Aspectos Ecoepidemiológicos e Análises sobre as Alterações Fenotípicas de Populações de Triatoma brasiliensis brasiliensis de Caicó, Rio Grande do Norte, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neiva, Vanessa Lima
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43253
Resumo: Triatoma brasiliensis brasiliensis é autóctone no Brasil, considerado um dos mais importantes vetores de Trypanosoma cruzi em áreas semiáridas do Nordeste. No estado do Rio Grande do Norte, a região do Seridó está passando por transformações devido ao intenso processo de desertificação ocasionado, principalmente, por impactos antrópicos no bioma Caatinga. Neste contexto, levantamento de informações sobre as infestações de ecótopos naturais e artificiais por T. b. brasiliensis é crucial para evitar a ocorrência de casos e surtos da doença de Chagas. Estudos sobre a variabilidade métrica alar de populações de T. b. brasiliensis desta área são inexistentes, tornando-se necessários para o conhecimento das respostas fenotípicas desta subespécie frente a fatores bióticos/abióticos. No presente estudo, analisou-se o papel deste vetor nos ciclos transmissão de T. cruzi em localidades de Caicó e avaliou-se a possível influência do parasito, da fonte alimentar e do ecótopo na variabilidade morfológica das asas de T. b. brasiliensis. Capturas ativas e passivas em ecótopos naturais e artificiais foram realizadas em 18 localidades. Destas, cinco foram selecionadas para análises das populações de T. b. brasiliensis quanto à infecção natural, às fontes alimentares, à tipagem das Unidades Discretas de Tipagem (DTUs) e às variações morfométricas alares A pesquisa de T. cruzi em amostras do conteúdo intestinal foi realizada pelo exame direto à fresco e pelo uso da PCR convencional multiplex para a amplificação do kDNA do protozoário e da subunidade 12S do gene ribossomal de triatomíneos. A identificação da fonte alimentar foi realizada pela amplificação e sequenciamento do gene citocromo B do DNA mitocondrial. Após o isolamento do parasito em meio de cultura, procedeu-se à caracterização dos isolados de T. cruzi em DTUs com base em três marcadores: análise do domínio divergente D7 do locus 24S\03B1 do DNA ribossomal, análise do gene mitocondrial citocromo oxidase II e análise da região intergênica spliced leader do gene mini-exon. A variabilidade morfológica das asas de populações de T. b. brasiliensis foi avaliada empregando a morfometria geométrica. Dos 1.147 espécimes capturados nas 18 localidades, Triatoma b. brasiliensis foi a subespécie mais abundante, representando 95,2% (1092/1147) dos triatomíneos capturados, seguida de T. pseudomaculata (4,6% - 53/1147) e de T. petrocchiae (0,2% - 2/1147). Triatoma b. brasiliensis foi o vetor que mais invadiu e colonizou o intradomicílio e, especialmente, o peridomicílio, distribuindo-se em uma variedade de ecótopos com elevada infestação de currais de boi. As pesquisas de T. cruzi mostraram altas taxas de infecção natural, considerando o exame direto (36% - 103/286), cultura (51% - 52/102) e PCR (58,9% - 165/280). Nove espécies de vertebrados foram identificadas, mostrando o hábito alimentar eclético de T. b. brasiliensis, sendo as mais frequentes: Kerodon rupestris, mocó (33% - 13/39); Homo sapiens, humano (20% - 8/39); Bos taurus, boi (15,4% - 6/39) A caracterização genética de T. cruzi mostrou a circulação das DTUs TcI (67,9% 19/28) e TcII (32,1% -9/28) nas populações de T. b. brasiliensis com predominância de TcI no ambiente silvestre e peridomiciliar. As análises morfométricas das asas revelaram que não houve influência de T. cruzi no tamanho do centróide (TC) e na conformação, porém diferenças significativas no TC alar entre sexos, ecótopos e localidades foram detectadas, indicando possível influência do tipo/disponibilidade da fonte alimentar, efeito da densidade populacional e, possivelmente, isolamento por distância/barreira física entre as populações. As homogeneidades no TC (maioria das populações) e na conformação entre localidades refletem as similaridades das condições macro ambientais, pois estas situam-se no mesmo município com mesmo padrão climático do bioma Caatinga. Por outro lado, as diferenças na conformação ligadas ao sexo e ao ecótopo em populações de duas localidades sugerem influências das condições microclimáticas dos ecótopos e/ou do tipo/disponibilidade da fonte alimentar. Na perspectiva da dinâmica de transmissão de T. cruzi na área, a detecção das DTUs TcI e TcII e a expressiva identificação de K. rupestris e H. sapiens como fonte alimentar de espécimes infectados no ambiente peridomiciliar e silvestre sugerem que K. rupestris e T. b. brasiliensis podem estar atuando como elo de ligação entre os ciclos de transmissão silvestre e domiciliar de T. cruzi, evidenciando o risco real de transmissão para a população humana e animais domésticos. Estes resultados enfatizam a necessidade de ações de controle e vigilância entomológica e campanhas educativas contínuas para evitar a ocorrência de casos novos da doença de Chagas na área.
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Neste contexto, levantamento de informações sobre as infestações de ecótopos naturais e artificiais por T. b. brasiliensis é crucial para evitar a ocorrência de casos e surtos da doença de Chagas. Estudos sobre a variabilidade métrica alar de populações de T. b. brasiliensis desta área são inexistentes, tornando-se necessários para o conhecimento das respostas fenotípicas desta subespécie frente a fatores bióticos/abióticos. No presente estudo, analisou-se o papel deste vetor nos ciclos transmissão de T. cruzi em localidades de Caicó e avaliou-se a possível influência do parasito, da fonte alimentar e do ecótopo na variabilidade morfológica das asas de T. b. brasiliensis. Capturas ativas e passivas em ecótopos naturais e artificiais foram realizadas em 18 localidades. Destas, cinco foram selecionadas para análises das populações de T. b. brasiliensis quanto à infecção natural, às fontes alimentares, à tipagem das Unidades Discretas de Tipagem (DTUs) e às variações morfométricas alares A pesquisa de T. cruzi em amostras do conteúdo intestinal foi realizada pelo exame direto à fresco e pelo uso da PCR convencional multiplex para a amplificação do kDNA do protozoário e da subunidade 12S do gene ribossomal de triatomíneos. A identificação da fonte alimentar foi realizada pela amplificação e sequenciamento do gene citocromo B do DNA mitocondrial. Após o isolamento do parasito em meio de cultura, procedeu-se à caracterização dos isolados de T. cruzi em DTUs com base em três marcadores: análise do domínio divergente D7 do locus 24S\03B1 do DNA ribossomal, análise do gene mitocondrial citocromo oxidase II e análise da região intergênica spliced leader do gene mini-exon. A variabilidade morfológica das asas de populações de T. b. brasiliensis foi avaliada empregando a morfometria geométrica. Dos 1.147 espécimes capturados nas 18 localidades, Triatoma b. brasiliensis foi a subespécie mais abundante, representando 95,2% (1092/1147) dos triatomíneos capturados, seguida de T. pseudomaculata (4,6% - 53/1147) e de T. petrocchiae (0,2% - 2/1147). Triatoma b. brasiliensis foi o vetor que mais invadiu e colonizou o intradomicílio e, especialmente, o peridomicílio, distribuindo-se em uma variedade de ecótopos com elevada infestação de currais de boi. As pesquisas de T. cruzi mostraram altas taxas de infecção natural, considerando o exame direto (36% - 103/286), cultura (51% - 52/102) e PCR (58,9% - 165/280). Nove espécies de vertebrados foram identificadas, mostrando o hábito alimentar eclético de T. b. brasiliensis, sendo as mais frequentes: Kerodon rupestris, mocó (33% - 13/39); Homo sapiens, humano (20% - 8/39); Bos taurus, boi (15,4% - 6/39) A caracterização genética de T. cruzi mostrou a circulação das DTUs TcI (67,9% 19/28) e TcII (32,1% -9/28) nas populações de T. b. brasiliensis com predominância de TcI no ambiente silvestre e peridomiciliar. As análises morfométricas das asas revelaram que não houve influência de T. cruzi no tamanho do centróide (TC) e na conformação, porém diferenças significativas no TC alar entre sexos, ecótopos e localidades foram detectadas, indicando possível influência do tipo/disponibilidade da fonte alimentar, efeito da densidade populacional e, possivelmente, isolamento por distância/barreira física entre as populações. As homogeneidades no TC (maioria das populações) e na conformação entre localidades refletem as similaridades das condições macro ambientais, pois estas situam-se no mesmo município com mesmo padrão climático do bioma Caatinga. Por outro lado, as diferenças na conformação ligadas ao sexo e ao ecótopo em populações de duas localidades sugerem influências das condições microclimáticas dos ecótopos e/ou do tipo/disponibilidade da fonte alimentar. Na perspectiva da dinâmica de transmissão de T. cruzi na área, a detecção das DTUs TcI e TcII e a expressiva identificação de K. rupestris e H. sapiens como fonte alimentar de espécimes infectados no ambiente peridomiciliar e silvestre sugerem que K. rupestris e T. b. brasiliensis podem estar atuando como elo de ligação entre os ciclos de transmissão silvestre e domiciliar de T. cruzi, evidenciando o risco real de transmissão para a população humana e animais domésticos. Estes resultados enfatizam a necessidade de ações de controle e vigilância entomológica e campanhas educativas contínuas para evitar a ocorrência de casos novos da doença de Chagas na área.Triatoma brasiliensis brasiliensis is autochthonous in Brazil, considered one of the most important vectors of Trypanosoma cruzi in northeastern semiarid areas. In the state of Rio Grande do Norte, the Seridó region is undergoing transformations due to the intense desertification process caused mainly by anthropogenic impacts on the Caatinga biome. In this context, information gathering on infestations of natural and artificial ecotopes by T. b. brasiliensis is important to prevent Chagas disease cases and outbreaks. Studies on the wing metric variability of T. b. brasiliensis populations from this area are non-existent, making it necessary to know the phenotypic responses of this subspecies to biotic/abiotic factors. In the present study, the role of this vector in T. cruzi transmission cycles in Caicó localities was analyzed and the possible influence of parasite, feeding patterns and ecotope on the morphological variability of the wings of T. b. brasiliensis. Active and passive captures in natural and artificial ecotopes were performed in 18 locations. Of these, five were selected for analyzes of T. b. brasiliensis for natural infection, feeding patterns, typing of DTUs and wing morphometric variations. Trypanosoma cruzi was searched in samples of intestinal content by direct microscopic examination and conventional multiplex PCR for protozoan kDNA amplification and 12S subunit of the triatomine ribosomal gene The identification of the feeding patterns was performed by amplification and sequencing of the cytochrome B mtDNA gene. After isolation of the parasite in culture medium, the DTUs were molecularly characterized based on three markers: D7 domain of the 24S\03B1 rDNA gene, cytochrome oxidase subunit 2 gene and spliced leader intergenic region gene. The morphological variability of the wings of T. b brasiliensis populations was evaluated using geometric morphometry. Of 1,147 specimens captured in 18 locations, Triatoma b. brasiliensis was the most abundant subspecies, representing 95.2% (1092/1147) of the captured triatomines, followed by T. pseudomaculata (4.6% - 53/1147) and T. petrocchiae (0.2% - 2/1147). Triatoma b. brasiliensis was the vector that most invaded and colonized the domestic and, especially, peridomestic areas, distributed in a variety of ecotopes with high infestation of cattle corrals. Trypanosoma cruzi research showed high rates of natural infection, considering direct microscopic examination (36% - 103/286), culture (51% - 52/102) and PCR (58.9% - 165/280). Nine vertebrate species were identified, showing the eclectic feeding habits of T. b. brasiliensis, the most common being: Kerodon rupestris, mocó (33% - 13/39); Homo sapiens, human (20% - 8/39); Bos taurus, ox (15.4% - 6/39). Genetic characterization of T. cruzi showed the circulation of TcI (67.9% -19/28) and TcII (32.1% -9/28) DTUs in T. b. brasiliensis with predominance of TcI in the sylvatic and peridomestic environments The morphometric analysis of the wings revealed that there was no influence of T. cruzi on centroid size (CS) and shape, but significant wing CS differences between sexes, ecotopes and localities were detected, indicating a possible influence of food source availability, population density effect and possibly isolation by distance/physical barrier between populations. The homogeneities in the CS (most populations) and in the shape between localities reflect the similarities of macroenvironmental conditions, as they are in the same municipality with the same climate pattern of the Caatinga biome. On the other hand, differences in shape related to sex and ecotope in populations of two localities suggest influences of microclimate conditions of ecotopes and/or the type/availability of food source. From the perspective of T. cruzi transmission dynamics, the detection of TcI and TcII and the expressive identification of K. rupestris as feeding pattern of infected specimens in the peridomiciliary and sylvatic areas suggest that K. rupestris and T. b. brasiliensis may be acting as a link between the T. cruzi sylvatic and peridomestic transmission cycles. These finding highlighting the risk of transmission to the human population and domestic animals and emphasize the need for entomological control and surveillance actions and ongoing community education to prevent the occurrence of new cases of Chagas disease in the area.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porTriatomaTrypanosoma cruziInfecçõesVetores de DoençasAdaptação FisiológicaTriatomaTrypanosoma cruziInfecçõesVetores de DoençasAdaptação FisiológicaAspectos Ecoepidemiológicos e Análises sobre as Alterações Fenotípicas de Populações de Triatoma brasiliensis brasiliensis de Caicó, Rio Grande do Norte, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2019Instituto Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Medicina Tropicalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/43253/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALvanessa_neiva_ioc_dout_2019.pdfapplication/pdf7250645https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/43253/2/vanessa_neiva_ioc_dout_2019.pdf87236870b75ca0cadb925dd942d76bf8MD52TEXTvanessa_neiva_ioc_dout_2019.pdf.txtvanessa_neiva_ioc_dout_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain398033https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/43253/3/vanessa_neiva_ioc_dout_2019.pdf.txt8c95e35893233541f27ca144be9a89adMD53icict/432532023-09-04 11:49:28.726oai:www.arca.fiocruz.br:icict/43253Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-09-04T14:49:28Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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