Análise de dados de infecções nosocomiais em unidades de terapias intensivas (uti) de hospitais de nível terciário de Fortaleza, estado do Ceará, no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2007

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Patrício, Maria Iracema de Aguiar
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4836
Resumo: As infecções hospitalares acarretam o aumento da morbimortalidade de indivíduos internados em unidades hospitalares, como também, ampliam o tempo de permanência e conseqüentemente o aumento dos custos hospitalares. Atualmente, as Unidades de Terapia Intensiva-UTI representam uma importante e indispensável ferramenta da medicina moderna para prestar assistência a pacientes criticamente enfermos utilizando recursos humanos especializados e tecnológicos avançados. Porém, contamos com o ônus do risco de IH. Neste contexto a UTI constitui um importante foco de atenção relacionada às práticas assistenciais por representar, em média, de 20 a 30% de todas as infecções notificadas. No Brasil, os leitos destinados para UTI, representam menos de 2% dos leitos hospitalares disponíveis, no entanto, contribuem com mais de 25% das infecções com uma alta taxa de óbitos. O objetivo do estudo foi analisar os casos notificados de infecções nosocomiais em UTI de dois hospitais de nível terciário do município de Fortaleza, estado do Ceará, no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2007. Tratou-se de um estudo descritivo, exploratório, retrospectivo, baseado na coleta de dados secundários obtidos a partir do registro dos prontuários elaborados pela CCIH dos hospitais participantes. Além da coleta de dados, a equipe da CCIH respondeu um questionário sobre medidas adotadas para vigilância e controle de IH. De acordo com as respostas, os hospitais são sentinelas, utilizam a metodologia NNIS, seguem os protocolos da ANVISA para diagnóstico de IH. No período do estudo foi encontrado nas duas instituições 1488 de IH, sendo 502 (33,7%) na instituição 01 e 986 (66,3%) na instituição 02. Verificou-se alta taxa de prevalência IH nas duas instituições, 37% para a instituição 01 e 52% para a instituição 02. A idade dos casos variou de 15 a 95 anos, concentrando-se os maiores entre 55 a 74 anos, nas duas Instituições, com a média de 56 ± 22 para a instituição 01 e de 60±18 para a instituição 02. O sexo feminino foi maior na instituição 01em relação à instituição 02. O sítio respiratório foi o mais prevalente para as duas instituições (29% e 33%) seguindo-se como segunda causa as infecções da corrente sangüínea para a instituição 01 (20,8%) e infecção trato urinário para instituição 02 (25%). Os pacientes apresentaram mais de um sítio de infecção ao mesmo tempo. O diagnóstico clínico para IH foi superior ao diagnóstico laboratorial na instituição 02. O uso de procedimentos invasivos foi acima de 99% nas duas instituições. Verificou-se uma alta taxa de mortalidade nos pacientes 54,1% na instituição 01 e 51,9% na instituição 02. O tempo de permanência de internação mínima foi de um dia e máxima de 103 dias com média 29,67 dias. A pneumonia foi a primeira causa de internamento para a instituição 01 (21%), enquanto que na instituição 02 foi a hipertensão arterial sistêmica (20%). A Pseudomonas aeruginosa foi o microrganismo mais prevalente (24,3% e 16,5%, respectivamente) para as duas instituições; seguindose em segundo lugar para ambas as instituições o Acinetobacter baumanii (10,6% e 11,0%). O estudo nas duas instituições encontrou prevalências de microrganismos diferentes, demonstrando que existem diferenças regionais ou locais representadas pelas características do hospital, tipo de atendimento e qualidade do serviço oferecido, que são atributos relevantes no contexto da infecção e que devem ser analisados criteriosamente. Elaborou-se um plano de prevenção e controle para subsidiar as unidades participantes do estudo.
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Atualmente, as Unidades de Terapia Intensiva-UTI representam uma importante e indispensável ferramenta da medicina moderna para prestar assistência a pacientes criticamente enfermos utilizando recursos humanos especializados e tecnológicos avançados. Porém, contamos com o ônus do risco de IH. Neste contexto a UTI constitui um importante foco de atenção relacionada às práticas assistenciais por representar, em média, de 20 a 30% de todas as infecções notificadas. No Brasil, os leitos destinados para UTI, representam menos de 2% dos leitos hospitalares disponíveis, no entanto, contribuem com mais de 25% das infecções com uma alta taxa de óbitos. O objetivo do estudo foi analisar os casos notificados de infecções nosocomiais em UTI de dois hospitais de nível terciário do município de Fortaleza, estado do Ceará, no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2007. Tratou-se de um estudo descritivo, exploratório, retrospectivo, baseado na coleta de dados secundários obtidos a partir do registro dos prontuários elaborados pela CCIH dos hospitais participantes. Além da coleta de dados, a equipe da CCIH respondeu um questionário sobre medidas adotadas para vigilância e controle de IH. De acordo com as respostas, os hospitais são sentinelas, utilizam a metodologia NNIS, seguem os protocolos da ANVISA para diagnóstico de IH. No período do estudo foi encontrado nas duas instituições 1488 de IH, sendo 502 (33,7%) na instituição 01 e 986 (66,3%) na instituição 02. Verificou-se alta taxa de prevalência IH nas duas instituições, 37% para a instituição 01 e 52% para a instituição 02. A idade dos casos variou de 15 a 95 anos, concentrando-se os maiores entre 55 a 74 anos, nas duas Instituições, com a média de 56 ± 22 para a instituição 01 e de 60±18 para a instituição 02. O sexo feminino foi maior na instituição 01em relação à instituição 02. O sítio respiratório foi o mais prevalente para as duas instituições (29% e 33%) seguindo-se como segunda causa as infecções da corrente sangüínea para a instituição 01 (20,8%) e infecção trato urinário para instituição 02 (25%). Os pacientes apresentaram mais de um sítio de infecção ao mesmo tempo. O diagnóstico clínico para IH foi superior ao diagnóstico laboratorial na instituição 02. O uso de procedimentos invasivos foi acima de 99% nas duas instituições. Verificou-se uma alta taxa de mortalidade nos pacientes 54,1% na instituição 01 e 51,9% na instituição 02. O tempo de permanência de internação mínima foi de um dia e máxima de 103 dias com média 29,67 dias. A pneumonia foi a primeira causa de internamento para a instituição 01 (21%), enquanto que na instituição 02 foi a hipertensão arterial sistêmica (20%). A Pseudomonas aeruginosa foi o microrganismo mais prevalente (24,3% e 16,5%, respectivamente) para as duas instituições; seguindose em segundo lugar para ambas as instituições o Acinetobacter baumanii (10,6% e 11,0%). O estudo nas duas instituições encontrou prevalências de microrganismos diferentes, demonstrando que existem diferenças regionais ou locais representadas pelas características do hospital, tipo de atendimento e qualidade do serviço oferecido, que são atributos relevantes no contexto da infecção e que devem ser analisados criteriosamente. Elaborou-se um plano de prevenção e controle para subsidiar as unidades participantes do estudo.The hospital infections entail an increase in morbimortality of individuals admitted into hospitals, as well as expand the length of stay of patients in hospitals, thus increasing the cost of treatment. Currently, the ICUs represent an important and indispensable tool of modern medicine to assist the critically ill patients using specialized human resources and advanced technology. However, we have the burden of the risk of HI. In this context the ICU is a major focus of attention related to care practices to represent, on average, 20 to 30% of all reported infections. In Brazil, the beds intended for ICUs, representing less than 2% of hospital beds available, however, contribute over 25% of infections with a high rate of deaths.The aim was to analyse the reported cases of nosocomial infections in Intensive Therapies Units (ICU) of two hospitals to tertiary level of the municipality of Fortaleza, in Ceara state, from January 2005 to December 2007. It was a descriptive study, exploratory, retrospective, based on the collection of secondary data obtained from the registry of records prepared by the CCIH of participating hospitals. In addition to collecting data, the team of CCIH answered a questionnaire on measures adopted for monitoring and control of HI. According to the answers, hospitals are sentinels, using the methodology NNIS, follow the protocols of ANVISA for diagnosis of HI. During the study period was found at the two institutions, 1488 cases of HI, 502 (33.7%) in institution 01 and 986 (66.3%) in institution 02. There was high prevalence rate of HI in both institutions, 37% at the institution 01 and 52% at the institution 02. The ages of cases ranged from 15 to 95 years, concentrating on the largest between 55 to 74 years in the two institutions, with the average of 56 ± 22 to 01 and 60 ± 18 for the institution 02. The female gender was larger in institution 01 in relation to the institution 02. The respiratory site was the most prevalent in the two institutions (29% and 33%) followed by blood infections in the institution 01 (20.8%) and urinary tract infection for institution 02 (25%). The patients had more than one site of infection at the same time. The clinical diagnosis of HI was superior then the laboratory diagnosis in the institution 02. The use of invasive procedures was above 99% in the two institutions. There was a high mortality rate of 54.1% in patients at the institution 01 and 51.9% in the institution 02. The length of stay in hospital of at least 1 day and a maximum of 103 days with an average 29.67 days. Pneumonia was the leading cause of hospitalization for the institution 01 (21%) while at the institution 02 was the hypertension (20%). The microorganism Pseudomonas aeruginosa was the most prevalent (24.3% and 16.5% respectively) for the two institutions, followed by second place for both the institutions Acinetobacter baumanii (10.6% and 11.0%). The study on both institutions found prevalence of different microorganisms, showing that there are local or regional differences represented by the characteristics of the hospital, type of care and quality of service offered, attributes that are relevant in the context of infection and should be analyzed carefully. We drew up a plan to the prevention and control to subsidize the units participating in the study.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porInfecção HospitalarInfecção NosocomialUnidade de Terapia IntensivaResistência AntimicrobianaHospital InfectionNosocomial InfectionIntensive Care UnitAntimicrobial ResistanceInfecção HospitalarUnidades de Terapia IntensivaResistência Microbiana a MedicamentosAnálise de dados de infecções nosocomiais em unidades de terapias intensivas (uti) de hospitais de nível terciário de Fortaleza, estado do Ceará, no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2007Analysis of data of nosocomial infections in intensive care units (ICU) of tertiary-level hospitals in Fortaleza, state of Ceará, from January 2005 to December 2007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.MestreRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4836/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALmaria_iracema_aguiar_patrício_ensp_mest_2008.pdfapplication/pdf443749https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4836/2/maria_iracema_aguiar_patr%c3%adcio_ensp_mest_2008.pdf373b05d6311ab99732dd76045a703772MD52TEXT1067.pdf.txt1067.pdf.txtExtracted texttext/plain180217https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4836/5/1067.pdf.txt0e6dd3336d881f4e797f317695047759MD55THUMBNAIL1067.pdf.jpg1067.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1472https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4836/4/1067.pdf.jpg38a811d566dd3f081e6838f31349029aMD54icict/48362023-01-17 11:42:40.999oai:www.arca.fiocruz.br:icict/4836Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T14:42:40Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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