Manejo de pastagens tropicais para intensificação da produção.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: PEDREIRA, C. G. S.
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: PEDREIRA, B. C. e
Tipo de documento: Capítulo de livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
Texto Completo: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1003372
Resumo: A pecuária no Brasil tem passado por mudanças importantes nos últimos 20 anos. Os anos 1990 foram marcados pela necessidade de reavaliação de postura e procedimento em diversos setores produtivos, como resultado do advento da estabilidade econômica e da redução nas taxas de inflação. A agricultura e principalmente a pecuária foram forçadas a tecnificar seus processos para o aumento de eficiência da produção, abandonando o forte caráter especulativo. Uma das atividades do setor que talvez tenha sido atingida com mais intensidade foi a pecuária, que, no Brasil é essencialmente baseada no uso de pastagens. Numa atividade em que escala de produção e margem de lucro são duas características que têm que ser entendidas com exatidão, a demanda por tecnologia aumentou significativamente. Começou-se, em muitos casos, a discutir o "sistema" de produção animal e a entender a sua natureza multi-disciplinar e, aos poucos, aceitar-se o fato de que custo baixo não é sinônimo de lucro máximo. Esses sistemas precisam ser retro-alimentados com investimento em recursos produtivos e tecnologia, e, ao mesmo tempo em que as pressões sociais e governamentais requerem a conscientização ecológica e um produto animal seguro e de qualidade, as econômicas demandam que esses sistemas sejam viáveis e lucrativos. Nos países desenvolvidos, sistemas intensivos de produção animal em confinamento têm sido associados a problemas de doenças e de poluição de mananciais e em muitas situações, a "volta aos pastos" está sendo estimulada e vista como solução para esses problemas. Isso coloca a pecuária diante do dilema de ter que manter os níveis de produtividade, estrutura de custos, gerenciamento dos sistemas etc., pelo menos em níveis semelhantes àqueles praticados nos sistemas confinados. Ocorre que, na pastagem, o manejo da alimentação passa a ser todo um novo universo para o pecuarista habituado a gerenciar ingredientes de rações. Embora o pasto pastejado seja a fonte de alimento mais barata para os rebanhos de ruminantes, a falta de conhecimento sobre como usá-lo, pode, paradoxalmente, custar caro. As literaturas científica e técnica são ricas em publicações sobre produção e manejo de pastagens, principalmente com espécies forrageiras de clima temperado e recentemente muito tem se avançado nas espécies tropicais. Sistemas de produção têm sido concebidos e testados na tentativa de se chegar a receitas ótimas, mas logo se percebe que as individualidades de cada sistema, definem obrigatoriamente particularidades na sua condução. Dentre os componentes mais estudados nesses sistemas, os métodos de pastejo têm recebido grande atenção por parte da pesquisa, pois são frequentemente entendidos como indicadores do nível de intensificação. A diversidade de espécies de plantas forrageiras tropicais, aliada à diversidade de ambientes em que serão utilizadas, impossibilita a proposição de receitas fixas e infalíveis para cada combinação. Assim, é fácil reconhecer que, mais importante do que saber "o que acontece" e ?como acontece?, é saber "por que acontece", e, portanto, a adoção bem sucedida de tecnologia de manejo de pastagens passa obrigatoriamente pelo entendimento das bases biológicas que regem as respostas das plantas forrageiras às estratégias de desfolhação (i.e., os métodos de pastejo) dentro dos sistemas de produção.
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