A trajetória dos homicídios no estado de Pernambuco: uma abordagem epidemiológica nas duas últimas décadas do século XX
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Data de Publicação: | 2003 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4359 |
Resumo: | Análise epidemiológica, distribuída em três artigos, acerca da evolução temporal e espacial dos homicídios no Estado de Pernambuco, de 1980 a 1998, visando identificar seus determinantes e áreas/populações de risco. Do ponto de vista metodológico, o estudo foi do tipo ecológico. Efetuou-se uma análise de série temporal, utilizando-se as técnicas de média móvel e análise de regressão. Para a análise espacial, foram utilizadas as técnicas de mapeamento para dados agregados, para identificar as áreas de cluster , o índice de Moran I e o indicador local de associação espacial LISA e as técnicas de mapeamento; gráfico de diagnóstico de espalhamento de Moran, LISA Map e Moran Map. Foi feita uma análise para identificar associações entre as variáveis explicativas e as taxas de homicídios, através do modelo de regressão espacial (CAR) e do modelo aditivo generalizado para detecção de tendência espacial (LOESS). Os resultados demonstraram que, durante a década de 80, houve um crescimento mais elevado (390 por cento) das taxas de homicídios no município do Recife, enquanto, na década de 90, o maior crescimento ocorreu na Região Metropolitana (68,5 por cento), sugerindo disseminação da violência da capital em direção aos demais municípios do Grande Recife. O percentual de homicídios por arma de fogo, a partir de 1984, apresentou-se acima de 50 por cento, dentre as mortes violentas, nas três diferentes áreas estudadas. O padrão espacial identificado modificou-se, mostrando dois pólos de clusterização: um localizado na Região Metropolitana do Recife e o no interior do Estado, na região denominada Polígono da Maconha . Os indicadores taxa de analfabetismo e índice de pobreza foram os únicos que permaneceram no modelo de regressão espacial (CAR), mesmo após ser retirada a tendência, e apresentaram limitado poder explicativo para a violência por homicídios. Estes últimos resultados reforçam empiricamente que a relação entre pobreza e homicídios não é linear nem robusta, apontando para uma discussão muito mais ampla dos determinantes da violência, em que se inclui o crescimento do contrabando e da posse de armas de fogo, o consumo de drogas ilegais, o tráfico de drogas, com as disputas por pontos de vendas, a contribuição do tráfico ilegal de mercadorias, como drogas e armas, na própria economia e desenvolvimento local, como processos sociais emergentes, e que, por sua vez, necessitam de instrumentos diversificados e complementares para sua apreensão. |
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Lima, Maria Luiza Carvalho deSouza, Edinilsa Ramos de2012-09-05T18:23:42Z2012-09-05T18:23:42Z2003LIMA, Maria Luiza Carvalho de. A trajetória dos homicídios no estado de Pernambuco: uma abordagem epidemiológica nas duas últimas décadas do século XX. 2003. 105 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz. Recife, 2003.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4359Análise epidemiológica, distribuída em três artigos, acerca da evolução temporal e espacial dos homicídios no Estado de Pernambuco, de 1980 a 1998, visando identificar seus determinantes e áreas/populações de risco. Do ponto de vista metodológico, o estudo foi do tipo ecológico. Efetuou-se uma análise de série temporal, utilizando-se as técnicas de média móvel e análise de regressão. Para a análise espacial, foram utilizadas as técnicas de mapeamento para dados agregados, para identificar as áreas de cluster , o índice de Moran I e o indicador local de associação espacial LISA e as técnicas de mapeamento; gráfico de diagnóstico de espalhamento de Moran, LISA Map e Moran Map. Foi feita uma análise para identificar associações entre as variáveis explicativas e as taxas de homicídios, através do modelo de regressão espacial (CAR) e do modelo aditivo generalizado para detecção de tendência espacial (LOESS). Os resultados demonstraram que, durante a década de 80, houve um crescimento mais elevado (390 por cento) das taxas de homicídios no município do Recife, enquanto, na década de 90, o maior crescimento ocorreu na Região Metropolitana (68,5 por cento), sugerindo disseminação da violência da capital em direção aos demais municípios do Grande Recife. O percentual de homicídios por arma de fogo, a partir de 1984, apresentou-se acima de 50 por cento, dentre as mortes violentas, nas três diferentes áreas estudadas. O padrão espacial identificado modificou-se, mostrando dois pólos de clusterização: um localizado na Região Metropolitana do Recife e o no interior do Estado, na região denominada Polígono da Maconha . Os indicadores taxa de analfabetismo e índice de pobreza foram os únicos que permaneceram no modelo de regressão espacial (CAR), mesmo após ser retirada a tendência, e apresentaram limitado poder explicativo para a violência por homicídios. Estes últimos resultados reforçam empiricamente que a relação entre pobreza e homicídios não é linear nem robusta, apontando para uma discussão muito mais ampla dos determinantes da violência, em que se inclui o crescimento do contrabando e da posse de armas de fogo, o consumo de drogas ilegais, o tráfico de drogas, com as disputas por pontos de vendas, a contribuição do tráfico ilegal de mercadorias, como drogas e armas, na própria economia e desenvolvimento local, como processos sociais emergentes, e que, por sua vez, necessitam de instrumentos diversificados e complementares para sua apreensão.This work is made up of an epidemiological analysis realized through three articles that seek to analyze the temporal and spatial evolution of homicides in the state of Pernambuco, Brazil from 1980 to 1998 with the aim of identifying the determinants and areas/populations at risk. From the methodological perspective, ecological studies were carried out. A temporal series analysis was realized using moving average techniques and regression analysis. For the spatial analysis, the Moran I index and the local indicator of spatial analysis – LISA – were utilized to identify the cluster areas, along with plotting techniques for the aggregated data: pattern plot, Moran Scatter plot, LISA plot and Moran Plot. An analysis was also carried out to identify the associations between the explicative variables and the homicide rates using the spatial regression model (CAR) and the generalized additive model for the detection of spatial tendency (LOESS). The results demonstrated that during the 1980s there was a more elevated growth (390%) in the homicide rates within the city of Recife, the state capitol, whereas in the 1990s the greatest level of growth occurred in the metropolitan region of the city (68.5%), suggesting a dissemination of the violence from the capitol city toward the other municipalities of Greater Recife. Starting in 1884, the percentage of homicides by firearms rose to a number above 50% of violent deaths in the three different areas studied. The identified spatial pattern underwent modifications throughout the period studied, revealing two points of clustering: one located in the predominantly urban area of Metropolitan Region of Recife; and another instate in the region denominated the “Marijuana Polygon”. The illiteracy rate indicators and poverty index were the only variables that remained in the spatial regression model (CAR), even after removing the tendency. These variables exhibited limited range in explaining homicide violence. The results empirically reinforce the idea that the relation between poverty and homicide is neither linear nor robust, indicating the need for a broader discussion of violence determinants that should include the growing contraband activities, the possession of fire arms, illegal drug use, drug trafficking and its disputes for vending territories, as well as the contribution illegal traffic (drugs and weapons) has on the economy and local development as emerging social processes that, in turn, require diversified and complementary instruments in order to be comprehended.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porHomicídiosAnálise EspacialAutocorrelação Espacial LocalAnálise por ConglomeradosFatores SócioeconômicosHomicidesSpatial AnalysisLocal Spatial AutocorrelationAnalysis by ConglomeratesSocioeconomic FactorsA trajetória dos homicídios no estado de Pernambuco: uma abordagem epidemiológica nas duas últimas décadas do século XXThe trajectory of the homicides in the state of Pernambuco: an epidemiologic abordagem in the last two decades of the century XXinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaFundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaDoutorRecife/PEPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSEve_Maria_Luiza_ENSP_2003text/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4359/1/ve_Maria_Luiza_ENSP_20038a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Maria_Luiza_ENSP_2003application/pdf3254727https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4359/2/ve_Maria_Luiza_ENSP_200323b561e4202fb8ae1de59145430de998MD52TEXTve_Maria_Luiza_ENSP_2003ve_Maria_Luiza_ENSP_2003Extracted texttext/plain184068https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4359/5/ve_Maria_Luiza_ENSP_2003712605a6a54b99efb88b3d095b8975b2MD55ve_Maria_Luiza_ENSP_2003.txtve_Maria_Luiza_ENSP_2003.txtExtracted texttext/plain184081https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4359/6/ve_Maria_Luiza_ENSP_2003.txtb1dc011f45c0b89ac18a3eeb63a51870MD56THUMBNAILve_Maria_Luiza_ENSP_2003ve_Maria_Luiza_ENSP_2003Generated Thumbnailimage/jpeg1550https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4359/4/ve_Maria_Luiza_ENSP_20035e9d00c1228752132e107c23f1d31c97MD54icict/43592023-08-03 12:17:53.653oai:www.arca.fiocruz.br:icict/4359Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-08-03T15:17:53Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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