Os submarinos nucleares e o enriquecimento de urânio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Abreu de Moura, José Augusto
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista da Escola de Guerra Naval (Ed. Português. Online)
Texto Completo: https://www.portaldeperiodicos.marinha.mil.br/index.php/revistadaegn/article/view/5548
Resumo: O urânio altamente enriquecido (High-Enrichment Uranium – HEU), por conter mais energia que o de baixo enriquecimento (LowEnrichment Uranium – LEU), seria o preferencial para a propulsão naval por proporcionar maiores intervalos entre as recargas dos reatores,mas, por se prestar à construção de armas nucleares, é fortemente controlado nos esforços de não-proliferação. Assim, os países utilizam HEUou LEU nas unidades navais segundo suas conveniências econômicas ou estratégicas, sendo o último a opção brasileira. A dissuasão nuclear,própria ou estendida é a forma preferida dos países desenvolvidos para evitar ataques nucleares, mas os países em desenvolvimento achamque não os sofrerão devido ao alto custo político de tal agressão - o “tabu nuclear”, e o reforçam nos fora internacionais. O Tratado de Nãoproliferação Nuclear (TNP) consiste no principal instrumento para tal prevenção, mas se baseia na desigualdade de direitos entre os Estados,submetendo os “não-nucle-armente” armados às salvaguardas da AIEA, mas não sendo cumprido pelos “nuclearmente armados”, que mantêmgrande estoque de artefatos e os otimizam, inclusive para dissuadir países em desenvolvimento, provocando um congelamento de poder.Nesse contexto de extratificação, o Brasil aderiu ao TNP, mas a Índia, além de não fazê-lo, detonou petardos e se declarou unilateralmenteEstado “nuclearmente armado”, o que lhe trouxe de início alguma reprovação internacional, mas posteriormente, benefícios políticos eestratégicos. Outro instrumento de não-proliferação é o estabelecimento recente de centros de enriquecimento nos principais países, queprestarão esse serviço para os demais, sem transferir tecnologias Isso reforça o congelamento de poder, mas pode beneficiar o Brasil, que temcondições de autossuficiência no setor e poderá entrar nesse mercado. A estratificação dos Estados pode, no caso de uma ampliação doConselho de Segurança da ONU, estender-se a ele, colocando os membros não-nuclearmente armados em posição subalterna.
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