Agroflorestas e resiliência social.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CANUTO, J. C.
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Capítulo de livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
Texto Completo: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1103974
Resumo: O presente escrito tem como objetivo, levantar questões introdutórias relacionadas à resiliência social na agricultura. Buscando mostrar o potencial que têm as agro?orestas para contribuir na ampliação da resiliência social, são apresentados alguns argumentos advindos na participação do autor em diversas iniciativas, projetos e debates sobre a mudança socioecológica na agricultura, onde a agroecologia constitui o marco conceitual mais abrangente e as agro?orestas uma de suas manifestações mais so?sticadas. Resiliência social constitui um campo conceitual amplo, que tem relação com a Sociologia, a Economia, a Antropologia, a Psicologia, a Ecologia e outras tantas ciências e disciplinas. Assim, que sentido tem abordar um ?modelo? de sistema agrícola sob a ótica da resiliência social? Por certo as agro?orestas por si só não detém o domínio da sustentabilidade, nem mesmo quando circunscrita à especi?cidade do meio rural. No entanto, buscaremos evidenciar seu papel nesse contexto, especialmente frente às mudanças ecológicas e socioeconômicas que se apresentam cada dia de maneira mais contundente. As agroflorestas são formas de modelar os sistemas de produção agropecuária para, simultaneamente, alcançar dois objetivos: o equilíbrio ecológico e a sustentação econômica dos agricultores. Diante do império do capital, traduzido na agricultora pelos sistemas de monocultivo e de suas desastrosas decorrências socioecológicas, sistemas agroecológicos estão a desenvolver-se de forma autônoma pelos mais diversos recantos no país e do mundo. Entre os sistemas agroecológicos, as agro?orestas biodiversas têm tido cada vez mais destaque, tanto no debate acadêmico e político, como na expansão concreta dessas estratégias no mundo rural. Tornaram-se hoje claramente um contraponto à ação desagregadora do avanço do agronegócio, à vulnerabilidade ecológica, econômica e sociocultural dos agricultores nos mais diversos territórios camponeses. As agro?orestas (assim como outros sistemas agroecológicos diversi?cados) apresentam inúmeros atributos que constroem, em seu conjunto, um espaço social resiliente. As agro?orestas mostram-se capazes de promover a reposição interna ao sistema dos nutrientes, a regeneração do solo, da água e da biodiversidade, a independência em relação aos recursos externos, a resposta econômica, a segurança alimentar das famílias rurais e uma potente alternativa às mudanças do clima. As agro?orestas biodiversas resgatam ou reforçam o objetivo de reprodução social das famílias, pois recuperam os elos de uma coevolução socioecológica desenvolvida ao longo de séculos e hoje em risco de dissipação. A reprodução social camponesa depende do autocontrole dos recursos naturais e do protagonismo sociopolítico dos agricultores. Desse modo, pode-se dizer que as agro?orestas dispõem das condições fundamentais para manter ou re-signi?car, tanto a diversidade produtiva, como os valores culturais, como importantes ferramentas para a manutenção das famílias rurais no campo, com qualidade de vida.
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