Arte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconsciente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dias, Paula Barros
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6086
Resumo: O Museu de Imagens do Inconsciente foi fundado em 20 de maio de 1952 em Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, sob a justificativa de ser uma evolução natural dos trabalhos realizados nos ateliês de pintura e modelagem da Seção de Terapêutica Ocupacional do Centro Psiquiátrico Nacional, sob a direção da psiquiatra Nise da Silveira desde 1946. Nesse sentido, é possível falar em um processo de gênese do Museu de Imagens do Inconsciente que não se limita a data de sua inauguração oficial em 1952. Esta pesquisa visa apreender a história da transformação desses ateliês em um museu, situando-a em um contexto dinâmico onde se encontram os movimentos sociais, a arte e a ciência. Utilizando a metodologia de contextos inter-relacionados – o discursivo, o intelectual e o comunicacional - este trabalho constrói mais uma história sobre as origens do Museu de Imagens do Inconsciente, buscando apreender o significado dessa experiência no momento em que ela estava sendo construída, ou seja entre os anos de 1946 e 1952. A emergência do discurso psicanalítico no Brasil na primeira metade do século XX possibilitou que a idéia do inconsciente manifestado nas expressões artísticas fosse incorporada tanto no meio artístico quanto no científico. Esse contexto propiciou o aparecimento, nos anos 40, das idéias de Nise da Silveira sobre a ocupação terapêutica e a expressão artística dos alienados em uma época em que a terapêutica ocupacional era um método periférico àqueles habitualmente empregados pela psiquiatria brasileira, visto que o discurso orgânico-mecanicista e os métodos biológicos de tratamento das doenças mentais eram hegemônicos. Se a ciência psiquiátrica daquela época não estava tão interessada nas práticas desenvolvidas nos ateliês de pintura e modelagem de uma modesta Seção de Terapêutica Ocupacional, Nise da Silveira encontrou em alguns artistas e críticos de arte um apoio fundamental para a divulgação do trabalho que estava sendo desenvolvido em Engenho de Dentro. Portanto, a arte brasileira ocupou o lugar, primeiramente destinado à ciência, de incentivar e respaldar a expressão artística dos alienados de Engenho de Dentro, principalmente no que se refere à repercussão das primeiras exposições da Seção de Terapêutica Ocupacional, em 1947 e 1949. O impacto dessas primeiras exposições no meio artístico e cultural, alicerçado pela surpresa diante da constatação de que os loucos faziam verdadeiras obras de arte, e a ampla repercussão nos jornais da época foram fatores preponderantes para a divulgação dessa prática que unia arte, loucura e psiquiatria em fins da década de 1940 no Brasil. Tudo isso constrói um contexto dinâmico e propício para o desenvolvimento dos ateliês de pintura e modelagem da Seção de Terapêutica Ocupacional no Centro Psiquiátrico Nacional. Dessa forma, a busca pelo significado dessa experiência que aproximou arte, loucura e ciência no Brasil em fins da década de 1940, acaba construindo uma narrativa sobre as origens do Museu de Imagens do Inconsciente inserido em uma história da psiquiatria brasileira que foi enriquecida por outras visões, tal como a artística, estando, por isso mesmo, influenciada por uma história cultural muito mais ampla.
id CRUZ_d1dfe77fbdfa62771a95f4b0c09ed585
oai_identifier_str oai:www.arca.fiocruz.br:icict/6086
network_acronym_str CRUZ
network_name_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
repository_id_str 2135
spelling Dias, Paula BarrosLima, Nísia Trindade2013-01-07T15:54:58Z2013-01-07T15:54:58Z2003DIAS, Paula Barros. Arte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconsciente. 2003. 170 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2003.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6086O Museu de Imagens do Inconsciente foi fundado em 20 de maio de 1952 em Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, sob a justificativa de ser uma evolução natural dos trabalhos realizados nos ateliês de pintura e modelagem da Seção de Terapêutica Ocupacional do Centro Psiquiátrico Nacional, sob a direção da psiquiatra Nise da Silveira desde 1946. Nesse sentido, é possível falar em um processo de gênese do Museu de Imagens do Inconsciente que não se limita a data de sua inauguração oficial em 1952. Esta pesquisa visa apreender a história da transformação desses ateliês em um museu, situando-a em um contexto dinâmico onde se encontram os movimentos sociais, a arte e a ciência. Utilizando a metodologia de contextos inter-relacionados – o discursivo, o intelectual e o comunicacional - este trabalho constrói mais uma história sobre as origens do Museu de Imagens do Inconsciente, buscando apreender o significado dessa experiência no momento em que ela estava sendo construída, ou seja entre os anos de 1946 e 1952. A emergência do discurso psicanalítico no Brasil na primeira metade do século XX possibilitou que a idéia do inconsciente manifestado nas expressões artísticas fosse incorporada tanto no meio artístico quanto no científico. Esse contexto propiciou o aparecimento, nos anos 40, das idéias de Nise da Silveira sobre a ocupação terapêutica e a expressão artística dos alienados em uma época em que a terapêutica ocupacional era um método periférico àqueles habitualmente empregados pela psiquiatria brasileira, visto que o discurso orgânico-mecanicista e os métodos biológicos de tratamento das doenças mentais eram hegemônicos. Se a ciência psiquiátrica daquela época não estava tão interessada nas práticas desenvolvidas nos ateliês de pintura e modelagem de uma modesta Seção de Terapêutica Ocupacional, Nise da Silveira encontrou em alguns artistas e críticos de arte um apoio fundamental para a divulgação do trabalho que estava sendo desenvolvido em Engenho de Dentro. Portanto, a arte brasileira ocupou o lugar, primeiramente destinado à ciência, de incentivar e respaldar a expressão artística dos alienados de Engenho de Dentro, principalmente no que se refere à repercussão das primeiras exposições da Seção de Terapêutica Ocupacional, em 1947 e 1949. O impacto dessas primeiras exposições no meio artístico e cultural, alicerçado pela surpresa diante da constatação de que os loucos faziam verdadeiras obras de arte, e a ampla repercussão nos jornais da época foram fatores preponderantes para a divulgação dessa prática que unia arte, loucura e psiquiatria em fins da década de 1940 no Brasil. Tudo isso constrói um contexto dinâmico e propício para o desenvolvimento dos ateliês de pintura e modelagem da Seção de Terapêutica Ocupacional no Centro Psiquiátrico Nacional. Dessa forma, a busca pelo significado dessa experiência que aproximou arte, loucura e ciência no Brasil em fins da década de 1940, acaba construindo uma narrativa sobre as origens do Museu de Imagens do Inconsciente inserido em uma história da psiquiatria brasileira que foi enriquecida por outras visões, tal como a artística, estando, por isso mesmo, influenciada por uma história cultural muito mais ampla.The Museum of Images of the Unconscious was established in May 20th,1952, in Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, under the justification of being a natural evolution of the works carried through in the workshops of painting and modeling of the Section of Occupational Therapeutic of the National Psychiatric Center, under the direction of psychiatrist Nise da Silveira since 1946. In this sense, it is possible to talk in a process of creation of the Museum of Images of the Unconscious that is not limited by the date of its official inauguration in 1952. This research aims at to apprehend the history of the transformation of this workshops in a museum, pointing out it in a dynamic context where if they find the social movements, the art and science. Using the methodology of interrelated contexts - the discursive, the intellectual and the comunicational - this work constructs a history about the origins of the Museum of Images of the Unconscious, aiming to apprehend the meaning of this experience at the moment where it was being constructed, it means, between 1946 and 1952. The emergency of the psicanalistc discourse in Brazil in the first half of century XX made possible that the revealed idea of the unconscious in the artistic expressions was incorporated in the artistic as in the scientific medium. This context propitiated the emerging, in years 40, of the Nise da Silveira ideas on the therapeutical occupation and the artistic expression of the mentally ills at a time where occupational therapeutic was a peripheral method to habitually ones used by Brazilian psychiatry, since the organic-mechanist discourse and the biological methods of treatment of the insanities were hegemonic. If the psychiatric science of that age was not so interested in the practices developed in the workshops of painting and modeling of a modest Section of Occupational Therapy, Nise da Silveira found in some artists and critics of art a basic support for the spreading of the work that was being developed in Engenho de Dentro. Therefore, the Brazilian art occupied the place, first destined to science, to stimulate and to endorse the artistic expression of the mentally ills of Engenho de Dentro, mainly what relates to the repercussion of the first expositions of the Section of Occupational Therapy, in 1947 and 1949. The impact of these first expositions in the artistic and cultural media, based in the surprise, face to the fact of that the insane people made really works of art, and the ample repercussion in periodicals of the age had been preponderant factors for the spreading of this practices that joined art, madness and psychiatry in ends of the decade of 40 in Brazil. All of this constructs a dynamic and propitious context for the development of the workshops of painting and modeling of the Section of Occupational Therapy in the National Psychiatric Center. Thus, the search for the meaning of this experience that approached art, madness and science in Brazil at the ends of the decade of 1940, results at constructing a narrative on the origins it Museum of Images of the Unconscious inserted in a history of the Brazilian psychiatry that it was enriched by other visions, such as the artistic one, being, therefore, influenced for a cultural history much more ample.Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porHistória da psiquiatria no BrasilMuseu de imagens do inconscienteTerapêutica ocupacionalExpressão artística de alienadosHistory of psychiatry in BrazilMuseum of images of the unconsciousOccupational therapeuticArtistic expression of mentally illsPsiquiatria/históriaMuseus/históriaMedicina nas ArtesHistória do Século XXBrasilArte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconscienteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2003Casa de Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzMestreRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúdeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6086/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINAL38.pdfapplication/pdf1101882https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6086/2/38.pdf635d02cdbfae65bc757f69756c74e473MD52TEXT38.pdf.txt38.pdf.txtExtracted texttext/plain424642https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6086/5/38.pdf.txt1c74b4375f3210228f8b03f20ff49503MD55THUMBNAIL38.pdf.jpg38.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1147https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6086/4/38.pdf.jpga05d116dbdd83ae8ade056da71aefb6eMD54icict/60862023-01-05 14:22:36.629oai:www.arca.fiocruz.br:icict/6086Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-05T17:22:36Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Arte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconsciente
title Arte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconsciente
spellingShingle Arte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconsciente
Dias, Paula Barros
História da psiquiatria no Brasil
Museu de imagens do inconsciente
Terapêutica ocupacional
Expressão artística de alienados
History of psychiatry in Brazil
Museum of images of the unconscious
Occupational therapeutic
Artistic expression of mentally ills
Psiquiatria/história
Museus/história
Medicina nas Artes
História do Século XX
Brasil
title_short Arte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconsciente
title_full Arte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconsciente
title_fullStr Arte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconsciente
title_full_unstemmed Arte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconsciente
title_sort Arte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconsciente
author Dias, Paula Barros
author_facet Dias, Paula Barros
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Dias, Paula Barros
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Lima, Nísia Trindade
contributor_str_mv Lima, Nísia Trindade
dc.subject.other.none.fl_str_mv História da psiquiatria no Brasil
Museu de imagens do inconsciente
Terapêutica ocupacional
Expressão artística de alienados
topic História da psiquiatria no Brasil
Museu de imagens do inconsciente
Terapêutica ocupacional
Expressão artística de alienados
History of psychiatry in Brazil
Museum of images of the unconscious
Occupational therapeutic
Artistic expression of mentally ills
Psiquiatria/história
Museus/história
Medicina nas Artes
História do Século XX
Brasil
dc.subject.en.none.fl_str_mv History of psychiatry in Brazil
Museum of images of the unconscious
Occupational therapeutic
Artistic expression of mentally ills
dc.subject.decs.pt_BR.fl_str_mv Psiquiatria/história
Museus/história
Medicina nas Artes
História do Século XX
dc.subject.decs.none.fl_str_mv Brasil
description O Museu de Imagens do Inconsciente foi fundado em 20 de maio de 1952 em Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, sob a justificativa de ser uma evolução natural dos trabalhos realizados nos ateliês de pintura e modelagem da Seção de Terapêutica Ocupacional do Centro Psiquiátrico Nacional, sob a direção da psiquiatra Nise da Silveira desde 1946. Nesse sentido, é possível falar em um processo de gênese do Museu de Imagens do Inconsciente que não se limita a data de sua inauguração oficial em 1952. Esta pesquisa visa apreender a história da transformação desses ateliês em um museu, situando-a em um contexto dinâmico onde se encontram os movimentos sociais, a arte e a ciência. Utilizando a metodologia de contextos inter-relacionados – o discursivo, o intelectual e o comunicacional - este trabalho constrói mais uma história sobre as origens do Museu de Imagens do Inconsciente, buscando apreender o significado dessa experiência no momento em que ela estava sendo construída, ou seja entre os anos de 1946 e 1952. A emergência do discurso psicanalítico no Brasil na primeira metade do século XX possibilitou que a idéia do inconsciente manifestado nas expressões artísticas fosse incorporada tanto no meio artístico quanto no científico. Esse contexto propiciou o aparecimento, nos anos 40, das idéias de Nise da Silveira sobre a ocupação terapêutica e a expressão artística dos alienados em uma época em que a terapêutica ocupacional era um método periférico àqueles habitualmente empregados pela psiquiatria brasileira, visto que o discurso orgânico-mecanicista e os métodos biológicos de tratamento das doenças mentais eram hegemônicos. Se a ciência psiquiátrica daquela época não estava tão interessada nas práticas desenvolvidas nos ateliês de pintura e modelagem de uma modesta Seção de Terapêutica Ocupacional, Nise da Silveira encontrou em alguns artistas e críticos de arte um apoio fundamental para a divulgação do trabalho que estava sendo desenvolvido em Engenho de Dentro. Portanto, a arte brasileira ocupou o lugar, primeiramente destinado à ciência, de incentivar e respaldar a expressão artística dos alienados de Engenho de Dentro, principalmente no que se refere à repercussão das primeiras exposições da Seção de Terapêutica Ocupacional, em 1947 e 1949. O impacto dessas primeiras exposições no meio artístico e cultural, alicerçado pela surpresa diante da constatação de que os loucos faziam verdadeiras obras de arte, e a ampla repercussão nos jornais da época foram fatores preponderantes para a divulgação dessa prática que unia arte, loucura e psiquiatria em fins da década de 1940 no Brasil. Tudo isso constrói um contexto dinâmico e propício para o desenvolvimento dos ateliês de pintura e modelagem da Seção de Terapêutica Ocupacional no Centro Psiquiátrico Nacional. Dessa forma, a busca pelo significado dessa experiência que aproximou arte, loucura e ciência no Brasil em fins da década de 1940, acaba construindo uma narrativa sobre as origens do Museu de Imagens do Inconsciente inserido em uma história da psiquiatria brasileira que foi enriquecida por outras visões, tal como a artística, estando, por isso mesmo, influenciada por uma história cultural muito mais ampla.
publishDate 2003
dc.date.issued.fl_str_mv 2003
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2013-01-07T15:54:58Z
dc.date.available.fl_str_mv 2013-01-07T15:54:58Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv DIAS, Paula Barros. Arte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconsciente. 2003. 170 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2003.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6086
identifier_str_mv DIAS, Paula Barros. Arte, loucura e ciência no Brasil: as origens do Museu de Imagens do Inconsciente. 2003. 170 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2003.
url https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6086
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron:FIOCRUZ
instname_str Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron_str FIOCRUZ
institution FIOCRUZ
reponame_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
collection Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
bitstream.url.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6086/1/license.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6086/2/38.pdf
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6086/5/38.pdf.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6086/4/38.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
635d02cdbfae65bc757f69756c74e473
1c74b4375f3210228f8b03f20ff49503
a05d116dbdd83ae8ade056da71aefb6e
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
repository.mail.fl_str_mv repositorio.arca@fiocruz.br
_version_ 1813009051847491584