O CONTROLE QUÍMICO DA CRIANÇA: A INFÂNCIA ENTRE A MEDICALIZAÇÃO E A PALAVRA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Keyssiane Maria de Alencar; Centro Universitário Católica de Quixadá
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Vieira, Marcus Kleredis Monteiro
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Expressão Católica (Online)
Texto Completo: http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/rec/article/view/1448
Resumo: Este artigo aborda a banalização da medicalização infantil na sociedade e sua aplicação com fins normatizadores sob o enfoque da Psicanálise, como uma forma de anulação do sujeito infantil. A ideia de uma criança que sofre é difícil de ser aceita, pois se criou uma imagem de criança feliz e livre de problemas, uma representação que resulta de uma “invenção do infantil” produzida pela sociedade. A análise histórica do conceito de infância revela que o lugar outorgado à criança no contexto social é produto do “Campo do Grande Outro”. Freud apresenta uma nova criança dotada de sexualidade, perversamente polimórfica.  Objetiva-se verificar o lugar da criança em meio à tentativa de normalização, via medicação, e refletir sobre a função que a medicalização da criança vem cumprindo para as instituições da escola e da família. Fez-se uso de revisão bibliográfica, visando buscar na literatura conceitos e ideias a respeito da infância particulares ao tema em estudo. Conclui-se que o problema não é a medicação, pois ela é um recurso eficaz para muitos fins terapêuticos, mas o uso que dela se faz, como mais um instrumento de modelização subjetiva, de formatação de padrões de normalidade. 
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