Demografia e saúde dos índios Xavante do Brasil Central

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Luciene Guimarães de
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4489
Resumo: Nos últimos anos tem havido um crescente número de estudos que tratam de aspectos demográficos dos povos indígenas no Brasil. Uma das questões demográficas mais assinaladas é o rápido crescimento demográfico de muitas etnias indígenas. No entanto, pouco se sabe sobre os componentes da dinâmica demográfica responsável por este processo. Neste trabalho investigamos características do comportamento demográfico dos Xavante, povo indígena localizado na região central do Brasil, em Mato Grosso, no período de 1999 a 2004. Apresenta-se também uma análise do perfil demográfico de três aldeias Bororo no período de 1993 a 1996. As fontes de informações utilizadas são o censo populacional e o registro de eventos vitais. Os resultados mostram uma estrutura etária típica de povos indígenas que se encontra em processo de recuperação populacional, destacando-se altos níveis de fecundidade (8,2 filhos nascidos vivos por mulher) mortalidade em declínio. Contudo, as taxas de mortalidade, particularmente a infantil (96,7 por mil nascimentos vivos), ainda se apresentam em níveis bastante elevados, em muito superando as médias nacionais. Os óbitos em menores de um ano estiveram concentrados no componente pós-neonatal e neonatal precoce, os quais corresponderam a cerca de 67,9% e 20,6% dos óbitos infantis registrados. Foi possível comprovar um comportamento demográfico caracterizado por elevados níveis de natalidade, resultando em uma estrutura etária bastante jovem. Em comparação com a população brasileira, os Xavante apresentam elevadas taxas de crescimento populacional, com crescimento médio de 4,4% ao ano. A alta natalidade observada entre os Xavante se reflete na elevada proporção de população com idade inferior a 15 anos (53,4%) e uma idade mediana de 13 anos. As taxas de mortalidade sinalizam para uma concentração de óbitos em crianças, sobretudo naquelas menores de cinco anos de idade. O crescimento vegetativo foi o principal fator responsável pelo crescimento populacional, considerando que as migrações externas, entradas e saídas para áreas não-xavante ou para áreas urbanas foram irrelevantes. Além do aumento populacional, houve um aumento expressivo no número de novas aldeias, o que se associa ao faccionalismo político que se encontra bem descrito na literatura etnológica sobre os Xavante. Destaca-se a importância da coleta e análise sistemáticas de dados demográficos para o aprimoramento dos registros e sua utilização pelos serviços de atenção à saúde indígena, informações estas de fundamental importância para o planejamento, o monitoramento e a avaliação das atividades e programas de saúde.
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Apresenta-se também uma análise do perfil demográfico de três aldeias Bororo no período de 1993 a 1996. As fontes de informações utilizadas são o censo populacional e o registro de eventos vitais. Os resultados mostram uma estrutura etária típica de povos indígenas que se encontra em processo de recuperação populacional, destacando-se altos níveis de fecundidade (8,2 filhos nascidos vivos por mulher) mortalidade em declínio. Contudo, as taxas de mortalidade, particularmente a infantil (96,7 por mil nascimentos vivos), ainda se apresentam em níveis bastante elevados, em muito superando as médias nacionais. Os óbitos em menores de um ano estiveram concentrados no componente pós-neonatal e neonatal precoce, os quais corresponderam a cerca de 67,9% e 20,6% dos óbitos infantis registrados. Foi possível comprovar um comportamento demográfico caracterizado por elevados níveis de natalidade, resultando em uma estrutura etária bastante jovem. Em comparação com a população brasileira, os Xavante apresentam elevadas taxas de crescimento populacional, com crescimento médio de 4,4% ao ano. A alta natalidade observada entre os Xavante se reflete na elevada proporção de população com idade inferior a 15 anos (53,4%) e uma idade mediana de 13 anos. As taxas de mortalidade sinalizam para uma concentração de óbitos em crianças, sobretudo naquelas menores de cinco anos de idade. O crescimento vegetativo foi o principal fator responsável pelo crescimento populacional, considerando que as migrações externas, entradas e saídas para áreas não-xavante ou para áreas urbanas foram irrelevantes. Além do aumento populacional, houve um aumento expressivo no número de novas aldeias, o que se associa ao faccionalismo político que se encontra bem descrito na literatura etnológica sobre os Xavante. Destaca-se a importância da coleta e análise sistemáticas de dados demográficos para o aprimoramento dos registros e sua utilização pelos serviços de atenção à saúde indígena, informações estas de fundamental importância para o planejamento, o monitoramento e a avaliação das atividades e programas de saúde.Studies that have recently addressed the demographic characteristics of Brazilian indigenous peoples have documented rapid population growth among many groups. However, little is known about the demographic dynamics that may account for this growth. In the present study we investigate the demographic behavior of the Xavante, an indigenous people of Mato Grosso, central Brazil, during the period from 1999 to 2004, with emphasis on how different demographic components interact, using information derived from household censuses and vital statistics.It is also presented an analysis of the demographic profile of three villages Bororo in the period of 1993 to 1996. The results show the young age structure typically seen in indigenous groups recovering from a population crash, with high fertility (an average of 8.2 live births per woman), and declining mortality. Mortality rates, however, especially infant mortality (97 per thousand), remain high relative to national rates. A result of the high birth rate is that a large proportion of the population (53.4 percent) is under the age of 15, with a median age of 13. Mortality is concentrated in children under five years of age. Natural increase is the main factor in population growth, since migration into or out of the Xavante area is minimal. A striking finding is that the implementation of improved health care for young children at the beginning of the investigated period led to a drop in infant mortality. Fewer infant deaths correlated with longer intervals between births and lower birth rates. Not only is the population growing at an average rate of 4.4 percent a year, but the number of villages on some of the six Xavante reservations is increasing. This process of village splitting is due in part to the political factionalism frequently described in ethnographic accounts of the Xavante. The study stresses the importance of collecting accurate demographic and epidemiological information in order to plan and evaluate appropriate health care systems for the indigenous peoples of Brazil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porDemografiaIndicadores de SaúdeNatalidadeFecundidadeMortalidadeMigraçãoÍndios Sul-AmericanosDemographyHealth Status IndicatorsBirth RateFertilityMortalityHuman MigrationIndians, South AmericanDemografiaIndicadores Básicos de SaúdeCoeficiente de NatalidadeFecundidadeMortalidadeMigração HumanaÍndios Sul-AmericanosDemografia e saúde dos índios Xavante do Brasil CentralDemography and health of the Xavante indians of Central Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4489/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Luciene_Souza_ENSP_2008.pdfapplication/pdf2213145https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4489/2/ve_Luciene_Souza_ENSP_2008.pdf44ed31d32baef4366a3ec3319f4b97d7MD52TEXT346.pdf.txt346.pdf.txtExtracted texttext/plain335810https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4489/5/346.pdf.txtb772a1dab9f272ea990c046d19163622MD55ve_Luciene_Souza_ENSP_2008.pdf.txtve_Luciene_Souza_ENSP_2008.pdf.txtExtracted texttext/plain335810https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4489/6/ve_Luciene_Souza_ENSP_2008.pdf.txtb772a1dab9f272ea990c046d19163622MD56THUMBNAIL346.pdf.jpg346.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1136https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4489/4/346.pdf.jpge7869781142be8940c60b5ddc4867bc3MD54icict/44892023-08-23 12:59:50.27oai:www.arca.fiocruz.br:icict/4489Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-08-23T15:59:50Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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