, IC 95% 13,54 – 26,78; p<0,0001), e para as mulheres pretas (RP=2,31, IC 95% 1,90 – 2,80; p< 0,0001). Conclusões: A mortalidade materna permanece elevada no município do Rio de Janeiro, mesmo após a expansão da ESF até 50% de cobertura, indicando que vários fatores causais podem estar relacionados ao atual patamar. A tendência temporal de queda, seguida de nova elevação, pode estar relacionada à restrição nacional de gastos com saúde e ao processo de “desmonte” das clínicas de família no município, ocorridos nos últimos 4 anos. As disparidades raciais persistem, na comparação entre pretas e brancas, e maiores estudos necessitam ser realizados, para se concluir se o racismo institucional está presente no SUS, como um fator de risco para a mortalidade materna das mulheres pretas.
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spelling Alves, Lúcio Gomes RodriguesGuimarães, Raphael Mendonça2022-09-22T21:11:00Z2022-09-22T21:11:00Z2020ALVES, Lúcio Gomes Rodrigues. Desigualdades raciais na mortalidade materna no Município do Rio de Janeiro: 2010 – 2019. 2020. 81 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54848Introdução: O município do Rio de Janeiro apresenta uma Razão de Mortalidade Materna (RMM) elevada há décadas e não tem conseguido sua redução efetiva, a despeito de ter passado por uma grande expansão da Estratégia de Saúde da Família (ESF) entre 2009 e 2016. Uma das possíveis causas para essa “resistência” à redução da RMM poderiam ser as chamadas disparidades raciais, notadamente em relação à população preta/parda. Objetivos: Descrever uma série histórica da mortalidade materna, e suas características, no município do Rio de Janeiro, no período de 2010 a 2019, e analisar a relação entre as disparidades raciais e a elevada RMM neste município. Metodologia: estudo observacional do tipo transversal, que utilizou microdados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), do Ministério da Saúde. Estes dados foram desagregados pela raça/cor da mulher (brancas, pretas e pardas) e pelas faixas etárias da idade fértil (15-19 anos; 20-39 anos; e 40 anos e mais). Para comparar a razão em cada categoria das covariáveis foi utilizado o teste do χ2 de Pearson e seu respectivo valor de p, e para explorar a diferença na razão de mortalidade materna das respectivas variáveis, os dados foram ajustados por meio de um modelo de Poisson. Resultados: Entre 2010 e 2019 ocorreram 732 óbitos maternos no Município do Rio de Janeiro. A análise sobre a tendência temporal da mortalidade materna geral, demonstrou que houve um declínio significativo entre 2010 e 2018 (a RMM caiu de 89 para 63; percentual de 29,2%), seguindo-se uma nova tendência de elevação em 2019 (a RMM subiu para 87; percentual de 38%). Observou-se uma maior RMM para as faixas etárias mais velhas, principalmente para mulheres com mais de 40 anos (RP=18,80, IC 95% 13,54 – 26,78; p<0,0001), e para as mulheres pretas (RP=2,31, IC 95% 1,90 – 2,80; p< 0,0001). Conclusões: A mortalidade materna permanece elevada no município do Rio de Janeiro, mesmo após a expansão da ESF até 50% de cobertura, indicando que vários fatores causais podem estar relacionados ao atual patamar. A tendência temporal de queda, seguida de nova elevação, pode estar relacionada à restrição nacional de gastos com saúde e ao processo de “desmonte” das clínicas de família no município, ocorridos nos últimos 4 anos. As disparidades raciais persistem, na comparação entre pretas e brancas, e maiores estudos necessitam ser realizados, para se concluir se o racismo institucional está presente no SUS, como um fator de risco para a mortalidade materna das mulheres pretas.Introduction: The city of Rio de Janeiro has had a high Maternal Mortality Ratio (MMR) for decades and has not been able to effectively reduce it, despite having undergone a major expansion of Primary Health Care (PHC), between 2009 and 2016. One of the possible causes for this “resistance” to the reduction of MMR could be the so-called racial disparities, notably in relation to the black / pardo population. Objectives: To describe a historical series of maternal mortality, and its characteristics, in the city of Rio de Janeiro, in the period from 2010 to 2019, and to analyze the relationship between racial disparities and the high RMM in this municipality. Methodology: observational cross-sectional study, using microdata from the Mortality Information System (SIM) and the Live Birth Information System (SINASC), from the Ministry of Health. These data were disaggregated by the race / color of the woman (white, blacks and pardas) and the fertile age groups (15-19 years; 20-39 years; and 40 years and over). To compare the ratio in each category of covariates, Pearson's χ2 test and its respective p-value were used, and to explore the difference in the maternal mortality ratio of the respective variables, the data were adjusted using a Poisson model. Results: Between 2010 and 2019 there were 732 maternal deaths in the city of Rio de Janeiro. The analysis of the time trend of general maternal mortality showed that there was a significant decline between 2010 and 2018 (RMM fell from 89 to 63; 29.2% percentage), followed by a further upward trend in 2019 (the RMM rose to 87; 38% percentage). A higher RMM was observed for older age groups, especially for women over 40 years old (PR = 18.80, 95% CI 13.54 - 26.78; p <0.0001), and for women black (PR = 2.31, 95% CI 1.90 - 2.80; p <0.0001). Conclusions: Maternal mortality remains high in the city of Rio de Janeiro, even after the expansion of the FHS to 50% coverage, indicating that several causal factors may be related to the current level. The downward trend in time, followed by a further rise, may be related to the national restriction on health spending and the process of "dismantling" of family clinics in the municipality, which occurred in the last 4 years. The racial disparities persist, in the comparison between black and white, and further studies need to be carried out, in order to conclude whether institutional racism is present in SUS, as a risk factor for the maternal mortality of black women.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porMortalidade MaternaDisparidades RaciaisEstratégia de Saúde da FamíliaAtenção Primária à SaúdeMaternal MortalityRacial DisparitiesFamily Health StrategyPrimary Health CareMortalidade Materna 2010 - 2019 Rio de JaneiroGrupos de Populações ContinentaisDisparidades nos Níveis de SaúdeEstratégia Saúde da FamíliaAtenção Primária à SaúdeRegistros de MortalidadeDisparidades RaciaisEstudo ObservacionalDesigualdades raciais na mortalidade materna no Município do Rio de Janeiro: 2010 – 2019Racial inequalities in maternal mortality in the municipality of Rio January: 2010 – 2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2020-06-18Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Mestrado AcadêmicoRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/54848/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Lúcio_Gomes_Rodrigues_Alves_ENSP_mest_2020.pdfapplication/pdf1738758https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/54848/2/ve_L%c3%bacio_Gomes_Rodrigues_Alves_ENSP_mest_2020.pdfad4fdf178de621c5861889804b43896bMD52icict/548482023-01-12 10:42:00.629oai:www.arca.fiocruz.br:icict/54848Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-12T13:42Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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