Prevalência de sífilis entre homens que fazem sexo com homens no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48532 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), tem-se observado um aumento das infecções sexualmente transmissíveis (IST) em diversos países no mundo, entre elas, a sífilis. A sífilis é uma infecção bacteriana de caráter sistêmico, curável e exclusiva do ser humano. O progresso na prevenção declinou nas últimas duas décadas com o ressurgimento da infecção em todo o mundo. A sífilis no Brasil tem acompanhado o crescimento mundial e o crescimento nas taxas de sífilis no país é atribuído primariamente aos homens que fazem sexo com homens (HSH), devido este grupo possuir uma carga desproporcionalmente maior da doença. MATERIAL E MÉTODO: Um estudo multicêntrico transversal foi realizado em 12 capitais brasileiras, incluindo o Distrito Federal, representando as cinco regiões políticoadministrativas do Brasil, de junho a dezembro de 2016. O estudo utilizou o método Respondent Driven Sampling para amostrar 4.176 homens que fazem sexo com homens. RESULTADOS: A amostra de HSH caracteriza-se por ser jovem (56,5% tinham menos do que 25 anos), mais de 70% (71,3%) tinham, no mínimo, o ensino médio completo, 67,7% se identificaram como não brancos e mais da metade (56,7%) advinham das classes sociais mais desfavorecidas (C, D e E). Mais de 80,0% (82,5%, IC: 80,q – 84,6) consultaram um médico no último ano anterior a pesquisa. A prevalência de IST auto relatada na vida foi de 27,8%, com destaque para sífilis (52,1%), HIV/Aids (27,5%) e gonorreia (23,4%). Além disso, quase 20,0% apresentaram algum sintoma de IST no último ano, como úlceras/feridas (7,5%) e bolhas (7,1%) no pênis e/ou anus. Destes, 81,8% receberam tratamento para estes sintomas. Menos de 40% referem ter recebido algum material educativo sobre IST no último ano. Dentre os que receberam algum material, 53,0% informam que receberam no serviço público de saúde. Somente 53,8% apresentam conhecimento suficiente sobre as formas de transmissão do HIV. CONCLUSÃO: Este estudo mostrou uma elevada taxa de prevalência de sífilis na vida entre HSH no Brasil. O valor encontrado em 2016 foi 355 vezes maior que a taxa de detecção na população geral brasileira em 2018. E mais, a metade destes casos de sífilis entre os HSH foram classificados como na forma ativa, ou seja, recente. A meta estabelecida pela OMS de reduções de 90% na incidência de gonorreia e sífilis, globalmente, entre 2018 e 2030, frente às necessidades de ampliações de serviços de prevenção, testes e tratamento a fim de alcançar esses objetivos, parece difícil de ser atingido. |
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Pontes, Carla KerrKerr, Ligia Regina Franco SansigoloSilva, Terezinha do Menino JesusJesus, Terezinha do MeninoBarreto, Cristina de Holanda CunhaBarreto, Ivana Cristina de Holanda Cunha2021-08-09T22:47:30Z2021-08-09T22:47:30Z2020PONTES, Carla Kerr. Prevalência de sífilis entre homens que fazem sexo com homens no Brasil. 2020. 203 f. Dissertação (Mestrado Profissional) - Presidência, Fundação Oswaldo Cruz, Fortaleza-CE, 2020.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48532INTRODUÇÃO: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), tem-se observado um aumento das infecções sexualmente transmissíveis (IST) em diversos países no mundo, entre elas, a sífilis. A sífilis é uma infecção bacteriana de caráter sistêmico, curável e exclusiva do ser humano. O progresso na prevenção declinou nas últimas duas décadas com o ressurgimento da infecção em todo o mundo. A sífilis no Brasil tem acompanhado o crescimento mundial e o crescimento nas taxas de sífilis no país é atribuído primariamente aos homens que fazem sexo com homens (HSH), devido este grupo possuir uma carga desproporcionalmente maior da doença. MATERIAL E MÉTODO: Um estudo multicêntrico transversal foi realizado em 12 capitais brasileiras, incluindo o Distrito Federal, representando as cinco regiões políticoadministrativas do Brasil, de junho a dezembro de 2016. O estudo utilizou o método Respondent Driven Sampling para amostrar 4.176 homens que fazem sexo com homens. RESULTADOS: A amostra de HSH caracteriza-se por ser jovem (56,5% tinham menos do que 25 anos), mais de 70% (71,3%) tinham, no mínimo, o ensino médio completo, 67,7% se identificaram como não brancos e mais da metade (56,7%) advinham das classes sociais mais desfavorecidas (C, D e E). Mais de 80,0% (82,5%, IC: 80,q – 84,6) consultaram um médico no último ano anterior a pesquisa. A prevalência de IST auto relatada na vida foi de 27,8%, com destaque para sífilis (52,1%), HIV/Aids (27,5%) e gonorreia (23,4%). Além disso, quase 20,0% apresentaram algum sintoma de IST no último ano, como úlceras/feridas (7,5%) e bolhas (7,1%) no pênis e/ou anus. Destes, 81,8% receberam tratamento para estes sintomas. Menos de 40% referem ter recebido algum material educativo sobre IST no último ano. Dentre os que receberam algum material, 53,0% informam que receberam no serviço público de saúde. Somente 53,8% apresentam conhecimento suficiente sobre as formas de transmissão do HIV. CONCLUSÃO: Este estudo mostrou uma elevada taxa de prevalência de sífilis na vida entre HSH no Brasil. O valor encontrado em 2016 foi 355 vezes maior que a taxa de detecção na população geral brasileira em 2018. E mais, a metade destes casos de sífilis entre os HSH foram classificados como na forma ativa, ou seja, recente. A meta estabelecida pela OMS de reduções de 90% na incidência de gonorreia e sífilis, globalmente, entre 2018 e 2030, frente às necessidades de ampliações de serviços de prevenção, testes e tratamento a fim de alcançar esses objetivos, parece difícil de ser atingido.INTRODUCTION: According to the World Health Organization (WHO), an increase in sexually transmitted infections (STIs) has been observed in several countries in the world, including syphilis. Syphilis is a bacterial infection of a systemic character, curable and exclusive to humans. Progress in prevention has declined in the past two decades with the resurgence of infection worldwide. Syphilis in Brazil has followed the worldwide growth and the increase in syphilis rates in the country is attributed primarily to men who have sex with men (MSM), because this group has a disproportionately greater burden of the disease. MATERIAL AND METHOD: A cross-sectional multicenter study was carried out in 12 Brazilian capitals, including the Federal District, representing the five political-administrative regions of Brazil, from June to December 2016. The study used the Respondent Driven Sampling method to sample 4,176 men who have sex with men. RESULTS: The sample of MSM is characterized by being young (56.5% were under 25 years old), more than 70% (71.3%) had at least completed high school, 67.7% if identified as non-white and more than half (56.7%) came from the most disadvantaged social classes (C, D and E). More than 80.0% (82.5%, CI: 80, q - 84.6) consulted a doctor in the last year prior to the survey. The prevalence of selfreported STIs in life was 27.8%, with emphasis on syphilis (52.1%), HIV / AIDS (27.5%) and gonorrhea (23.4%). In addition, almost 20.0% had some STI symptom in the last year, such as ulcers / wounds (7.5%) and blisters (7.1%) on the penis and / or anus. Of these, 81.8% received treatment for these symptoms. Less than 40% report having received some educational material about STI in the last year. Among those who received some material, 53.0% report that they received it in the public health service. Only 53.8% have sufficient knowledge about the forms of HIV transmission. CONCLUSION: This study showed a high prevalence rate of syphilis in life among MSM in Brazil. The value found in 2016 was 355 times higher than the detection rate in the general Brazilian population in 2018. What's more, half of these syphilis cases among MSM were classified as active, that is, recent. The goal set by the WHO of 90% reductions in the incidence of gonorrhea and syphilis, globally, between 2018 and 2030, in view of the need to expand prevention, testing and treatment services in order to achieve these objectives, seems to be difficult to reachFundação Oswaldo Cruz. Presidência. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porSífilisRespondent-Driven SamplingHSHBrasilSyphilisRespondent-Driven SamplingHSHBrazilSífilisMinorias Sexuais e de GêneroDoenças Sexualmente TransmissíveisEstratégia Saúde da FamíliaPrevalênciaPrevalência de sífilis entre homens que fazem sexo com homens no BrasilSyphilis prevalence among men who have sex with men in Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2020-03-20Fundação Oswaldo CruzMestrado AcadêmicoFortaleza CEPrograma de Pós-Graduação em Saúde Coletiva-PROFSAÚDEinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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