Viver e crescer no hospital: como crianças com hospitalizações prolongadas apropriam-se do ambiente hospitalar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25252 |
Resumo: | Nas últimas décadas, o número de crianças sobreviventes graças ao acesso a tecnologias e ao avanço da área da saúde aumentou significamente. Tais crianças, aqui chamadas de crianças com condições crônicas e complexas de saúde, necessitam de cuidados de saúde complexos e, muitas vezes, ficam longos períodos hospitalizadas no início da infância. Apesar de o hospital não estar preparado para essa situação, essas crianças acabam crescendo e se apropriando desse espaço e das relações que ali acontecem, habitando esse espaço. Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi investigar as formas de apropriação do ambiente hospitalar, tanto físico como relacional, pelas crianças com condições crônicas e complexas de saúde que passam o período inicial de suas vidas internadas. Os objetivos específicos foram: traçar o perfil das crianças com condições crônicas e complexas de saúde que passam o período inicial de suas vidas internadas; descrever o cotidiano no hospital dessas crianças; investigar como ocorrem as mediações com essas crianças no espaço hospitalar; refletir sobre a interação estabelecida entre essas crianças e o ambiente hospitalar. Como percurso metodológico utilizamos a abordagem etnográfica, com observações participantes do cotidiano da hospitalização dessas crianças e entrevistas narrativas com seus acompanhantes e com os profissionais de saúde, como técnicas de produção de dados. A análise dos dados foi feita a partir da análise de conteúdo na modalidade temática, articulando os dados produzidos com o referencial teórico abordado na pesquisa. O dado que mais chamou atenção no perfil das crianças foi a idade de admissão no hospital. Das cinco crianças participantes do estudo, três foram admitidas no dia do nascimento e duas antes dos seis meses de idade, o que mostra que essas crianças são hospitalizadas muito cedo. Da análise das entrevistas emergiram três categorias: O cotidiano na hospitalização, que fala sobre o cotidiano das crianças e suas mães na hospitalização, análise que nos mostrar como o cuidado em saúde e os espaços restritos regem o cotidiano desses sujeitos; Com a palavra, as mães, que apresenta a visão das mães sobre o cotidiano da hospitalização, como elas também se sentem \201Cinternadas\201D e têm seu cotidiano regido por uma ordem externa; e Um saber que emerge do cotidiano de trabalho, que fala da experiência dos profissionais no cuidado com as crianças com CCC com hospitalizações prolongadas e assim evidencia como esse saber se constrói na prática e é gerador de diversas reflexões sobre o paradigma curativo. O estudo nos mostrou como a mediação da mãe é fundamental para a apropriação do cotidiano hospitalar pela criança. A mãe imprime subjetividade durante a realização dos cuidados e cria espaços mais democráticos no cotidiano hospitalar, auxiliando, assim, o processo de como a criança com condição crônica e complexa em saúde com hospitalização prolongada habita o hospital. |
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Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi investigar as formas de apropriação do ambiente hospitalar, tanto físico como relacional, pelas crianças com condições crônicas e complexas de saúde que passam o período inicial de suas vidas internadas. Os objetivos específicos foram: traçar o perfil das crianças com condições crônicas e complexas de saúde que passam o período inicial de suas vidas internadas; descrever o cotidiano no hospital dessas crianças; investigar como ocorrem as mediações com essas crianças no espaço hospitalar; refletir sobre a interação estabelecida entre essas crianças e o ambiente hospitalar. Como percurso metodológico utilizamos a abordagem etnográfica, com observações participantes do cotidiano da hospitalização dessas crianças e entrevistas narrativas com seus acompanhantes e com os profissionais de saúde, como técnicas de produção de dados. 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