Dengue no estado do rio de janeiro, 1986-2012: busca por um marcador precoce de gravidade
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26324 |
Resumo: | Desde a reintrodução do vírus dengue (DENV) no Brasil em 1981, mais de 12.500.000 casos da doença já foram reportados, representando um grave problema de saúde pública para o país. A infecção por DENV pode ser assintomática ou sintomática, variando de uma forma branda a formas graves, como a febre hemorrágica da dengue e a síndrome do choque da dengue. Em 2009, a OMS estabeleceu um novo critério de classificação de casos que tem por objetivo aprimorar a triagem e o tratamento adequado aos pacientes. De acordo com esses critérios, os pacientes são classificados em dengue com sinais de alerta, dengue sem sinais de alerta e dengue grave. A detecção precoce de dengue grave em pacientes sem sinais de alerta que podem evoluir para a forma hemorrágica grave é muito importante para a escolha de uma terapia de suporte intensivo apropriada, uma vez que vacinas ou terapias específicas com eficácia comprovada não estão disponíveis. Buscando identificar um marcador de gravidade durante a fase aguda (0-5 dias de doença), correlacionamos as variáveis sexo, faixa etária, número de dias de doença, resposta imune, viremia, antigenemia da NS1, sorotipo e linhagem de DENV-2 à apresentação clínica da dengue, nos grupos \201Cdengue sem sinais de alerta\201D (DSSA) e \201Cdengue com sinais de alerta/dengue grave\201D(DCSA/DG) de pacientes residentes no estado do Rio de Janeiro. Resposta imune foi classificada por ELISA in-house, antigenemia determinada por quantificação da NS1 e viremia quantificada por PCR em tempo real. Do total de pacientes, com DSSA e DCSA/DG, 32,9% (108/328) apresentaram sinais de alerta/dengue grave (DCSA/DG), sendo que 58,3% (63/108) destes pacientes respondiam a uma primo-infecção Do total de pacientes, com DSSA e DCSA/DG, 61,9% (200/323) foram classificados com infecção primária (perda de 5 amostras de soro). No estudo 1, os sinais de alerta/dengue grave foram mais frequentes em pacientes com 4-5 dias de doença (p=0,033). Pacientes de 13-19 anos tiveram chance 75% maior de apresentar DCSA/DG (p<0,001). Títulos mais altos de NS1 foram encontrados em homens (p=0,019) e infecções primárias (p=0,001). Viremia maior foi observada em mulheres (p=0,027), pacientes com \2265 60 anos (p=0,002), infecções primárias (p<0,0001), infecções com 0-1 dia (p=0,001). No estudo 2, DENV-3 apresentou maior chance (p=0,025) de induzir sinais de alerta/dengue grave. DENV-1 apresentou relação entre gravidade da dengue e antigenemia (p=0,030). DENV-3 apresentou níveis mais altos da NS1 (p<0,0001), antigenemia maior em infecções primárias (p=0,012) e no 4º-5º dia de doença (p=0,035); viremia mais alta foi observada nos pacientes com \2265 60 anos (p=0,001) e com 0-1 dia de doença (p=0,013). DENV-4 apresentou níveis mais altos de viremia (p<0,0001) e carga viral maior em infecções com 0-1 dia de doença (p<0,0001). No estudo 3, DENV-2 (linhagem I) apresentou viremia maior nas infecções primárias (p=0,015). Pacientes infectados pela linhagem II do DENV-2 e com idade \226412 anos tiveram maior chance de desenvolver sinais de alerta/dengue grave (p=0,028), e viremia mais elevada com 0-1 dia de infecção (p=0,002). Diante das características epidemiológicas do estado do Rio de Janeiro, hiperendêmico, e tendo em vista que se tem acumulado um grande número de suscetíveis à infecção pelo DENV-3 ao longo de vários anos, a vigilância tem um papel muito importante para detectar de forma precoce a reemergência desse sorotipo, como já foi demonstrado na reemergência dos DENV-1 e DENV-2. |
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Resposta imune foi classificada por ELISA in-house, antigenemia determinada por quantificação da NS1 e viremia quantificada por PCR em tempo real. Do total de pacientes, com DSSA e DCSA/DG, 32,9% (108/328) apresentaram sinais de alerta/dengue grave (DCSA/DG), sendo que 58,3% (63/108) destes pacientes respondiam a uma primo-infecção Do total de pacientes, com DSSA e DCSA/DG, 61,9% (200/323) foram classificados com infecção primária (perda de 5 amostras de soro). No estudo 1, os sinais de alerta/dengue grave foram mais frequentes em pacientes com 4-5 dias de doença (p=0,033). Pacientes de 13-19 anos tiveram chance 75% maior de apresentar DCSA/DG (p<0,001). Títulos mais altos de NS1 foram encontrados em homens (p=0,019) e infecções primárias (p=0,001). Viremia maior foi observada em mulheres (p=0,027), pacientes com \2265 60 anos (p=0,002), infecções primárias (p<0,0001), infecções com 0-1 dia (p=0,001). No estudo 2, DENV-3 apresentou maior chance (p=0,025) de induzir sinais de alerta/dengue grave. DENV-1 apresentou relação entre gravidade da dengue e antigenemia (p=0,030). DENV-3 apresentou níveis mais altos da NS1 (p<0,0001), antigenemia maior em infecções primárias (p=0,012) e no 4º-5º dia de doença (p=0,035); viremia mais alta foi observada nos pacientes com \2265 60 anos (p=0,001) e com 0-1 dia de doença (p=0,013). DENV-4 apresentou níveis mais altos de viremia (p<0,0001) e carga viral maior em infecções com 0-1 dia de doença (p<0,0001). No estudo 3, DENV-2 (linhagem I) apresentou viremia maior nas infecções primárias (p=0,015). Pacientes infectados pela linhagem II do DENV-2 e com idade \226412 anos tiveram maior chance de desenvolver sinais de alerta/dengue grave (p=0,028), e viremia mais elevada com 0-1 dia de infecção (p=0,002). Diante das características epidemiológicas do estado do Rio de Janeiro, hiperendêmico, e tendo em vista que se tem acumulado um grande número de suscetíveis à infecção pelo DENV-3 ao longo de vários anos, a vigilância tem um papel muito importante para detectar de forma precoce a reemergência desse sorotipo, como já foi demonstrado na reemergência dos DENV-1 e DENV-2.Since the reintroduction of the dengue virus (DENV) in Brazil in 1981, more than 12,500,000 cases of the disease have been reported, representing a serious public health problem for the country. DENV infection can be asymptomatic or symptomatic, ranging from mild to severe forms, such as dengue hemorrhagic fever and dengue shock syndrome. In 2009, WHO established a new case classification criteria that aims to improve screening and appropriate treatment for patients. According to these criteria, patients are classified as dengue with warning signs, dengue without warning signs and severe dengue. Early detection of severe dengue in patients with no warning signs that may progress to severe hemorrhagic form is very important for the choice of appropriate intensive supportive therapy, since vaccines or specific therapies with proven efficacy are not available. Aiming to identify a severity marker during the acute phase (0-5 days of disease), we correlated the variables sex, age range, number of days of disease, immune response, viremia, NS1 antigenemia, serotype and DENV-2 lineage to clinical presentation of dengue, in the groups "dengue without warning signs" (DWWS) and "dengue with warning signs/severe dengue" (DWWS/SD) of patients living in the state of Rio de Janeiro. Immune response was classified by in-house ELISA, antigenemia determined by quantification of NS1 and viremia quantified by real-time PCR. Of the total number of patients with DWWS and DWWS/SD, 32.9% (108/328) presented warning signs/severe dengue, and 58.3% (63/108) of these patients responded to a primary infection Of the total number of patients, with DWWS and DWWS/SD, 61.9% (200/323) were classified with primary infection (loss of 5 serum samples). In study 1, warning signs/severe dengue were more frequent in patients with 4-5 days of disease (p=0.033). Patients aged 13-19 years had a 75% higher chance of presenting DWWS/SD (p<0.001). Higher NS1 titers were found in males (p=0.019) and primary infections (p=0.001). Higher viremia was observed in women (p=0.027), patients with \2265 60 years (p=0.002), primary infections (p<0.0001), infections with 0-1 days (p=0.001). In study 2, DENV-3 presented a greater chance (p=0.025) of inducing warning signs/severe dengue. DENV-1 presented an association between dengue severity and NS1 antigenemia (p=0.030). DENV-3 had higher levels of NS1 (p<0.0001), higher antigenemia in primary infections (p=0.012) and in the 4th-5th day of disease (p=0.035); higher viremia was observed in patients >60 years of age (p=0.001) and with 0-1 day of disease (p=0.013). DENV-4 had higher levels of viremia (p <0.0001) and higher viral load in infections with 0-1 day of disease (p<0.0001). In study 3, DENV-2 (lineage I) presented major viremia in primary infections (p=0.015). Patients infected with DENV-2 lineage II and aged \226412 years were more likely to develop warning signs/severe dengue (p=0.028), and higher viremia with 0-1 day of infection (p=0.002). Given the epidemiological characteristics of the hyperendemic Rio de Janeiro state, and considering that a large number of DENV-3 susceptible individuals have accumulated over several years, surveillance plays a very important role in detecting early the re-emergence of this serotype, as already demonstrated in the reemergence of DENV-1 and DENV-2.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porDengueÍndice de Gravidade de DoençaViremiaProteínas Não Estruturais ViraisSorogrupoDengue no estado do rio de janeiro, 1986-2012: busca por um marcador precoce de gravidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2017Instituto Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Medicina Tropicalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26324/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALbianca_goncalves_ioc_dout_2017.pdfapplication/pdf5996950https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26324/2/bianca_goncalves_ioc_dout_2017.pdfbc8ca5293834aedf257ec2407760924aMD52TEXTbianca_goncalves_ioc_dout_2017.pdf.txtbianca_goncalves_ioc_dout_2017.pdf.txtExtracted texttext/plain411082https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26324/3/bianca_goncalves_ioc_dout_2017.pdf.txt4139a4c8ae528f054158422404bd6b2dMD53icict/263242023-09-04 11:49:24.588oai:www.arca.fiocruz.br:icict/26324Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-09-04T14:49:24Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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