Mortalidade por câncer de útero e rastreamento das alterações citológicas cervicais no Piauí
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13789 |
Resumo: | A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) precede o desenvolvimento do câncer do colo do útero por longo período, processo que pode variar de 10 a 20 anos. A infecção persistente pelo vírus é necessária para o desenvolvimento e progressão de lesões do colo do útero, tanto para graus mais elevados de lesões pré-cancerosas, como para o câncer. Tais características permitem que ações preventivas sejam realizadas com o objetivo de romper a cadeia epidemiológica da doença, podendo ser curável em até 100% dos casos se diagnosticada precocemente e tratada de forma adequada. A morbimortalidade por câncer do colo do útero vem diminuindo em vários países, porém, para algumas regiões do Brasil, as estimativas apontam crescimento. O estado do Piauí tem sido destaque por apresentar um dos maiores incrementos nas taxas de mortalidade por câncer do colo do útero em comparação com os demais estados brasileiros. O objetivo desta dissertação foi analisar a tendência da mortalidade por câncer de útero no Piauí e realizar estudo avaliativo dos dados do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (Siscolo) disponíveis para Teresina. Utilizou-se como fonte de dados o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS (Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM - e o Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero - Siscolo). Considerando apenas os modelos estatisticamente significativos, para o Piauí e para o interior do estado, foi observada tendência crescente e não constante das taxas de mortalidade por neoplasia maligna do colo do útero em todas as faixas etárias e tendência de redução na capital Teresina nas faixas 20-39 e 40-59 anos, no período 1980-2012. A mortalidade por neoplasia maligna de corpo e partes não especificadas do útero apresentou tendência crescente e constante no Piauí e no interior do estado, na faixa etária de 60 ou mais anos. Em Teresina, a redução na mortalidade foi mais acentuada para a neoplasia maligna de corpo e partes não especificadas do útero do que para neoplasia maligna do colo do útero. Possivelmente, os casos de neoplasia de partes não especificadas encontrados na faixa etária mais jovem sejam, na maior parte, originários do colo, enquanto nas faixas mais velhas, possivelmente, são neoplasia de corpo do útero. No período de 2006 a 2013, foram registradas, no Siscolo, 604.331 citologias de mulheres residentes em Teresina, das quais 1,78% (10.698) apresentaram resultados alterados. Na faixa etária alvo do programa de rastreamento do câncer de colo do útero, 25 a 64 anos, ocorreu redução de 43,9% no número de exames realizados no período analisado. As atipias de significado indeterminado (escamosas e glandulares) e as de origem indefinida foram os principais tipos de alterações encontrados. A positividade dos exames foi maior para as mulheres > 64 anos. As lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau (LSIL) foram predominantes nas mulheres mais jovens (< 25 anos). Com o aumento da idade, a prevalência das LSIL diminuiu, enquanto a prevalência das lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (HSIL) aumentou, principalmente a partir dos 64 anos. Os resultados quanto à periodicidade do exame sugerem repetição desnecessária, com alta concentração de intervalo anual. No período analisado, verificou-se aumento do percentual de amostras insatisfatórias e decréscimo constante no percentual de amostras com representatividade da Zona de Transformação (ZT). Entre as variáveis que compõem o banco de dados, os menores percentuais de completitude foram observados para escolaridade e cor/raça. A lenta progressão das lesões do câncer do colo do útero associada às deficiências observadas no processo de rastreamento desta neoplasia nas mulheres de Teresina, no período de 2006 a 2013, poderão resultar em uma tendência crescente das taxas de mortalidade por câncer do colo do útero nas mulheres da capital após alguns anos. Faz-se necessária a qualificação das ações de rastreamento do câncer do colo do útero no município de Teresina, com o objetivo de melhorar a cobertura do programa, reduzir as iniquidades das ações de controle, bem como melhorar as taxas de morbimortalidade do câncer de colo do útero. |
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Possivelmente, os casos de neoplasia de partes não especificadas encontrados na faixa etária mais jovem sejam, na maior parte, originários do colo, enquanto nas faixas mais velhas, possivelmente, são neoplasia de corpo do útero. No período de 2006 a 2013, foram registradas, no Siscolo, 604.331 citologias de mulheres residentes em Teresina, das quais 1,78% (10.698) apresentaram resultados alterados. Na faixa etária alvo do programa de rastreamento do câncer de colo do útero, 25 a 64 anos, ocorreu redução de 43,9% no número de exames realizados no período analisado. As atipias de significado indeterminado (escamosas e glandulares) e as de origem indefinida foram os principais tipos de alterações encontrados. A positividade dos exames foi maior para as mulheres > 64 anos. As lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau (LSIL) foram predominantes nas mulheres mais jovens (< 25 anos). Com o aumento da idade, a prevalência das LSIL diminuiu, enquanto a prevalência das lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (HSIL) aumentou, principalmente a partir dos 64 anos. Os resultados quanto à periodicidade do exame sugerem repetição desnecessária, com alta concentração de intervalo anual. No período analisado, verificou-se aumento do percentual de amostras insatisfatórias e decréscimo constante no percentual de amostras com representatividade da Zona de Transformação (ZT). Entre as variáveis que compõem o banco de dados, os menores percentuais de completitude foram observados para escolaridade e cor/raça. A lenta progressão das lesões do câncer do colo do útero associada às deficiências observadas no processo de rastreamento desta neoplasia nas mulheres de Teresina, no período de 2006 a 2013, poderão resultar em uma tendência crescente das taxas de mortalidade por câncer do colo do útero nas mulheres da capital após alguns anos. Faz-se necessária a qualificação das ações de rastreamento do câncer do colo do útero no município de Teresina, com o objetivo de melhorar a cobertura do programa, reduzir as iniquidades das ações de controle, bem como melhorar as taxas de morbimortalidade do câncer de colo do útero.Infection with the human papillomavirus (HPV) precedes the development of cervical cancer for a long period, a process that can vary from 10 to 20 years. Persistent infection is required for the development and progression of cervical lesions, both to higher degrees of pre-cancerous lesions and to cancer. These features allow preventive actions are carried out in order to break the epidemiological chain of the disease and may be curable in up to 100% of cases if diagnosed early and treated appropriately. The morbidity and mortality from cervical cancer has decreased in many countries, however, for some regions of Brazil, estimates indicate growth. The state of Piauí has been featured by presenting one of the largest increases in mortality rates from cervical cancer compared to other Brazilian states. The aim of this work was to analyze the trend in mortality from cancer of the uterus in Piauí and perform evaluative study of data from the Information System of Cervical Cancer (SISCOLO) available for Teresina. It was used as a data source the Department of Health System Information - DATASUS (Mortality Information System - SIM - and the Information System of Cervical Cancer - SISCOLO). Considering only statistically significant models for the Piauí and into the state, was observed growing and no consistent trend in mortality rates for malignant neoplasm of the cervix in all age groups and downward trend of the capital Teresina on tracks 20 -39 and 40-59 years in the period 1980- 2012. Mortality from malignant neoplasm of body and unspecified parts of the uterus showed an increasing trend trend in Piauí and in the state, at the age of 60 years. In Teresina, the reduction in mortality was more pronounced for malignant neoplasm of body and unspecified parts of the uterus than for malignant neoplasm of the cervix. Possibly, the cases of unspecified parts of neoplasia found in younger age group are mostly originating neck, while in older tracks are possibly uterine body cancer. In the period 2006-2013, it was recorded in SISCOLO, 604,331 smear tests to women living in Teresina, of which 1.78% (10,698) had abnormal results. In the target age group cervical cancer screening program of the uterus, 25 to 64 years, there was a reduction of 43.9% in the number of tests carried out during the period. The atypical cells of undetermined significance (squamous and glandular) and of unknown origin were the main types of changes found. The positivity of tests was higher for women> 64 years. Intraepithelial lowgrade squamous intraepithelial lesions (LSIL) were prevalent in younger women (<25 years). With increasing age, the prevalence of LSIL decreased, while the prevalence of high squamous intraepithelial lesions (HSIL) increased, especially from 64 years. The results on the basis of the examination suggest unnecessary repetition, with high concentrations of annual range. In the period analyzed, there was an increase in the percentage of unsatisfactory samples and steady decline in the percentage of samples with representative of Transformation zone (TZ). Among the variables that make up the database, the lowest percentage of completeness was observed for schooling, and color / race. The slow progression of cervical cancer lesions associated with the observed deficiencies in the screening process of this neoplasm in women of Teresina, in the period from 2006 to 2013, could result in a growing trend in mortality rates for cervical cancer in women of the capital after a few years. It is necessary to qualify as tracking actions of cervical cancer in the city of Teresina, in order to improve program coverage, reduce inequities of control actions as well as improve the morbidity and mortality rates of cervical cancer the uterus.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porCâncer de úteroNeoplasias do colo do úteroMortalidadeEsfregaço vaginalLesões pré-cancerosasProgramas de rastreamentoSiscoloUterine cancerCervical cancerMortalityVaginal smearPrecancerous lesionsScreening programsSiscoloNeoplasias Uterinas/mortalidadeNeoplasias do Colo do Útero/mortalidadeEsfregaço VaginalLesões Pré-CancerosasProgramas de RastreamentoMortalidade por câncer de útero e rastreamento das alterações citológicas cervicais no PiauíMortalidade uterine cancer and cytological cervicais rastreamento alterações give no Piauíinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisFundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALve_Andressa_Moura_ENSP_2015application/pdf1677209https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13789/1/ve_Andressa_Moura_ENSP_201500b9655b9f514e2c1cc9b1c08eb4aae1MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13789/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXT32.pdf.txt32.pdf.txtExtracted texttext/plain315573https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13789/3/32.pdf.txt994396084d9a655f0e9ff426908c29ffMD53ve_Andressa_Moura_ENSP_2015.txtve_Andressa_Moura_ENSP_2015.txtExtracted texttext/plain316257https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13789/4/ve_Andressa_Moura_ENSP_2015.txt28fe60e8f62fd5da2037ac28a20311c7MD54icict/137892023-08-03 11:19:41.916oai:www.arca.fiocruz.br:icict/13789Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-08-03T14:19:41Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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