Do diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dias, Henrique Sant'Anna
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27929
Resumo: Este trabalho teve como objetivo analisar as interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde no Brasil de 2003 a 2015. Buscou-se compreender os aspectos político-institucionais e os condicionantes históricos da atuação das entidades médicas nacionais (FENAM, CFM e AMB), as características da política nacional e as relações estabelecidas entre agentes governamentais e da corporação. A pesquisa ancorou-se no campo da análise da política pública e utilizou contribuições do institucionalismo histórico e construtivista, da análise setorial e do enfoque do Estado-na-sociedade (State-in-society approach), além de conceitos sociológicos. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, com a utilização das seguintes estratégias metodológicas: revisão bibliográfica; mapeamento e análise documental; e realização de entrevistas abertas com atores governamentais e da corporação médica. Nos governos Lula (2003-2010), foram observados três momentos da interação governo-corporação médica: o primeiro, de 2003 a meados de 2005, compreendeu a estruturação da política nacional, a articulação corporativa sustentada no objetivo de fortalecimento e unidade médica nacional e relações de diálogo e participação em instâncias governamentais, favorecidas pelo desenho da política; o segundo momento (meados de 2005 a meados de 2007) registrou certa ênfase da medicina no conteúdo da política, consolidação da aliança e atuação conjunta das entidades e manutenção das relações de diálogo e participação em espaços de acomodação das tensões; e no terceiro (meados de 2007 a 2010), evidenciou-se centralidade da medicina na agenda governamental, com crescente mobilização das entidades voltada para o SUS e conquistas decorrentes da sua atuação junto ao governo. Entre 2011 e 2015 (governo Dilma I e 1º ano do 2º mandato), identificou-se dois momentos: o primeiro (2011-2012), marcado pela medicina como objeto prioritário da política, em contexto de mudanças na conduta governamental, intensificação das mobilizações corporativas em torno do SUS e tensões no diálogo com o governo; no segundo, o provimento de médicos tornou-se marco de governo, acompanhado de deterioração das relações com as entidades médicas, ruptura e oposição da corporação ao governo federal. Concluiu-se que a atuação política das entidades é condicionada historicamente, remetendo às suas origens e trajetórias; a política governamental combinou ênfase gradativa na profissão médica, mas com alterações nas suas diretrizes e regras de operacionalização, saindo da situação de diálogo para a de ruptura, com prejuízos à negociação e possibilidade de perda de apoio dos médicos ao projeto do SUS.
id CRUZ_b8e9f1e45463e1b3c914a1457f07785d
oai_identifier_str oai:www.arca.fiocruz.br:icict/27929
network_acronym_str CRUZ
network_name_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
repository_id_str 2135
spelling Dias, Henrique Sant'AnnaLima, Luciana Dias deTeixeira, Marcia2018-08-06T13:48:40Z2018-08-06T13:48:40Z2018DIAS, Henrique Sant'Anna. Do diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde. 2018. 187 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública e Meio Ambiente) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27929Este trabalho teve como objetivo analisar as interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde no Brasil de 2003 a 2015. Buscou-se compreender os aspectos político-institucionais e os condicionantes históricos da atuação das entidades médicas nacionais (FENAM, CFM e AMB), as características da política nacional e as relações estabelecidas entre agentes governamentais e da corporação. A pesquisa ancorou-se no campo da análise da política pública e utilizou contribuições do institucionalismo histórico e construtivista, da análise setorial e do enfoque do Estado-na-sociedade (State-in-society approach), além de conceitos sociológicos. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, com a utilização das seguintes estratégias metodológicas: revisão bibliográfica; mapeamento e análise documental; e realização de entrevistas abertas com atores governamentais e da corporação médica. Nos governos Lula (2003-2010), foram observados três momentos da interação governo-corporação médica: o primeiro, de 2003 a meados de 2005, compreendeu a estruturação da política nacional, a articulação corporativa sustentada no objetivo de fortalecimento e unidade médica nacional e relações de diálogo e participação em instâncias governamentais, favorecidas pelo desenho da política; o segundo momento (meados de 2005 a meados de 2007) registrou certa ênfase da medicina no conteúdo da política, consolidação da aliança e atuação conjunta das entidades e manutenção das relações de diálogo e participação em espaços de acomodação das tensões; e no terceiro (meados de 2007 a 2010), evidenciou-se centralidade da medicina na agenda governamental, com crescente mobilização das entidades voltada para o SUS e conquistas decorrentes da sua atuação junto ao governo. Entre 2011 e 2015 (governo Dilma I e 1º ano do 2º mandato), identificou-se dois momentos: o primeiro (2011-2012), marcado pela medicina como objeto prioritário da política, em contexto de mudanças na conduta governamental, intensificação das mobilizações corporativas em torno do SUS e tensões no diálogo com o governo; no segundo, o provimento de médicos tornou-se marco de governo, acompanhado de deterioração das relações com as entidades médicas, ruptura e oposição da corporação ao governo federal. Concluiu-se que a atuação política das entidades é condicionada historicamente, remetendo às suas origens e trajetórias; a política governamental combinou ênfase gradativa na profissão médica, mas com alterações nas suas diretrizes e regras de operacionalização, saindo da situação de diálogo para a de ruptura, com prejuízos à negociação e possibilidade de perda de apoio dos médicos ao projeto do SUS.This work aimed to analyze interactions between federal government and medical societies in work and education on health national policy in Brazil from 2003 to 2015. We sought to understand the political and institutional aspects and the historical elements of brazilian medical societies (FENAM, CFM e AMB), the characteristics of the national policy and the relations established between government officials and medical entities. The research has anchored in public policy analysis field and used contributions from Historical and Construtivist Institutionalism, Sectorial Analysis and State-in-society approach, as well as sociology concepts. A qualitative study was performed with the use of the following methodological strategies: review of bibliography; documents identification and their content analysis; and interviews with governmental and medical entities actors. In Lulas governments (2003-2010) three moments of government-medical societies interaction were observed: the first one, from 2003 to mid-2005, involved the structuring of national policy, the articulation of entities with the aim of strengthening medical unit nationally and relations based on dialogue and participation in government arenas, motivated by policy design; the second moment (mid-2005 to mid-2007) presented some emphasis on medicine in policy content, consolidation of the entities alliance and maintenance of dialogue and participation in government spaces aiming to resolve tensions; and the third one (mid-2007 to 2010) showed medicine as central on Government agenda, with growing mobilization of entities dedicated to the SUS and their achievements resulting from actions. From 2011 to 2015 (Government Dilma I and first year of her second term), two moments were observed: the first one (2011-2012) was marked by the medicine as priority object of the national policy, in a context of changes in governmental conduct, intensification of mobilization around the SUS and tensions in the dialogue with the Government; and the second, in which the provision of doctors became Government highlight, accompanied by deterioration of relations with medical societies, with rupture and increasing opposition to federal Government. The study concluded that entities political actions is historically conditioned, referring to their origins and trajectories; Government policy combined gradual emphasis on medical profession, but with changes to its guidelines and rules of operation, reducing the predominant situation of dialog with losses to the negotiation process and the possibility of loss of physicians support to the SUS project.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porPolítica Pública de SaúdeRecursos humanos em saúdeMédicosOrganizações profissionaisSistema Único de SaúdePublic health policyHealth manpowerPhysicians. SocietiesUnified Health SystemPolíticas Públicas de SaúdeRecursos Humanos em SaúdeMédicosDo diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúdeFrom dialogue to rupture: government-medical corporation interactions in the national politics of work and health educationinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisFundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Pública e Meio Ambienteinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27929/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALhenrique_santanna.pdfapplication/pdf1462694https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27929/2/henrique_santanna.pdf1f34e44fe139032b55ab3cfe9d133ae1MD52TEXThenrique_santanna.pdf.txthenrique_santanna.pdf.txtExtracted texttext/plain518297https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27929/3/henrique_santanna.pdf.txtf32a1c020978e87b2fd66f1d416f5849MD53icict/279292023-01-19 14:45:16.548oai:www.arca.fiocruz.br:icict/27929Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-19T17:45:16Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Do diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv From dialogue to rupture: government-medical corporation interactions in the national politics of work and health education
title Do diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde
spellingShingle Do diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde
Dias, Henrique Sant'Anna
Política Pública de Saúde
Recursos humanos em saúde
Médicos
Organizações profissionais
Sistema Único de Saúde
Public health policy
Health manpower
Physicians. Societies
Unified Health System
Políticas Públicas de Saúde
Recursos Humanos em Saúde
Médicos
title_short Do diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde
title_full Do diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde
title_fullStr Do diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde
title_full_unstemmed Do diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde
title_sort Do diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde
author Dias, Henrique Sant'Anna
author_facet Dias, Henrique Sant'Anna
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Dias, Henrique Sant'Anna
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Lima, Luciana Dias de
Teixeira, Marcia
contributor_str_mv Lima, Luciana Dias de
Teixeira, Marcia
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Política Pública de Saúde
Recursos humanos em saúde
Médicos
Organizações profissionais
Sistema Único de Saúde
topic Política Pública de Saúde
Recursos humanos em saúde
Médicos
Organizações profissionais
Sistema Único de Saúde
Public health policy
Health manpower
Physicians. Societies
Unified Health System
Políticas Públicas de Saúde
Recursos Humanos em Saúde
Médicos
dc.subject.en.pt_BR.fl_str_mv Public health policy
Health manpower
Physicians. Societies
Unified Health System
dc.subject.decs.pt_BR.fl_str_mv Políticas Públicas de Saúde
Recursos Humanos em Saúde
Médicos
description Este trabalho teve como objetivo analisar as interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde no Brasil de 2003 a 2015. Buscou-se compreender os aspectos político-institucionais e os condicionantes históricos da atuação das entidades médicas nacionais (FENAM, CFM e AMB), as características da política nacional e as relações estabelecidas entre agentes governamentais e da corporação. A pesquisa ancorou-se no campo da análise da política pública e utilizou contribuições do institucionalismo histórico e construtivista, da análise setorial e do enfoque do Estado-na-sociedade (State-in-society approach), além de conceitos sociológicos. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, com a utilização das seguintes estratégias metodológicas: revisão bibliográfica; mapeamento e análise documental; e realização de entrevistas abertas com atores governamentais e da corporação médica. Nos governos Lula (2003-2010), foram observados três momentos da interação governo-corporação médica: o primeiro, de 2003 a meados de 2005, compreendeu a estruturação da política nacional, a articulação corporativa sustentada no objetivo de fortalecimento e unidade médica nacional e relações de diálogo e participação em instâncias governamentais, favorecidas pelo desenho da política; o segundo momento (meados de 2005 a meados de 2007) registrou certa ênfase da medicina no conteúdo da política, consolidação da aliança e atuação conjunta das entidades e manutenção das relações de diálogo e participação em espaços de acomodação das tensões; e no terceiro (meados de 2007 a 2010), evidenciou-se centralidade da medicina na agenda governamental, com crescente mobilização das entidades voltada para o SUS e conquistas decorrentes da sua atuação junto ao governo. Entre 2011 e 2015 (governo Dilma I e 1º ano do 2º mandato), identificou-se dois momentos: o primeiro (2011-2012), marcado pela medicina como objeto prioritário da política, em contexto de mudanças na conduta governamental, intensificação das mobilizações corporativas em torno do SUS e tensões no diálogo com o governo; no segundo, o provimento de médicos tornou-se marco de governo, acompanhado de deterioração das relações com as entidades médicas, ruptura e oposição da corporação ao governo federal. Concluiu-se que a atuação política das entidades é condicionada historicamente, remetendo às suas origens e trajetórias; a política governamental combinou ênfase gradativa na profissão médica, mas com alterações nas suas diretrizes e regras de operacionalização, saindo da situação de diálogo para a de ruptura, com prejuízos à negociação e possibilidade de perda de apoio dos médicos ao projeto do SUS.
publishDate 2018
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2018-08-06T13:48:40Z
dc.date.available.fl_str_mv 2018-08-06T13:48:40Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2018
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv DIAS, Henrique Sant'Anna. Do diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde. 2018. 187 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública e Meio Ambiente) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27929
identifier_str_mv DIAS, Henrique Sant'Anna. Do diálogo à ruptura: interações governo-corporação médica na política nacional de trabalho e educação na saúde. 2018. 187 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública e Meio Ambiente) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.
url https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27929
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron:FIOCRUZ
instname_str Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron_str FIOCRUZ
institution FIOCRUZ
reponame_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
collection Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
bitstream.url.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27929/1/license.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27929/2/henrique_santanna.pdf
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27929/3/henrique_santanna.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
1f34e44fe139032b55ab3cfe9d133ae1
f32a1c020978e87b2fd66f1d416f5849
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
repository.mail.fl_str_mv repositorio.arca@fiocruz.br
_version_ 1798324778622255104