Reciprocidade aos povos tradicionais e comunidades locais em pesquisas sobre agrobiodiversidade: uma contribuição à construção do conhecimento

• Autor(a) principal: Baptista, Sílvia Regina Nunes
• Data de Publicação: 2018
• Outros Autores: Léda, Paulo Henrique de Oliveira
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38259
• topic: Práticas de pesquisa; Conhecimento tradicional local ecológico; CTLE; Sistemas agroalimentares; Sistemas de saúde

A análise da práxis de pesquisas sobre conhecimento tradicional local ecológico (CTLE) sinaliza sua contribuição aos territórios, sistemas agroalimentares e de saúde. Usamos a reciprocidade como característica de processos que potencializam as comunidades nas suas resistências, competências e inovações, ultrapassando a repartição de benefícios. Analisar pesquisas com indícios de reciprocidade ao CTLE e suas metodologias. Comparar a rede sociotécnica orientada ao uso de plantas medicinais pesquisada na zona oeste do Rio de Janeiro com a rede Fitorixi em Oriximiná – Pará, pertencente à região do Baixo Amazonas. A pesquisa sobre redes sociotécnicas de agrobiodiversidade utilizou inicialmente a sistematização por análise dos grupos de pesquisa (GP) do CNPq sobre plantas medicinais, de artigos científicos e de documentos internos. A observação participante em 4 feiras agroecológicas da região metropolitana do Rio de Janeiro trouxe elementos pragmáticos à análise (Baptista, 2014). Uma pesquisa-ação em andamento em Oriximiná permite o estudo de situações similares. Iniciamos a parte qualitativa da pesquisa analisando 50 artigos. Na prática da pesquisa foram aplicados grupos focais e a análise qualitativa destes resultados é feita através do software Max QDA (Leda, 2015). Apenas 2% dos GP do CNPq analisados eram originados nas ciências humanas e sociais. Embora representem uma pequena parcela, há sinais de reciprocidade em suas metodologias. Nesse universo, na rede carioca o CTLE é ressignificado pelas articulações em agroecologia com reduzida interação com o SUS e com baixa cobertura da Estratégia Saúde da Família. Principais conflitos ambientais derivam da especulação imobiliária (2014). Em 2017 investigamos 50 artigos, qualificando 15 como relevantes ao tema. Resultados parciais da rede Fitorixi: não havia conexão com a agroecologia; relação com o SUS através dos agentes comunitários de saúde; conflitos ambientais derivados da mineração e madeireiras. Os estudos com este perfil têm indícios de reciprocidade relacionados à interdisciplinaridade. Essas implicações metodológicas estão sendo investigadas em Oriximiná. A quantificação de resultados é vista como qualidade nesta pesquisa-ação indicando o caminho da triangulação de dados. Objetivamos uma contribuição epistemológica para maior empoderamento popular diante do Estado e organismos internacionais que incidem sobre a agrobiodiversidade.