Análise Epidemiológica e Molecular do vírus Hepatite A em Pacientes Atendidos entre 2013 a 2019 no Ambulatório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz, Rio de Janeiro
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/44246 |
Resumo: | Ao longo dos anos vem se observando um declínio do número de casos de infecção pelo vírus da hepatite A (HAV) em crianças, relacionado ao investimento nos programas de vacinação e a melhorias sanitárias. Porém, nota se a mudança desse perfil de infecção, onde indivíduos jovens/adultos vêm sendo mais acometidos. Apesar do vírus ser transmitido principalmente pelo consumo de água e alimentos contaminados, diversos surtos têm ocorrido ao redor do mundo em adultos e sendo relacionados a práticas sexuais. Em nosso país, um aumento no número de casos nos últimos três anos foi observado após um período de declínio de notificações. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar os comportamentos de risco e os aspectos moleculares associados à transmissão do HAV em indivíduos atendidos no Ambulatório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, entre os anos de 2017 e 2019. Para tal, foram coletadas amostras de soro e informações socioepidemiológicas de 52 pacientes com anti-HAV IgM reagente, que chegaram ao ambulatório. Posteriormente, essas amostras tiveram o genoma viral extraído e analisado através da técnica de RTPCR. Após detecção, o RNA foi sequenciado e analisado filogeneticamente. Em seguida, foram realizadas análises filogeográficas para obter a rota de dispersão e período de introdução das estirpes virais no país Com a análise dos dados dos prontuários, observou-se que 78,9% (41/52) pacientes eram do sexo masculino, nas faixas etárias 20 a 29 anos (n=24/52) e de 30 a 39 anos (n=20/52) com media 32,1 anos, sendo 63,5% (n=33) dele(a)s homens/mulheres que fazem sexo com homens/mulheres (HSH/MSM), e 89,9% eram residentes na região norte da cidade do Rio de Janeiro. Observou-se uma baixa frequência de exposição a fatores hídricos, alimentares e parenterais na população estudada, sendo 42,3%, 42,3%, 34,7%, respectivamente. Já algumas práticas sexuais apresentaram elevada frequência, destacando o sexo oral (75%) e sexo anal (65,3%). Através das análises filogenéticas, foi identificado um único subgenótipo IA da população estudada. Quatro clados deste subgenótipo foram formados, dos quais, três agruparamse as sequências dos estirpes virais provenientes de surtos Europeus/Asiáticos, e um clado, formado por estirpes virais previamente circulantes no Brasil. Através da filogeografia, foi possível inferir o ano e país de introdução, além da data de origem das estirpes virais no Brasil. A estirpe VRD_521_2016 foi possivelmente introduzida entre 2016-2017 pela Espanha com provável origem em 2013, a RIVM-HAV16-090 europeia/asiática e V16-25801, possivelmente introduzida pela Alemanha, entre 20142015 e 2015-2016 respectivamente, com provável origem em 2000 e 2011. Nossos achados reforçam a necessidade de ampliação do acesso à vacina contra o HAV a grupos adultos de risco e do monitoramento da entrada de novos patógenos no Brasil. Além disso, medidas educativas são úteis para impedir a disseminação do HAV em populações-chave como os HSH. |
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Apesar do vírus ser transmitido principalmente pelo consumo de água e alimentos contaminados, diversos surtos têm ocorrido ao redor do mundo em adultos e sendo relacionados a práticas sexuais. Em nosso país, um aumento no número de casos nos últimos três anos foi observado após um período de declínio de notificações. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar os comportamentos de risco e os aspectos moleculares associados à transmissão do HAV em indivíduos atendidos no Ambulatório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, entre os anos de 2017 e 2019. Para tal, foram coletadas amostras de soro e informações socioepidemiológicas de 52 pacientes com anti-HAV IgM reagente, que chegaram ao ambulatório. Posteriormente, essas amostras tiveram o genoma viral extraído e analisado através da técnica de RTPCR. Após detecção, o RNA foi sequenciado e analisado filogeneticamente. 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Quatro clados deste subgenótipo foram formados, dos quais, três agruparamse as sequências dos estirpes virais provenientes de surtos Europeus/Asiáticos, e um clado, formado por estirpes virais previamente circulantes no Brasil. Através da filogeografia, foi possível inferir o ano e país de introdução, além da data de origem das estirpes virais no Brasil. A estirpe VRD_521_2016 foi possivelmente introduzida entre 2016-2017 pela Espanha com provável origem em 2013, a RIVM-HAV16-090 europeia/asiática e V16-25801, possivelmente introduzida pela Alemanha, entre 20142015 e 2015-2016 respectivamente, com provável origem em 2000 e 2011. Nossos achados reforçam a necessidade de ampliação do acesso à vacina contra o HAV a grupos adultos de risco e do monitoramento da entrada de novos patógenos no Brasil. Além disso, medidas educativas são úteis para impedir a disseminação do HAV em populações-chave como os HSH.Over the years, it has been observed that the number of infection cases in children have declined, related to investment in vaccination programs and sanitary improvements. However, there is a change in this infection profile, where young/adults individuals have been more affected. Despite the fact that the virus is transmitted mainly through the consumption of contaminated food and water, several outbreaks have occurred around the world and have been related to sexual practices in adults. In our country, has been observed an increase in the number of cases in the past three years after a period of declining notifications. Thus, the study\2019s aim was to evaluate risk behaviors and molecular aspects associated with the transmission of HAV in individuals attended between 2017 and 2019, at the Viral Hepatitis Ambulatory at Oswaldo Institute/Fiocruz, Rio de Janeiro. For This, serum samples and socioepidemiological information from 52 patients with anti-HAV IgM reagent who arrived at the clinic were collected. Subsequently, these samples had the viral genome extracted and were analysed through RT-PCR. After detection, the RNA was sequenced and analysed phylogenetically. After, phylogeographic analysis were realized to obtain the route of dispersal and the period of introduction of viral strains in the country. With medical records data analysis, was observed that 78.9% (41/52) patients were male, in the age groups 20 to 29 years (n = 24/52) and 30 to 39 years (n = 20/52) with an average of 32.1 years, being 63,5% (n=33) their man/woman who have sex with man/woman (MSM/WSW), 89.9% residing in the northern region of the Rio de Janeiro city It was observed a low frequency of exposure to water, food and parental factors in the studied population, being 42.3%, 42.3%, 34.7%, respectively. Some sexual practices had high frequency, with emphasis on oral sex (75%) and anal sex (65.3%). A low frequency of exposure to water, food and parenteral factors was observed in the studied population, being 42.3%, 42.3%, 34.7%, respectively. Some sexual practices, on the other hand, showed high frequency, highlighting oral sex (75%) and anal sex (65.3%). Through phylogenetic analyzes, a single genotype was identified, the IA subgenotype of the studied population. Four clades of this subgenotype were formed, of which, three clustered the sequences of viral strains from European/Asian outbreaks, and one clade, formed by viral strains previously circulating in Brazil. Through phylogeography, it was possible to infer the year and country of introduction, in addition to the date of origin of viral strains in Brazil. VRD_521_2016 was introduced possibly by Spain between 2016-2017, with probable origin in 2013, RIVM-HAV16-090 European/Asian and V16-25801 strains, possibly by Germany, between 2014-2015 and 2015-2016 respectively, with probable origin in 2000 and 2011. Our findings reinforce the need to expand access to the HAV vaccine to adult groups at risk and to monitor the entry of new pathogens in Brazil. Moreover, education measures are useful to prevent the spread of HAV to key populations like MSM.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porHepatite AEpidemiologia MolecularFilogeografiaHepatite AEpidemiologia MolecularFilogeografiaAnálise Epidemiológica e Molecular do vírus Hepatite A em Pacientes Atendidos entre 2013 a 2019 no Ambulatório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz, Rio de Janeiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2020Instituto Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Medicina Tropicalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/44246/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALvinicius_mello_ioc_mest_2020.pdfvinicius_mello_ioc_mest_2020.pdfapplication/pdf5924824https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/44246/2/vinicius_mello_ioc_mest_2020.pdf98fcf131314c626ce3606382fa06b3e0MD52TEXTvinicius_mello_ioc_mest_2020.pdf.txtvinicius_mello_ioc_mest_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain180046https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/44246/3/vinicius_mello_ioc_mest_2020.pdf.txt5eb09042d354babe1af19e0cae489507MD53icict/442462020-10-29 02:08:23.426oai:www.arca.fiocruz.br:icict/44246Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352020-10-29T05:08:23Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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