Avaliação do desempenho da escala de incapacidade neurológica do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (EIPEC-2) para pacientes com mielopatia associada ao HTLV-1

• Autor(a) principal: Schmidt, Felipe da Rocha
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37448
• topic: Escala de Incapacidade Neurológica; Mielopatia associada ao HTLV-1; Evaluate the Performance; HTLV-1-associated myelopathy; Índice de Gravidade de Doença; Qualidade de Vida; Depressão; Paraparesia Espástica Tropical; Infecções por HTLV-I

Introdução e objetivos: A mielopatia associada ao HTLV-1/paraparesia espástica tropical (MAH/PET) é uma doença neurológica crônica e incapacitante, endêmica no Brasil, que afeta uma população relativamente jovem. Múltiplos aspectos sobre evolução da doença, perfil da incapacidade e opções terapêuticas permanecem obscuros pela inexistência de uma ferramenta adequada de mensuração de saúde específica para avaliação destes pacientes. As escalas utilizadas rotineiramente são incompletas ou de difícil aplicação na prática clínica. Este estudo tem como objetivo principal a avaliação do desempenho da escala EIPEC-2, que vem sendo utilizada informalmente há vários anos em pacientes com MAH/PET, com boa aceitação entre os aplicadores. Métodos: Oitenta e cinco pacientes com o diagnóstico de MAH/PET foram incluídos no estudo. Foram aplicadas as escalas EIPEC-2, EIPEC-1, DSS, EDSS e Osame, assim como os questionários de depressão de Beck e de qualidade de vida WHOQOL-bref por um primeiro avaliador, e a EIPEC-2 por um segundo avaliador. Variáveis clínicas e sociodemográficas também foram coletadas. Foi realizada análise de confiabilidade inter-avaliadores da EIPEC-2, assim como de correlação dessa com as outras escalas e os questionários de depressão e qualidade de vida. A aplicabilidade da EIPEC-2 também foi avaliada. Resultados: A EIPEC-2 apresentou alta confiabilidade em geral, exceto pelos escores de espasticidade. A escala foi também capaz de discriminar os diferentes graus de incapacidade, com boa distribuição da amostra analisada. Houve alta correlação com as outras escalas analisadas. As escalas EIPEC-2 e a EIPEC-1 apresentaram baixa, porém significativa, correlação com as escalas de qualidade de vida e depressão, enquanto as demais não se correlacionaram significativamente. A análise da aplicabilidade da escala foi boa, com boa aceitação entre os aplicadores e baixo tempo de execução. Discussão: A EIPEC-2, apesar do bom desempenho geral, ainda necessita de ajustes, principalmente no que se refere ao escore de espasticidade. A EIPEC-1 apresentou desempenho semelhante, porém tem pior aceitação entre os aplicadores. Conclusões: A EIPEC-2 é de fácil aplicação, confiável na maioria de seus domínios, e obteve desempenho superior às outras escalas habitualmente utilizadas para avaliação de incapacidade na MAH/PET.