Detecção de Adenovirus, Bocavirus e Sapovirus em crianças da região amazônica apresentando doença diarreica aguda ou infecção respiratória aguda
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54409 |
Resumo: | A doença diarréica aguda (DDA) ou gastrenterite aguda (GA) é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (vírus, bactérias e parasitas), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas, podendo trazer sintomas mais graves dependendo do quadro infeccioso. A DDA é a principal causa de mortalidade entre crianças menores de cinco anos de idade, devido ao grave quadro de desidratação causado, algo que se agrava em regiões que carecem de saneamento básico e assistência médica. Os Rotavirus do grupo A (RVA) são importantes responsáveis por um terço dos casos de DDA em neonatos e lactantes. Por isso em 2006, a Organização Pan Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) declararam como prioridade nas Américas a vacinação contra o RVA nos Programas Nacionais de Imunização (PNI), com a meta de prevenir mortes e hospitalizações causadas por este agente viral causador de mortalidade e morbidade nas Américas. No Brasil foi introduzida a vacina monovalente Rotarix® (Vacina Oral Rotavirus Humano: VORH, chamada de RV1), e apesar das hospitalizações e mortalidade infantil terem sido significantemente reduzidas após sua inserção, casos de DDA continuam ocorrendo mesmo em crianças vacinadas, algo que pode estar relacionado à recombinação genética do RVA, a susceptibilidade do hospedeiro à infecção ou a um vírus gastrentrico emergente estar assumindo o lugar do RVA como grande causador de DDA. Dentro deste panorama, este trabalho é parte de um projeto maior que tem como objetivo principal identificar os vírus causadores de DDA, em uma coorte de crianças de 0 a 5 anos atendidas no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) do estado de Roraima, em Boa Vista, buscando identificar se há a ascensão de outro vírus causador de DDA e evidenciar o funcionamento do PNI numa região com diversos locais indígenas de difícil acesso e grande fluxo de imigrantes. Neste projeto maior foram incluídas amostras de crianças com quadro de infecção respiratória aguda (IRA), da mesma faixa etária, como um grupo controle. Além disso, os resultados de detecção de RVA e norovirus, assim como o perfil de RV1 vacinal das crianças foram considerados. Essa dissertação apresenta os resultados da pesquisa dos Adenovirus (HAdV) e Bocavirus (HBoV) humanos, ambos causadores tanto de DDA como de IRA e do Sapovirus humano (SaV), este último considerado vírus emergente causador somente de DDA. Um método de quantitative polymerase chain reaction (qPCR) duplex foi padronizado para a detecção simultânea de HAdV e HBoV em amostras de fezes e saliva, e a frequência destes vírus foi determinada. Para ambos os grupos de crianças com DDA e IRA a frequência detectada foi similar, no entanto maior para HAdV (DDA 33,6%; IRA 39,8%) do que para HBoV (DDA 14,2%; IRA 14,1%). A genotipagem das amostras de HAdV e HBoV positivas apresentou uma grande diversidade de genótipos para HAdV, como HAdV53 e HAdV56 entre outros em amostras de crianças tanto com DDA como IRA. Uma alta frequência de HBoV1 em amostras de crianças com DDA foi detectada e ao contrário, HBoV2 foi mais frequente em amostras de crianças com IRA. Os genótipos identificados tanto de HAdV como HBoV foram detectados tanto em fezes quanto em saliva, e a presença de RNA mensageiro de HBoV1 em três amostras de crianças com DDA evidenciou este genótipo como um causador de DDA neste grupo de crianças. O SaV humano foi detectado em fezes de crianças com DDA e IRA por meio de reverse transcriptase quantiative polymerase chain reaction (RT-qPCR) a uma frequência similar nosdois grupos, porém menor (DDA 7,2%; IRA 6,8%), em comparação aos HAdV e HBoV, indicando que estes vírus podem estar circulando no grupo de crianças estudado, mesmo sem causar DDA |
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A DDA é a principal causa de mortalidade entre crianças menores de cinco anos de idade, devido ao grave quadro de desidratação causado, algo que se agrava em regiões que carecem de saneamento básico e assistência médica. Os Rotavirus do grupo A (RVA) são importantes responsáveis por um terço dos casos de DDA em neonatos e lactantes. Por isso em 2006, a Organização Pan Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) declararam como prioridade nas Américas a vacinação contra o RVA nos Programas Nacionais de Imunização (PNI), com a meta de prevenir mortes e hospitalizações causadas por este agente viral causador de mortalidade e morbidade nas Américas. No Brasil foi introduzida a vacina monovalente Rotarix® (Vacina Oral Rotavirus Humano: VORH, chamada de RV1), e apesar das hospitalizações e mortalidade infantil terem sido significantemente reduzidas após sua inserção, casos de DDA continuam ocorrendo mesmo em crianças vacinadas, algo que pode estar relacionado à recombinação genética do RVA, a susceptibilidade do hospedeiro à infecção ou a um vírus gastrentrico emergente estar assumindo o lugar do RVA como grande causador de DDA. Dentro deste panorama, este trabalho é parte de um projeto maior que tem como objetivo principal identificar os vírus causadores de DDA, em uma coorte de crianças de 0 a 5 anos atendidas no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) do estado de Roraima, em Boa Vista, buscando identificar se há a ascensão de outro vírus causador de DDA e evidenciar o funcionamento do PNI numa região com diversos locais indígenas de difícil acesso e grande fluxo de imigrantes. Neste projeto maior foram incluídas amostras de crianças com quadro de infecção respiratória aguda (IRA), da mesma faixa etária, como um grupo controle. Além disso, os resultados de detecção de RVA e norovirus, assim como o perfil de RV1 vacinal das crianças foram considerados. Essa dissertação apresenta os resultados da pesquisa dos Adenovirus (HAdV) e Bocavirus (HBoV) humanos, ambos causadores tanto de DDA como de IRA e do Sapovirus humano (SaV), este último considerado vírus emergente causador somente de DDA. Um método de quantitative polymerase chain reaction (qPCR) duplex foi padronizado para a detecção simultânea de HAdV e HBoV em amostras de fezes e saliva, e a frequência destes vírus foi determinada. Para ambos os grupos de crianças com DDA e IRA a frequência detectada foi similar, no entanto maior para HAdV (DDA 33,6%; IRA 39,8%) do que para HBoV (DDA 14,2%; IRA 14,1%). A genotipagem das amostras de HAdV e HBoV positivas apresentou uma grande diversidade de genótipos para HAdV, como HAdV53 e HAdV56 entre outros em amostras de crianças tanto com DDA como IRA. Uma alta frequência de HBoV1 em amostras de crianças com DDA foi detectada e ao contrário, HBoV2 foi mais frequente em amostras de crianças com IRA. Os genótipos identificados tanto de HAdV como HBoV foram detectados tanto em fezes quanto em saliva, e a presença de RNA mensageiro de HBoV1 em três amostras de crianças com DDA evidenciou este genótipo como um causador de DDA neste grupo de crianças. O SaV humano foi detectado em fezes de crianças com DDA e IRA por meio de reverse transcriptase quantiative polymerase chain reaction (RT-qPCR) a uma frequência similar nosdois grupos, porém menor (DDA 7,2%; IRA 6,8%), em comparação aos HAdV e HBoV, indicando que estes vírus podem estar circulando no grupo de crianças estudado, mesmo sem causar DDAFundação Oswaldo Cruz. 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