Caracterização epidemiológica da malária autóctone e importada no estado de Roraima

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Louzada, Jaime
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47375
Resumo: No Brasil, a malária se concentra quase totalmente na região norte do país, onde se observa que a dinâmica da transmissão tem múltiplas origens. Nesse extremo norte do Brasil localiza-se o estado de Roraima, na fronteira com Venezuela e Guiana, com fácil acesso por via terrestre. Posição geográfica que pode facilitar a transmissão da malária originada nesses países. Alem disso, embora em menor frequência, outros estados da Federação também contribuem para o aumento dessa doença nesse estado. Já a malária autóctone apresenta múltiplas origens, podendo vir de área indígena, de zona rural ou urbana, revelando uma mobilidade de indivíduos com malária dentro do próprio estado. Essa condição se extende para os municípios fronteiriços onde a malária continua a crescer, exigindo uma análise mais aprofundada da relação entre a situação de fronteira e a transmissão da malária no estado. O objetivo deste estudo foi caracterizar o padrão epidemiológico da malária autóctone e importada no estado de Roraima com base nas condições de receptividade dos municípios com maior número de casos importados. Um estudo retrospectivo (dados secundários) extraído do Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica (SIVEP-Malária) permitiu construir uma série histórica (2009 a 2018) envolvendo todos os 15 municípios roraimenses. A análise descritiva dos dados teve como ponto de partida o local provável de infecção (autóctone e importado). Um estudo prospectivo também foi realizado nos municípios de Pacaraima, Boa Vista, São João da Baliza e Rorainópolis com 1329 participantes. Os indivíduos foram submetidos a um questionário semiestruturado e a uma coleta de sangue por meio de punção venosa para realização do exame parasitoscópico (gota espessa), molecular (PCR) e sorológico (ELISA). O intuito para tal coleta foi identificar as espécies circulantes nesses municípios. Particularmente em Boa Vista, foi realizada uma análise espacial considerando a circulação de indivíduos com malária importada próximos aos criadouros como perspectiva de aumento do risco de transmissão de malária nesse município. A análise do estudo retrospectivo mostra que a malária autóctone é prevalente em todos os municípios, porém, a distribuição da malária importada entre os municípios é baixa, exceto em Pacaraima e Boa Vista, que nos últimos anos teve incremento importante com pico em 2018. Em relação às espécies, o Plasmodium vivax é prevalente entre os autóctones e o Plasmodium falciparum entre os casos importados. Já no resultado do estudo prospectivo, a soroprevalência mostra que o P. vivax sobressaiu nos quatro municípios estudados, entretanto, o percentual de indivíduos que já foram expostos ao Plasmodium malariae é alto, considerando que a detecção deste tipo de malária por microscopia é rara. Da mesma forma, a variação do P. vivax (VK210), também foi alta e prevalente nos quatro municípios. Em Boa Vista, foram identificados 23 criadouros com potencial de transmissão; 5 casos de malária autóctones; 271 casos de malária importada dos quais 26 estavam com gametócitos, além disso, 73% dos portadores de gametócitos só procuraram o diagnóstico e tratamento 48 horas após o início dos sintomas. Conclui-se que na série histórica a malária importada é prevalente em Boa Vista em sua maioria introduzida por brasileiros vindo de garimpo da Venezuela e Guiana. Já em Pacaraima, a malária tem procedência quase que exclusivamente da Venezuela em razão do movimento migratório naquele país. No estudo sorológico, foram detectados nos quatro municípios as variações de P. falciparum, P. malariae e as três variantes do P. vivax (VK210, VK247 e o (Plasmodium vivax-like). Em Boa Vista, a estatística espacial aponta para aumento de risco de transmissão. De modo geral, o aumento da malária importada no estado pode ter explicação na intensa movimentação em torno dos garimpos ilegais na Venezuela, Guiana e Brasil. Somado a isso, o movimento migratório da Venezuela já é uma realidade em todos os municípios do estado. Esses dois eventos se somam às atividades de mineração dos países vizinhos que historicamente têm forte relação com a malária importada em Roraima, caracterizando essa região como grande problema de malária de fronteira.
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spelling Louzada, JaimeFerreira, Joseli de Oliveira2021-05-26T02:50:37Z2021-05-26T02:50:37Z2020LOUZADA, Jaime. Caracterização epidemiológica da malária autóctone e importada no estado de Roraima. 2020. 143 f. Tese (Doutorado em Biologia Parasitária) -Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47375No Brasil, a malária se concentra quase totalmente na região norte do país, onde se observa que a dinâmica da transmissão tem múltiplas origens. Nesse extremo norte do Brasil localiza-se o estado de Roraima, na fronteira com Venezuela e Guiana, com fácil acesso por via terrestre. Posição geográfica que pode facilitar a transmissão da malária originada nesses países. Alem disso, embora em menor frequência, outros estados da Federação também contribuem para o aumento dessa doença nesse estado. Já a malária autóctone apresenta múltiplas origens, podendo vir de área indígena, de zona rural ou urbana, revelando uma mobilidade de indivíduos com malária dentro do próprio estado. Essa condição se extende para os municípios fronteiriços onde a malária continua a crescer, exigindo uma análise mais aprofundada da relação entre a situação de fronteira e a transmissão da malária no estado. O objetivo deste estudo foi caracterizar o padrão epidemiológico da malária autóctone e importada no estado de Roraima com base nas condições de receptividade dos municípios com maior número de casos importados. Um estudo retrospectivo (dados secundários) extraído do Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica (SIVEP-Malária) permitiu construir uma série histórica (2009 a 2018) envolvendo todos os 15 municípios roraimenses. A análise descritiva dos dados teve como ponto de partida o local provável de infecção (autóctone e importado). Um estudo prospectivo também foi realizado nos municípios de Pacaraima, Boa Vista, São João da Baliza e Rorainópolis com 1329 participantes. Os indivíduos foram submetidos a um questionário semiestruturado e a uma coleta de sangue por meio de punção venosa para realização do exame parasitoscópico (gota espessa), molecular (PCR) e sorológico (ELISA). O intuito para tal coleta foi identificar as espécies circulantes nesses municípios. Particularmente em Boa Vista, foi realizada uma análise espacial considerando a circulação de indivíduos com malária importada próximos aos criadouros como perspectiva de aumento do risco de transmissão de malária nesse município. A análise do estudo retrospectivo mostra que a malária autóctone é prevalente em todos os municípios, porém, a distribuição da malária importada entre os municípios é baixa, exceto em Pacaraima e Boa Vista, que nos últimos anos teve incremento importante com pico em 2018. Em relação às espécies, o Plasmodium vivax é prevalente entre os autóctones e o Plasmodium falciparum entre os casos importados. Já no resultado do estudo prospectivo, a soroprevalência mostra que o P. vivax sobressaiu nos quatro municípios estudados, entretanto, o percentual de indivíduos que já foram expostos ao Plasmodium malariae é alto, considerando que a detecção deste tipo de malária por microscopia é rara. Da mesma forma, a variação do P. vivax (VK210), também foi alta e prevalente nos quatro municípios. Em Boa Vista, foram identificados 23 criadouros com potencial de transmissão; 5 casos de malária autóctones; 271 casos de malária importada dos quais 26 estavam com gametócitos, além disso, 73% dos portadores de gametócitos só procuraram o diagnóstico e tratamento 48 horas após o início dos sintomas. Conclui-se que na série histórica a malária importada é prevalente em Boa Vista em sua maioria introduzida por brasileiros vindo de garimpo da Venezuela e Guiana. Já em Pacaraima, a malária tem procedência quase que exclusivamente da Venezuela em razão do movimento migratório naquele país. No estudo sorológico, foram detectados nos quatro municípios as variações de P. falciparum, P. malariae e as três variantes do P. vivax (VK210, VK247 e o (Plasmodium vivax-like). Em Boa Vista, a estatística espacial aponta para aumento de risco de transmissão. De modo geral, o aumento da malária importada no estado pode ter explicação na intensa movimentação em torno dos garimpos ilegais na Venezuela, Guiana e Brasil. Somado a isso, o movimento migratório da Venezuela já é uma realidade em todos os municípios do estado. Esses dois eventos se somam às atividades de mineração dos países vizinhos que historicamente têm forte relação com a malária importada em Roraima, caracterizando essa região como grande problema de malária de fronteira.In Brazil, the northern region of the country concentrates almost all malaria, where it is observed that the dynamics of transmission have multiple origins. The state of Roraima is located in this extreme north of Brazil, on the border with Venezuela and Guyana, with easy access by land. Geographic position that can facilitate the transmission of malaria originating in those countries. In addition, although less frequently, other Brazilian states also contribute to the increase of this disease in Roraima. Autochthonous malaria, on the other hand, has multiple origins, which can come from indigenous lands, rural or urban areas, revealing the mobility of individuals with malaria within the state itself. This condition extends to border municipalities where malaria continues to grow, requiring a more in-depth analysis of the relationship between the border situation and the transmission of malaria in the state. The objective of this study was to characterize the epidemiological pattern of autochthonous and imported malaria in the state of Roraima based on the receptivity conditions of the municipalities with the highest number of imported cases. A retrospective study (secondary data) extracted from the Epidemiological Surveillance Information System (SIVEP-Malaria) allowed the construction of a historical series (2009 to 2018) involving all 15 municipalities of Roraima. The descriptive analysis of the data had, as a starting point, the probable site of infection (autochthonous and imported). A prospective study was also carried out in the municipalities of Pacaraima, Boa Vista, São João da Baliza and Rorainópolis with 1329 subjects. The participants were submitted to a semi-structured questionnaire and venipuncture blood collection to perform the parasitoscopic (thick drop), molecular (PCR) and serological (ELISA) exam. The purpose of such collection was to identify the species circulating in these municipalities. Particularly in Boa Vista, a spatial analysis was carried out considering the circulation of individuals with imported malaria near the breeding sites as a prospect of increasing the risk of malaria transmission in that municipality. The analysis of the retrospective study shows that autochthonous malaria is prevalent in all municipalities, however, the distribution of imported malaria among the municipalities is low, except in Pacaraima and Boa Vista, which in recent years had an important increase with a peak in 2018. In Regarding the species, Plasmodium vivax is prevalent among autochthonous species and Plasmodium falciparum among imported cases. In the result of the prospective study, seroprevalence shows that P. vivax stood out in the four cities studied, however, the percentage of individuals who have already been exposed to Plasmodium malariae is high, considering that the detection of this type of malaria by microscopy is rare. Likewise, the variation in P. vivax (VK210) was also high and prevalent in the four municipalities. In Boa Vista, 23 breeding sites with potential for transmission were identified; 5 cases of autochthonous malaria; 271 cases of imported malaria, of which 26 had gametocytes, in addition, 73% of gametocyte carriers only sought diagnosis and treatment 48 hours after the onset of symptoms. It is concluded that in the historical series, imported malaria is prevalent in Boa Vista, mostly introduced by Brazilians coming from gold mines in Venezuela and Guyana. In Pacaraima, malaria comes almost exclusively from Venezuela due to the migratory movement in that country. In the serological study, variations in P. falciparum, P. malariae and the three variants of P. vivax (VK210, VK247 and o (Plasmodium vivax-like)) were detected in the four municipalities. In Boa Vista, the spatial statistics points to an increase In general, the increase in imported malaria in the state may be explained by the intense movement around illegal mining in Venezuela, Guyana and Brazil. In addition, the migratory movement from Venezuela is already a reality in all countries. These two events are added to the mining activities of neighboring countries that historically have a strong relationship with imported malaria in Roraima, characterizing this region as a major problem of border malaria.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porMaláriaEstudos SoroepidemiológicosMaláriaEstudos SoroepidemiológicosCaracterização epidemiológica da malária autóctone e importada no estado de Roraimainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2020Instituto Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Biologia Parasitáriainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/47375/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALjaime_louzada_ioc_dout_2020.pdfapplication/pdf14030263https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/47375/2/jaime_louzada_ioc_dout_2020.pdf546a4adf23ac1424febb71667f2f45caMD52TEXTjaime_louzada_ioc_dout_2020.pdf.txtjaime_louzada_ioc_dout_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain287286https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/47375/3/jaime_louzada_ioc_dout_2020.pdf.txt2861075c48fd755a3960ded9d05aca27MD53icict/473752021-05-26 02:06:57.516oai:www.arca.fiocruz.br:icict/47375Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-05-26T05:06:57Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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