Aspectos clínico-patológicos e laboratoriais do envenenamento crotálico experimental em equinos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes,Cinthia Távora A.
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Tokarnia,Carlos Hubinger, Brito,Marilene de Farias, Sousa,Melina Garcia S. de, Oliveira,Carlos Magno Chaves, Silva,Natália da Silva e, Lima,Danillo Henrique S., Barbosa,José Diomedes
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Pesquisa Veterinária Brasileira (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2012000900005
Resumo: Descrevem-se os quadros clínico-patológicos e laboratoriais de equinos inoculados experimentalmente com a peçonha de Caudisona durissa terrificus (Crotalus durissus terrificus na antiga nomenclatura), com a finalidade de fornecer subsídios que favoreçam a compreensão desse tipo de acidente ofídico em equinos. O veneno liofilizado foi diluído em 1ml de solução salina a 0,9% e inoculado por via subcutânea em cinco equinos, nas doses de 0,12mg/kg (um animal), 0,066mg/kg (dois animais) e 0,03mg/kg (dois animais). O veneno causou a morte do equino que recebeu a dose de 0,12mg/kg e de um dos dois que receberam a dose de 0,066mg/kg, com evolução de 27h27min e 52h29min, respectivamente. O segundo animal que recebeu a dose de 0,066mg/kg também adoeceu, mas recuperou-se após 12 dias da inoculação. A dose de 0,03mg/kg determinou quadros não fatais do envenenamento, com período de evolução que variou entre 6 e 10 dias. O quadro clínico caracterizou-se por considerável aumento de volume no local de inoculação (escápula) que se estendeu por todo o membro, apatia e cabeça baixa, alterações locomotoras evidenciadas pelo arrastar das pinças no solo, decúbito e dificuldade para levantar, redução dos reflexos auricular, palatal, do lábio superior e de ameaça, e aumento das frequências cardíaca e respiratória. Os exames laboratoriais revelaram leucocitose por neutrofilia e linfocitose em apenas dois animais. Houve aumento das enzimas creatina quinase (CK), dehidrogenase láctica (DHL) e da ureia, e também redução nos níveis séricos de cálcio, fósforo e magnésio. O tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) aumentou nos equinos que morreram. Os achados de necropsia foram edema do tecido subcutâneo em todo o membro em que foi aplicado o veneno, sufusões no epicárdio dos ventrículos cardíacos esquerdo e direito, e bexiga com áreas hemorrágicas em grande parte da mucosa. Ao exame histopatológico observaram-se fígado com moderada vacuolização difusa, afetando mais a zona intermediária do lóbulo hepático, leve dilatação dos sinusoides hepáticos em algumas áreas e rim com leve dilatação dos túbulos uriníferos, principalmente no córtex.
id EMBRAPA-2_8ae09139444918ebeac200d97b864d9c
oai_identifier_str oai:scielo:S0100-736X2012000900005
network_acronym_str EMBRAPA-2
network_name_str Pesquisa Veterinária Brasileira (Online)
repository_id_str
spelling Aspectos clínico-patológicos e laboratoriais do envenenamento crotálico experimental em equinosEnvenenamento crotálicoequinosCrotalus sp.Caudisona sp.Descrevem-se os quadros clínico-patológicos e laboratoriais de equinos inoculados experimentalmente com a peçonha de Caudisona durissa terrificus (Crotalus durissus terrificus na antiga nomenclatura), com a finalidade de fornecer subsídios que favoreçam a compreensão desse tipo de acidente ofídico em equinos. O veneno liofilizado foi diluído em 1ml de solução salina a 0,9% e inoculado por via subcutânea em cinco equinos, nas doses de 0,12mg/kg (um animal), 0,066mg/kg (dois animais) e 0,03mg/kg (dois animais). O veneno causou a morte do equino que recebeu a dose de 0,12mg/kg e de um dos dois que receberam a dose de 0,066mg/kg, com evolução de 27h27min e 52h29min, respectivamente. O segundo animal que recebeu a dose de 0,066mg/kg também adoeceu, mas recuperou-se após 12 dias da inoculação. A dose de 0,03mg/kg determinou quadros não fatais do envenenamento, com período de evolução que variou entre 6 e 10 dias. O quadro clínico caracterizou-se por considerável aumento de volume no local de inoculação (escápula) que se estendeu por todo o membro, apatia e cabeça baixa, alterações locomotoras evidenciadas pelo arrastar das pinças no solo, decúbito e dificuldade para levantar, redução dos reflexos auricular, palatal, do lábio superior e de ameaça, e aumento das frequências cardíaca e respiratória. Os exames laboratoriais revelaram leucocitose por neutrofilia e linfocitose em apenas dois animais. Houve aumento das enzimas creatina quinase (CK), dehidrogenase láctica (DHL) e da ureia, e também redução nos níveis séricos de cálcio, fósforo e magnésio. O tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) aumentou nos equinos que morreram. Os achados de necropsia foram edema do tecido subcutâneo em todo o membro em que foi aplicado o veneno, sufusões no epicárdio dos ventrículos cardíacos esquerdo e direito, e bexiga com áreas hemorrágicas em grande parte da mucosa. Ao exame histopatológico observaram-se fígado com moderada vacuolização difusa, afetando mais a zona intermediária do lóbulo hepático, leve dilatação dos sinusoides hepáticos em algumas áreas e rim com leve dilatação dos túbulos uriníferos, principalmente no córtex.Colégio Brasileiro de Patologia Animal - CBPA2012-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2012000900005Pesquisa Veterinária Brasileira v.32 n.9 2012reponame:Pesquisa Veterinária Brasileira (Online)instname:Colégio Brasileiro de Patologia Animal (CBPA)instacron:EMBRAPA10.1590/S0100-736X2012000900005info:eu-repo/semantics/openAccessLopes,Cinthia Távora A.Tokarnia,Carlos HubingerBrito,Marilene de FariasSousa,Melina Garcia S. deOliveira,Carlos Magno ChavesSilva,Natália da Silva eLima,Danillo Henrique S.Barbosa,José Diomedespor2012-10-30T00:00:00Zoai:scielo:S0100-736X2012000900005Revistahttp://www.pvb.com.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpcolegio@cbpa.org.br||pvb@pvb.com.br0100-736X1678-5150opendoar:2012-10-30T00:00Pesquisa Veterinária Brasileira (Online) - Colégio Brasileiro de Patologia Animal (CBPA)false
dc.title.none.fl_str_mv Aspectos clínico-patológicos e laboratoriais do envenenamento crotálico experimental em equinos
title Aspectos clínico-patológicos e laboratoriais do envenenamento crotálico experimental em equinos
spellingShingle Aspectos clínico-patológicos e laboratoriais do envenenamento crotálico experimental em equinos
Lopes,Cinthia Távora A.
Envenenamento crotálico
equinos
Crotalus sp.
Caudisona sp.
title_short Aspectos clínico-patológicos e laboratoriais do envenenamento crotálico experimental em equinos
title_full Aspectos clínico-patológicos e laboratoriais do envenenamento crotálico experimental em equinos
title_fullStr Aspectos clínico-patológicos e laboratoriais do envenenamento crotálico experimental em equinos
title_full_unstemmed Aspectos clínico-patológicos e laboratoriais do envenenamento crotálico experimental em equinos
title_sort Aspectos clínico-patológicos e laboratoriais do envenenamento crotálico experimental em equinos
author Lopes,Cinthia Távora A.
author_facet Lopes,Cinthia Távora A.
Tokarnia,Carlos Hubinger
Brito,Marilene de Farias
Sousa,Melina Garcia S. de
Oliveira,Carlos Magno Chaves
Silva,Natália da Silva e
Lima,Danillo Henrique S.
Barbosa,José Diomedes
author_role author
author2 Tokarnia,Carlos Hubinger
Brito,Marilene de Farias
Sousa,Melina Garcia S. de
Oliveira,Carlos Magno Chaves
Silva,Natália da Silva e
Lima,Danillo Henrique S.
Barbosa,José Diomedes
author2_role author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Lopes,Cinthia Távora A.
Tokarnia,Carlos Hubinger
Brito,Marilene de Farias
Sousa,Melina Garcia S. de
Oliveira,Carlos Magno Chaves
Silva,Natália da Silva e
Lima,Danillo Henrique S.
Barbosa,José Diomedes
dc.subject.por.fl_str_mv Envenenamento crotálico
equinos
Crotalus sp.
Caudisona sp.
topic Envenenamento crotálico
equinos
Crotalus sp.
Caudisona sp.
description Descrevem-se os quadros clínico-patológicos e laboratoriais de equinos inoculados experimentalmente com a peçonha de Caudisona durissa terrificus (Crotalus durissus terrificus na antiga nomenclatura), com a finalidade de fornecer subsídios que favoreçam a compreensão desse tipo de acidente ofídico em equinos. O veneno liofilizado foi diluído em 1ml de solução salina a 0,9% e inoculado por via subcutânea em cinco equinos, nas doses de 0,12mg/kg (um animal), 0,066mg/kg (dois animais) e 0,03mg/kg (dois animais). O veneno causou a morte do equino que recebeu a dose de 0,12mg/kg e de um dos dois que receberam a dose de 0,066mg/kg, com evolução de 27h27min e 52h29min, respectivamente. O segundo animal que recebeu a dose de 0,066mg/kg também adoeceu, mas recuperou-se após 12 dias da inoculação. A dose de 0,03mg/kg determinou quadros não fatais do envenenamento, com período de evolução que variou entre 6 e 10 dias. O quadro clínico caracterizou-se por considerável aumento de volume no local de inoculação (escápula) que se estendeu por todo o membro, apatia e cabeça baixa, alterações locomotoras evidenciadas pelo arrastar das pinças no solo, decúbito e dificuldade para levantar, redução dos reflexos auricular, palatal, do lábio superior e de ameaça, e aumento das frequências cardíaca e respiratória. Os exames laboratoriais revelaram leucocitose por neutrofilia e linfocitose em apenas dois animais. Houve aumento das enzimas creatina quinase (CK), dehidrogenase láctica (DHL) e da ureia, e também redução nos níveis séricos de cálcio, fósforo e magnésio. O tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) aumentou nos equinos que morreram. Os achados de necropsia foram edema do tecido subcutâneo em todo o membro em que foi aplicado o veneno, sufusões no epicárdio dos ventrículos cardíacos esquerdo e direito, e bexiga com áreas hemorrágicas em grande parte da mucosa. Ao exame histopatológico observaram-se fígado com moderada vacuolização difusa, afetando mais a zona intermediária do lóbulo hepático, leve dilatação dos sinusoides hepáticos em algumas áreas e rim com leve dilatação dos túbulos uriníferos, principalmente no córtex.
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012-09-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2012000900005
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2012000900005
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0100-736X2012000900005
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Colégio Brasileiro de Patologia Animal - CBPA
publisher.none.fl_str_mv Colégio Brasileiro de Patologia Animal - CBPA
dc.source.none.fl_str_mv Pesquisa Veterinária Brasileira v.32 n.9 2012
reponame:Pesquisa Veterinária Brasileira (Online)
instname:Colégio Brasileiro de Patologia Animal (CBPA)
instacron:EMBRAPA
instname_str Colégio Brasileiro de Patologia Animal (CBPA)
instacron_str EMBRAPA
institution EMBRAPA
reponame_str Pesquisa Veterinária Brasileira (Online)
collection Pesquisa Veterinária Brasileira (Online)
repository.name.fl_str_mv Pesquisa Veterinária Brasileira (Online) - Colégio Brasileiro de Patologia Animal (CBPA)
repository.mail.fl_str_mv colegio@cbpa.org.br||pvb@pvb.com.br
_version_ 1754122232294014976