Desempenho hospitalar: avaliação da mortalidade hospitalar ajustada e novos arranjos de gestão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Mônica Silva
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Sá, Marilene de Castilho, Machado, Juliana Pires, Cunha, Marcela, Silva, Lucimar Santos da
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38309
Resumo: A mortalidade hospitalar é frequentemente empregada para comparar o desempenho, abordagens globais ou específicas por condição clínica são discutidas quanto a sua utilidade para a tomada de decisão. No Brasil iniciativas desse tipo são raras, mas arranjos de gestão e estratégias visando maior eficiência e efetividade organizacional, como a contratualização ou criação de organizações sociais, foram incentivadas. Analisar o desempenho hospitalar, mensurado pela razão de mortalidade hospitalar padronizada, considerando determinadas características dos hospitais. Objetivo especifico: avaliar o uso de abordagem global para predizer o óbito hospitalar em pacientes brasileiros. Informações sobre produção hospitalar do SUS (2010-2012) e coletadas junto aos gestores de hospitais com 100 leitos ou mais foram analisadas. Adaptou-se a proposta de Jarman para cálculo da razão de mortalidade hospitalar padronizada (RMHP), que incluiu as causas de internação responsáveis por 80% dos óbitos. No nível da internação testou-se modelos para predizer o risco de morrer incluindo variáveis que modificam o prognóstico e estimar os óbitos esperados por hospital. No nível do hospital foram analisadas variação e características associadas ao desempenho, privilegiando arranjo de gestão e contratualização. Regressão logística foi utilizada, os modelos avaliados com base na estatística C. Nas 1.506.056 internações a taxa de mortalidade bruta foi 14%. Dos 192 hospitais, 61% eram públicos, 79% hospitais gerais e 38% conveniados à planos de saúde. A contratualização prevaleceu, mas 24,5% dos hospitais não relataram nenhuma inovação. O ajuste do modelo de risco foi adequado (C: 0,83). A mortalidade hospitalar bruta variou entre 0,1-41,1%, a ajustada entre 1,1-26%. A RMHP variou entre 5,2-460,3%. Nos hospitais privados (5,2-148%) variou menos que nos públicos (34,6-460,3), nestes houve maior número de casos discrepantes. Hospitais públicos com arranjo de gestão apresentaram RMHP inferior que aqueles sem arranjo, respectivamente 104,8% e 119,0%. A proposta de Jarman vem sendo preferencialmente recomentada para avaliar o efeito de determinadas intervenções, em detrimento de inseri-la em mecanismos de pagamento ou premiações. Nessa perspectiva, os resultados apresentados apontam um caminho à explorar, visando desenvolver no país ferramentas para monitorar o desempenho e auxiliar a adoção de ações de melhoria, que certamente requerem amplo debate e aprimoramento das informações disponíveis.
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Analisar o desempenho hospitalar, mensurado pela razão de mortalidade hospitalar padronizada, considerando determinadas características dos hospitais. Objetivo especifico: avaliar o uso de abordagem global para predizer o óbito hospitalar em pacientes brasileiros. Informações sobre produção hospitalar do SUS (2010-2012) e coletadas junto aos gestores de hospitais com 100 leitos ou mais foram analisadas. Adaptou-se a proposta de Jarman para cálculo da razão de mortalidade hospitalar padronizada (RMHP), que incluiu as causas de internação responsáveis por 80% dos óbitos. No nível da internação testou-se modelos para predizer o risco de morrer incluindo variáveis que modificam o prognóstico e estimar os óbitos esperados por hospital. No nível do hospital foram analisadas variação e características associadas ao desempenho, privilegiando arranjo de gestão e contratualização. Regressão logística foi utilizada, os modelos avaliados com base na estatística C. Nas 1.506.056 internações a taxa de mortalidade bruta foi 14%. Dos 192 hospitais, 61% eram públicos, 79% hospitais gerais e 38% conveniados à planos de saúde. A contratualização prevaleceu, mas 24,5% dos hospitais não relataram nenhuma inovação. O ajuste do modelo de risco foi adequado (C: 0,83). A mortalidade hospitalar bruta variou entre 0,1-41,1%, a ajustada entre 1,1-26%. A RMHP variou entre 5,2-460,3%. Nos hospitais privados (5,2-148%) variou menos que nos públicos (34,6-460,3), nestes houve maior número de casos discrepantes. Hospitais públicos com arranjo de gestão apresentaram RMHP inferior que aqueles sem arranjo, respectivamente 104,8% e 119,0%. A proposta de Jarman vem sendo preferencialmente recomentada para avaliar o efeito de determinadas intervenções, em detrimento de inseri-la em mecanismos de pagamento ou premiações. Nessa perspectiva, os resultados apresentados apontam um caminho à explorar, visando desenvolver no país ferramentas para monitorar o desempenho e auxiliar a adoção de ações de melhoria, que certamente requerem amplo debate e aprimoramento das informações disponíveis.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Agência Nacional de Saúde Suplementar. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Governo do Estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 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