Territórios da atenção básica: múltiplos, singulares ou inexistentes?
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/17935 |
Resumo: | A tese contextualiza e sistematiza em um quadro analítico os diferentes discursos do gestor federal, sobre as delimitações territoriais onde se organizam os serviços e as ações de saúde da Atenção Básica (ABS), em especial aquelas sob a responsabilidade da Estratégia Saúde da Família (ESF). Analisa a política de ABS e outras normativas a ela vinculadas, de modo a identificar os territórios onde são instituídas as práticas de saúde, articulando-os ao contexto institucional e operacional do Sistema Único de Saúde Brasileiro (SUS), nas esferas nacional, estadual e municipal. No esforço de situar a problemática em pauta, fez-se um olhar retrospectivo sobre a política de saúde e os modelos de atenção vigentes no período 1986-2006, como momento significativo de constituição e fortalecimento do SUS e como construto empírico da análise. Os discursos proferidos nos textos oficiais junto aos contidos em artigos científicos e teses sobre o tema compuseram o corpus necessário ao trabalho de pesquisa, para o qual se utilizou o referencial metodológico da análise de discurso proposta por Orlandi. O SUS se consolida desde 1988 por meio de modelos de atenção e arranjos organizacionais que respondem em cada contexto histórico, às necessidades e aos problemas de saúde; aos perfis de mortalidade e morbidade; a composição demográfica regional e ao crescimento populacional, e, sobretudo, a organização espacial dos lugares, de modo a oferecer acesso aos serviços de saúde de qualidade próximos dos cidadãos, e cuidados humanizados de forma descentralizada e equânime para cumprir os princípios da universalidade e integralidade da atenção. A partir dos anos 90, dispositivos infraconstitucionais (leis, portarias e normas) reafirmaram princípios e diretrizes do SUS e propuseram estratégias para o reordenamento do sistema, vinculando serviços e usuários a sistemas municipais de saúde, estruturados por redes de atenção em subsistemas municipais de base territorial, orientados segundo os princípios de regionalização e hierarquização. A ABS colocada como pilar da organização do sistema de saúde no Brasil desde os anos 70 equivale à atenção primária à saúde preconizada pela conferência de Alma Ata em 1978. A busca de instituí-la no país por mais de 30 anos se concretiza com a Portaria nº 646/GM de 28 de março de 2006, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e destaca a ESF como prioritária para mudança do modelo de atenção. Verifica-se nos enunciados dos documentos oficiais analisados no período 1990-2006 uma multiplicidade de termos que indicam o “território” como o lócus privilegiado das práticas de saúde e do fortalecimento da relação profissional, usuário e comunidade, e a “territorialização” como estratégia de reconhecimento e localização dos problemas e necessidades de saúde. |
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Gondim, Grácia Maria de MirandaBarcellos Neto, Christovam de Castro2017-03-06T14:38:05Z2017-03-06T14:38:05Z2011GONDIM, Grácia Maria de Miranda. Territórios da atenção básica: múltiplos, singulares ou inexistentes?. 2011. 255 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2011.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/17935A tese contextualiza e sistematiza em um quadro analítico os diferentes discursos do gestor federal, sobre as delimitações territoriais onde se organizam os serviços e as ações de saúde da Atenção Básica (ABS), em especial aquelas sob a responsabilidade da Estratégia Saúde da Família (ESF). Analisa a política de ABS e outras normativas a ela vinculadas, de modo a identificar os territórios onde são instituídas as práticas de saúde, articulando-os ao contexto institucional e operacional do Sistema Único de Saúde Brasileiro (SUS), nas esferas nacional, estadual e municipal. No esforço de situar a problemática em pauta, fez-se um olhar retrospectivo sobre a política de saúde e os modelos de atenção vigentes no período 1986-2006, como momento significativo de constituição e fortalecimento do SUS e como construto empírico da análise. Os discursos proferidos nos textos oficiais junto aos contidos em artigos científicos e teses sobre o tema compuseram o corpus necessário ao trabalho de pesquisa, para o qual se utilizou o referencial metodológico da análise de discurso proposta por Orlandi. O SUS se consolida desde 1988 por meio de modelos de atenção e arranjos organizacionais que respondem em cada contexto histórico, às necessidades e aos problemas de saúde; aos perfis de mortalidade e morbidade; a composição demográfica regional e ao crescimento populacional, e, sobretudo, a organização espacial dos lugares, de modo a oferecer acesso aos serviços de saúde de qualidade próximos dos cidadãos, e cuidados humanizados de forma descentralizada e equânime para cumprir os princípios da universalidade e integralidade da atenção. A partir dos anos 90, dispositivos infraconstitucionais (leis, portarias e normas) reafirmaram princípios e diretrizes do SUS e propuseram estratégias para o reordenamento do sistema, vinculando serviços e usuários a sistemas municipais de saúde, estruturados por redes de atenção em subsistemas municipais de base territorial, orientados segundo os princípios de regionalização e hierarquização. A ABS colocada como pilar da organização do sistema de saúde no Brasil desde os anos 70 equivale à atenção primária à saúde preconizada pela conferência de Alma Ata em 1978. A busca de instituí-la no país por mais de 30 anos se concretiza com a Portaria nº 646/GM de 28 de março de 2006, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e destaca a ESF como prioritária para mudança do modelo de atenção. Verifica-se nos enunciados dos documentos oficiais analisados no período 1990-2006 uma multiplicidade de termos que indicam o “território” como o lócus privilegiado das práticas de saúde e do fortalecimento da relação profissional, usuário e comunidade, e a “territorialização” como estratégia de reconhecimento e localização dos problemas e necessidades de saúde.This present thesis contextualizes and systematizes in an analytical framework the different discourses of national level managers about territorial demarcations, where services and activities of Basic Health Care (ABS in Portuguese) are organized, in particular those under the responsibility of Family Health Strategy (ESF in Portuguese). ABS policy and other related normative are analysed ,to identify the territories where health practices, take place, articulated to institutional and operational context of the Brazilian health system (SUS in Portuguese), along the national, state and municipal levels. In order to to address this agenda, a retrospective outlook on health policy and the existing health attention models was performed focusing during the period of 1986- 2006, as a significant moment of constitution and strengthening of SUS and as a construct for empirical analysis. The discourses registred in official documents, as well as scientific articles and thesis composed the necessary corpus to the research work, using the methodological approach of discourse analysis proposed by Orlandi. The SUS has been consolidated since 1988 by means of health attention models and organizational arrangements according to each historical context, health problems and necessities, morbidity and mortality profiles; regional demographic composition and population growth, and especially the spatial organization of places, intending to offer access to quality and humanized health care services to citizens, according to the principles of decentralization, integralization and equity. From 1990s, infraconstitutional documents (laws, norms and guides) reaffirmed SUS principles and guidelines and proposed strategies for a system political shift linking services and users to municipal health systems, which were structured by health care networks configuring municipal subsystems onto a territorial basis, following the logic of regional and hierarchical arragements The ABS is assumed as a base stone of health care organization in Brazil since the 1970s, in agreement to the recommendations of 1978 Alma Ata Conference. The effort of institutionalization during 30 years has been materialized with norm 646/GM of 28 March 2006, which approved the national policy for health basic care (PNAB in Portuguese) and highlighted the ESF as a priority to change the health care model. Several official documents during the period 1990-2006 enunciate a multitude of terms that indicate the "territory" as privileged locus of health practices and strengthening the relationship among health professionals, users and community. In this sense, "territorialisation" is assumed as a strategy for recognition and location of health problems and necessities.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porTerritorialidadeAtenção Primária a SaúdePrograma Saúde da FamíliaDescentralizaçãoPolítica de SaúdeTerritoryTerritorializationBasic careFamily health StrategyHealth policyTerritorialidadeAtenção Primária à SaúdeDescentralizaçãoPrograma Saúde da FamíliaPolítica de SaúdeTerritórios da atenção básica: múltiplos, singulares ou inexistentes?Territories of primary care: multiple, natural or non-existent?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALve_Gracia_Gondim_ENSP_2011.pdfapplication/pdf4797874https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/17935/1/ve_Gracia_Gondim_ENSP_2011.pdf81ee23d7842899981f5d111f42a5813eMD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/17935/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXT1118.pdf.txt1118.pdf.txtExtracted texttext/plain615508https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/17935/3/1118.pdf.txtcb900b8d7fd25071bbb819d9d566a3c5MD53ve_Gracia_Gondim_ENSP_2011.pdf.txtve_Gracia_Gondim_ENSP_2011.pdf.txtExtracted texttext/plain615508https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/17935/4/ve_Gracia_Gondim_ENSP_2011.pdf.txtcb900b8d7fd25071bbb819d9d566a3c5MD54icict/179352023-08-23 12:30:54.395oai:www.arca.fiocruz.br:icict/17935Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-08-23T15:30:54Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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