Contaminação de aflatoxinas em castanha-do-brasil com casca em sistemas extrativista e de plantio.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SOBOTTKA, R. P.
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: PIRO-METAYER, I., ALVARES, V. de S., BITTENCOURT, D. M. de C., BRABET, C.
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
Texto Completo: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1004284
Resumo: Diante de problemas de contaminação por aflatoxinas enfrentados na cadeia produtiva da castanha-do-brasil, o objetivo deste trabalho foi estudar o teor de aflatoxinas em castanhas com casca em diferentes etapas dos sistemas de produção: extrativista e de plantio. A produção extrativista consiste na coleta de ouriços recém caídos das árvores e permanecidos no solo por vários dias, empilhamento na floresta, abertura e seleção de castanhas com casca, seguida de armazenamento/secagem sob ventilação durante vários meses. Contudo, no sistema de plantio somente os ouriços com menos de 5 dias no solo são coletados, em seguida são desinfectados com hipoclorito de sódio a 1% e armazenados sob ventilação até abertura e seleção das castanhas com casca. Sessenta amostras de castanha-do-brasil com casca foram coletadas diretamente ou após abertura dos ouriços na região amazônica do Brasil, provenientes da produção extrativista no Acre e do sistema de plantio no Amazonas. As aflatoxinas (B1, B2, G1, G2) foram determinadas por Cromatografia Líquida de Alto Desempenho com detector de fluorescência bem como a atividade de água (aw) nas castanhas descascadas. Nas etapas do sistema extrativista na floresta, dos 33 ouriços coletados, castanhas provenientes de um ouriço com menos de 5 dias de contato com o solo e um ouriço empilhado durante 15 dias apresentaram contaminação por AFB1 inferior a 0,1 µg/kg de matéria fresca (MF). Entretanto o nível de AFB1 variou de 0,6 a 4,4 µg/kg de MF em 3 ouriços com mais de 30 dias em contato com o solo, mais susceptíveis a serem danificados e degradados por condições climáticas e predadores da floresta amazônica. No sistema de plantio, dos 5 ouriços coletados, somente uma amostra proveniente de um ouriço com menos de 5 dias de contato com o solo apresentou contaminação por AFB1, inferior a 0,1 µg/kg de MF. Em armazém ventilado do sistema de plantio, AFB1 foi detectada com teor inferior a 0,1 µg/kg de MF em uma amostra dos 10 ouriços coletados. Todavia no sistema extrativista, os teores de aflatoxinas das castanhas com casca aumentaram e foram superiores ao regulamento europeu (10 µg/kg de MF, UE n°165/2010) ao longo do armazenamento (até 90 dias). A secagem sob ventilação durante o armazenamento não é suficientemente eficaz para atingir rapidamente uma aw inferior a 0,7, evitando o desenvolvimento de fungos aflatoxinogênicos e a produção de aflatoxinas. Resultados sugerem o ouriço como uma barreira de proteção contra estes fungos além de confirmar os estudos anteriores do projeto Safenut que indicam a etapa de secagem sob ventilação e armazenamento das castanhas com casca durante meses no sistema extrativista como etapa crítica na contaminação por aflatoxinas. Portanto, no sistema de plantio, a coleta e o armazenamento após desinfecção com hipoclorito de sódio somente dos ouriços recém caídos das árvores, mesmo por um período de dois meses, permitem evitar a contaminação das castanhas por aflatoxinas.
id EMBR_513c1d81a40bc011bc7c8d2404594a33
oai_identifier_str oai:www.alice.cnptia.embrapa.br:doc/1004284
network_acronym_str EMBR
network_name_str Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
repository_id_str 2154
spelling Contaminação de aflatoxinas em castanha-do-brasil com casca em sistemas extrativista e de plantio.Castanha do brasilCadena de suministroAflatoxinasNuez del BrazilAflatoxinaContaminaçãoCadeia produtivaBertholletia excelsaCastanha do paráSupply chainBrazil nutsAflatoxinsDiante de problemas de contaminação por aflatoxinas enfrentados na cadeia produtiva da castanha-do-brasil, o objetivo deste trabalho foi estudar o teor de aflatoxinas em castanhas com casca em diferentes etapas dos sistemas de produção: extrativista e de plantio. A produção extrativista consiste na coleta de ouriços recém caídos das árvores e permanecidos no solo por vários dias, empilhamento na floresta, abertura e seleção de castanhas com casca, seguida de armazenamento/secagem sob ventilação durante vários meses. Contudo, no sistema de plantio somente os ouriços com menos de 5 dias no solo são coletados, em seguida são desinfectados com hipoclorito de sódio a 1% e armazenados sob ventilação até abertura e seleção das castanhas com casca. Sessenta amostras de castanha-do-brasil com casca foram coletadas diretamente ou após abertura dos ouriços na região amazônica do Brasil, provenientes da produção extrativista no Acre e do sistema de plantio no Amazonas. As aflatoxinas (B1, B2, G1, G2) foram determinadas por Cromatografia Líquida de Alto Desempenho com detector de fluorescência bem como a atividade de água (aw) nas castanhas descascadas. Nas etapas do sistema extrativista na floresta, dos 33 ouriços coletados, castanhas provenientes de um ouriço com menos de 5 dias de contato com o solo e um ouriço empilhado durante 15 dias apresentaram contaminação por AFB1 inferior a 0,1 µg/kg de matéria fresca (MF). Entretanto o nível de AFB1 variou de 0,6 a 4,4 µg/kg de MF em 3 ouriços com mais de 30 dias em contato com o solo, mais susceptíveis a serem danificados e degradados por condições climáticas e predadores da floresta amazônica. No sistema de plantio, dos 5 ouriços coletados, somente uma amostra proveniente de um ouriço com menos de 5 dias de contato com o solo apresentou contaminação por AFB1, inferior a 0,1 µg/kg de MF. Em armazém ventilado do sistema de plantio, AFB1 foi detectada com teor inferior a 0,1 µg/kg de MF em uma amostra dos 10 ouriços coletados. Todavia no sistema extrativista, os teores de aflatoxinas das castanhas com casca aumentaram e foram superiores ao regulamento europeu (10 µg/kg de MF, UE n°165/2010) ao longo do armazenamento (até 90 dias). A secagem sob ventilação durante o armazenamento não é suficientemente eficaz para atingir rapidamente uma aw inferior a 0,7, evitando o desenvolvimento de fungos aflatoxinogênicos e a produção de aflatoxinas. Resultados sugerem o ouriço como uma barreira de proteção contra estes fungos além de confirmar os estudos anteriores do projeto Safenut que indicam a etapa de secagem sob ventilação e armazenamento das castanhas com casca durante meses no sistema extrativista como etapa crítica na contaminação por aflatoxinas. Portanto, no sistema de plantio, a coleta e o armazenamento após desinfecção com hipoclorito de sódio somente dos ouriços recém caídos das árvores, mesmo por um período de dois meses, permitem evitar a contaminação das castanhas por aflatoxinas.VIRGINIA DE SOUZA ALVARES, CPAF-AC.SOBOTTKA, R. P.PIRO-METAYER, I.ALVARES, V. de S.BITTENCOURT, D. M. de C.BRABET, C.2015-01-05T11:11:11Z2015-01-05T11:11:11Z2015-01-0520142017-12-07T11:11:11ZResumo em anais e proceedingsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionApresentação oral.In: ENCONTRO NACIONAL DE MICOTOXINAS, 15., 2014, São Paulo. [Anais...] Pirassununga: FZEA; ESALQ, 2014.http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1004284porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)instname:Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)instacron:EMBRAPA2017-08-16T01:40:24Zoai:www.alice.cnptia.embrapa.br:doc/1004284Repositório InstitucionalPUBhttps://www.alice.cnptia.embrapa.br/oai/requestcg-riaa@embrapa.bropendoar:21542017-08-16T01:40:24Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice) - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)false
dc.title.none.fl_str_mv Contaminação de aflatoxinas em castanha-do-brasil com casca em sistemas extrativista e de plantio.
title Contaminação de aflatoxinas em castanha-do-brasil com casca em sistemas extrativista e de plantio.
spellingShingle Contaminação de aflatoxinas em castanha-do-brasil com casca em sistemas extrativista e de plantio.
SOBOTTKA, R. P.
Castanha do brasil
Cadena de suministro
Aflatoxinas
Nuez del Brazil
Aflatoxina
Contaminação
Cadeia produtiva
Bertholletia excelsa
Castanha do pará
Supply chain
Brazil nuts
Aflatoxins
title_short Contaminação de aflatoxinas em castanha-do-brasil com casca em sistemas extrativista e de plantio.
title_full Contaminação de aflatoxinas em castanha-do-brasil com casca em sistemas extrativista e de plantio.
title_fullStr Contaminação de aflatoxinas em castanha-do-brasil com casca em sistemas extrativista e de plantio.
title_full_unstemmed Contaminação de aflatoxinas em castanha-do-brasil com casca em sistemas extrativista e de plantio.
title_sort Contaminação de aflatoxinas em castanha-do-brasil com casca em sistemas extrativista e de plantio.
author SOBOTTKA, R. P.
author_facet SOBOTTKA, R. P.
PIRO-METAYER, I.
ALVARES, V. de S.
BITTENCOURT, D. M. de C.
BRABET, C.
author_role author
author2 PIRO-METAYER, I.
ALVARES, V. de S.
BITTENCOURT, D. M. de C.
BRABET, C.
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv VIRGINIA DE SOUZA ALVARES, CPAF-AC.
dc.contributor.author.fl_str_mv SOBOTTKA, R. P.
PIRO-METAYER, I.
ALVARES, V. de S.
BITTENCOURT, D. M. de C.
BRABET, C.
dc.subject.por.fl_str_mv Castanha do brasil
Cadena de suministro
Aflatoxinas
Nuez del Brazil
Aflatoxina
Contaminação
Cadeia produtiva
Bertholletia excelsa
Castanha do pará
Supply chain
Brazil nuts
Aflatoxins
topic Castanha do brasil
Cadena de suministro
Aflatoxinas
Nuez del Brazil
Aflatoxina
Contaminação
Cadeia produtiva
Bertholletia excelsa
Castanha do pará
Supply chain
Brazil nuts
Aflatoxins
description Diante de problemas de contaminação por aflatoxinas enfrentados na cadeia produtiva da castanha-do-brasil, o objetivo deste trabalho foi estudar o teor de aflatoxinas em castanhas com casca em diferentes etapas dos sistemas de produção: extrativista e de plantio. A produção extrativista consiste na coleta de ouriços recém caídos das árvores e permanecidos no solo por vários dias, empilhamento na floresta, abertura e seleção de castanhas com casca, seguida de armazenamento/secagem sob ventilação durante vários meses. Contudo, no sistema de plantio somente os ouriços com menos de 5 dias no solo são coletados, em seguida são desinfectados com hipoclorito de sódio a 1% e armazenados sob ventilação até abertura e seleção das castanhas com casca. Sessenta amostras de castanha-do-brasil com casca foram coletadas diretamente ou após abertura dos ouriços na região amazônica do Brasil, provenientes da produção extrativista no Acre e do sistema de plantio no Amazonas. As aflatoxinas (B1, B2, G1, G2) foram determinadas por Cromatografia Líquida de Alto Desempenho com detector de fluorescência bem como a atividade de água (aw) nas castanhas descascadas. Nas etapas do sistema extrativista na floresta, dos 33 ouriços coletados, castanhas provenientes de um ouriço com menos de 5 dias de contato com o solo e um ouriço empilhado durante 15 dias apresentaram contaminação por AFB1 inferior a 0,1 µg/kg de matéria fresca (MF). Entretanto o nível de AFB1 variou de 0,6 a 4,4 µg/kg de MF em 3 ouriços com mais de 30 dias em contato com o solo, mais susceptíveis a serem danificados e degradados por condições climáticas e predadores da floresta amazônica. No sistema de plantio, dos 5 ouriços coletados, somente uma amostra proveniente de um ouriço com menos de 5 dias de contato com o solo apresentou contaminação por AFB1, inferior a 0,1 µg/kg de MF. Em armazém ventilado do sistema de plantio, AFB1 foi detectada com teor inferior a 0,1 µg/kg de MF em uma amostra dos 10 ouriços coletados. Todavia no sistema extrativista, os teores de aflatoxinas das castanhas com casca aumentaram e foram superiores ao regulamento europeu (10 µg/kg de MF, UE n°165/2010) ao longo do armazenamento (até 90 dias). A secagem sob ventilação durante o armazenamento não é suficientemente eficaz para atingir rapidamente uma aw inferior a 0,7, evitando o desenvolvimento de fungos aflatoxinogênicos e a produção de aflatoxinas. Resultados sugerem o ouriço como uma barreira de proteção contra estes fungos além de confirmar os estudos anteriores do projeto Safenut que indicam a etapa de secagem sob ventilação e armazenamento das castanhas com casca durante meses no sistema extrativista como etapa crítica na contaminação por aflatoxinas. Portanto, no sistema de plantio, a coleta e o armazenamento após desinfecção com hipoclorito de sódio somente dos ouriços recém caídos das árvores, mesmo por um período de dois meses, permitem evitar a contaminação das castanhas por aflatoxinas.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014
2015-01-05T11:11:11Z
2015-01-05T11:11:11Z
2015-01-05
2017-12-07T11:11:11Z
dc.type.driver.fl_str_mv Resumo em anais e proceedings
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv In: ENCONTRO NACIONAL DE MICOTOXINAS, 15., 2014, São Paulo. [Anais...] Pirassununga: FZEA; ESALQ, 2014.
http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1004284
identifier_str_mv In: ENCONTRO NACIONAL DE MICOTOXINAS, 15., 2014, São Paulo. [Anais...] Pirassununga: FZEA; ESALQ, 2014.
url http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1004284
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv Apresentação oral.
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
instname:Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
instacron:EMBRAPA
instname_str Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
instacron_str EMBRAPA
institution EMBRAPA
reponame_str Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
collection Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice) - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
repository.mail.fl_str_mv cg-riaa@embrapa.br
_version_ 1817695359555600384