Pulverização aérea com agrotóxicos: acidente ou crime

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitas, Lucineia Miranda de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20530
Resumo: Este trabalho buscou analisar alguns casos de intoxicação humana e ambiental causados por agrotóxicos principalmente os relacionados com pulverização aérea, buscou também relacionar esses eventos com as relações sócio-espaciais constituídos, como: os conflitos pela terra/território e outros tipos de violências. Para tanto utilizou-se de estudo de caso com duas perspectivas diferentes de analise, onde nos três primeiro casos fez-se um estudo de trabalhos acadêmicos e jornalísticos já produzido sobre os acidentes de Lucas do Rio Verde – MT, Escola Pontal do Buritis – GO, e Chapada do Apodi – CE, levantou-se em comum nos três caso, a contaminação das pessoas, ausência de acompanhamento de saúde em especifico para a situação vivenciada, negação dos problemas, inclusive com não notificação das intoxicações agudas, e outros processos de violências envolvendo as comunidades. Outro recorte foi um estudo em fontes primarias e secundaria com o caso do assentamento Raimundo Vieira III, Lote 10 Gleba Gama onde nota-se grande possibilidade de intencionalidade de intoxicação das pessoas na ação de pulverização, tanto pelos depoimentos colhidos nas entrevistas, quanto com os dados extraíveis dos três processos que correm na justiça federal, justiça estadual vara agrária, e IBAMA. Demora no atendimento às vitimas e não notificação das intoxicações, demora em realizar as investigações tanto que o inquérito só foi concluído três anos após o ocorrido no período que realizava esta pesquisa. Notou-se também assim como nos outros casos desconsideração pelas normas que regem a atividade, pulverizando produtos sem liberação para pulverização aérea, sobre APP, ARL e mananciais de abastecimento humano, e sobre as moradias, embora segundo o piloto o contratante do serviço comunicou que eram moradias abandonadas. Analisa-se que por negligencia ou intencionalidade onde há uso de pulverização aérea há contaminação de pessoas, que os órgãos responsáveis pela fiscalização não tem meios técnicos suficientes para realizá-las. Que sempre que há embate entre os direitos referentes à saúde e o meio ambiente, e os interesses econômicos, os interesses econômicos tem prevalecido. Que em relação às questões ambientais estamos vivendo uma fase de grandes retrocessos, e a lei 3200/2015 é um grande passo atrás nessa perspectiva, pois desmonta todos os pontos positivos da lei dos agrotóxicos 7802/1989.
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Para tanto utilizou-se de estudo de caso com duas perspectivas diferentes de analise, onde nos três primeiro casos fez-se um estudo de trabalhos acadêmicos e jornalísticos já produzido sobre os acidentes de Lucas do Rio Verde – MT, Escola Pontal do Buritis – GO, e Chapada do Apodi – CE, levantou-se em comum nos três caso, a contaminação das pessoas, ausência de acompanhamento de saúde em especifico para a situação vivenciada, negação dos problemas, inclusive com não notificação das intoxicações agudas, e outros processos de violências envolvendo as comunidades. Outro recorte foi um estudo em fontes primarias e secundaria com o caso do assentamento Raimundo Vieira III, Lote 10 Gleba Gama onde nota-se grande possibilidade de intencionalidade de intoxicação das pessoas na ação de pulverização, tanto pelos depoimentos colhidos nas entrevistas, quanto com os dados extraíveis dos três processos que correm na justiça federal, justiça estadual vara agrária, e IBAMA. Demora no atendimento às vitimas e não notificação das intoxicações, demora em realizar as investigações tanto que o inquérito só foi concluído três anos após o ocorrido no período que realizava esta pesquisa. Notou-se também assim como nos outros casos desconsideração pelas normas que regem a atividade, pulverizando produtos sem liberação para pulverização aérea, sobre APP, ARL e mananciais de abastecimento humano, e sobre as moradias, embora segundo o piloto o contratante do serviço comunicou que eram moradias abandonadas. Analisa-se que por negligencia ou intencionalidade onde há uso de pulverização aérea há contaminação de pessoas, que os órgãos responsáveis pela fiscalização não tem meios técnicos suficientes para realizá-las. Que sempre que há embate entre os direitos referentes à saúde e o meio ambiente, e os interesses econômicos, os interesses econômicos tem prevalecido. Que em relação às questões ambientais estamos vivendo uma fase de grandes retrocessos, e a lei 3200/2015 é um grande passo atrás nessa perspectiva, pois desmonta todos os pontos positivos da lei dos agrotóxicos 7802/1989.This work tried to analyze some cases of human and environmental poisoning caused by pesticides, mainly the ones related to aerial spraying. This work also tried to relate theses events with constituted social and spatial relationships, such as: conflicts over land/territory and other types of violence. Therefore, it used a case study with two different perspective analyses, where in the first three cases we made use of academic and journalistic works already published about Lucas do Rio Verde-MT, Pontal dos Buritis School-GO and Chapada do Apodi-CE incidents. In common in these three cases it was detected the infection of people, lack of health monitoring in particular to the experienced situation, denial of the problems, including non-reporting of poisonings, violence and other processes involving communities. Another way was a study considering primary and secondary sources with the case of the Raimundo Vieira III settlement, Lot 10, Gama Gleba, where it is noted a high possibility of intentional poisoning of people during a spray action, both by the statements recorded in interviews, as well as with extractable data of the three processes that run in federal courts, state courts, and IBAMA. We report about delays in providing care for victims and non-notification of poisoning actions, delay in carrying out investigations so that the investigation was completed three years after the incident during the period in which this research was performed. It was noted that, as well as in other cases that disregarded the rules governing the activity, spraying without authorization over APP, ARL and human supply sources and on housing. This occurred even when the service contractor informed pilots that the pesticides were being sprayed over abandoned houses. It is analyzed that by negligence or intent where aerial spraying is commonly used, the contamination of people always occur, and that the responsible regulatory agencies do not have sufficient technical means to perform surveillance. And that whenever there is a conflict between the rights relating to health and the environment, as well as economic interests, then economic interests always prevails. As for environmental issues, we are experiencing a phase of major setbacks, and the 3200/2015 law is a great step backwards from this perspective, since it dismantles all the positive points of the law 7802/1989 for pesticides.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porAgrotóxicosPulverização AéreaLegislação AmbientalPesticidesAerial SprayingEnvironmental LegislationAgroquímicosLegislação AmbientalPulverização AéreaAgroindústriaPoluição AmbientalDireito à SaúdePulverização aérea com agrotóxicos: acidente ou crimeAerial spraying with pesticides: accident or crimeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/20530/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Lucineia_Miranda_ENSP_2016.pdfapplication/pdf2974721https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/20530/2/ve_Lucineia_Miranda_ENSP_2016.pdf31f1e1b43833a46a58b9f1b49b02ad6dMD52TEXTve_Lucineia_Miranda_ENSP_2016.pdfve_Lucineia_Miranda_ENSP_2016.pdfExtracted texttext/plain252614https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/20530/3/ve_Lucineia_Miranda_ENSP_2016.pdfc7c513111661ee758b03e307fefb61f7MD53ve_Lucineia_Miranda_ENSP_2016.pdf.txtve_Lucineia_Miranda_ENSP_2016.pdf.txtExtracted texttext/plain252614https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/20530/4/ve_Lucineia_Miranda_ENSP_2016.pdf.txtc7c513111661ee758b03e307fefb61f7MD54icict/205302023-01-19 11:15:53.576oai:www.arca.fiocruz.br:icict/20530Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-19T14:15:53Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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