Variação da estrutura da Floresta Estacional Decidual no Estado de Santa Catarina e sua relação com a altitude e clima.
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice) |
Texto Completo: | http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1017453 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho foi identificar as possíveis similaridades estruturais entre remanescentes da Floresta Estacional Decidual (FED) em Santa Catarina e associar os grupos à influência de condicionantes ambientais. Associado a este objetivo primário, também se buscou a identificação das zonas de contato entre esta tipologia florestal e a Floresta Ombrófila Mista (FOM). Foram analisados os dados de 78 unidades amostrais (UA) instaladas em remanescentes da FED entre 2008 e 2009 pelo Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC). Os dados foram tratados através da Análise de Correspondência Corrigida (DCA) e da Análise de Correspondência Canônica (ACC), valendo-se de uma matriz de densidade de espécies e uma matriz de variáveis ambientais, esta constituída por altitude e parâmetros climáticos. A proporção da variância explicada pelos três primeiros eixos da DCA foi baixa, somando aproximadamente 21% do total de informação contida no conjunto original de dados. Este resultado ofereceu baixo poder de interpretação para os resultados. No entanto, quando a DCA foi aplicada sobre os dados de densidade média das espécies em cada bacia hidrográfica, os resultados apontaram para autovetores muito explicativos do conjunto (58,1% da variação). Observada somente a ordenação provocada pelo primeiro eixo da DCA, vêse a disposição das bacias de leste, em um extremo, e das bacias de oeste, no outro extremo deste eixo. Na extremidade direita do primeiro eixo estão dispostas as bacias do rio Canoas, Pelotas e do Peixe, as quais são caracterizadas pela presença de espécies como Ocotea pulchella, Zanthoxylum fagara, Lithrea brasiliensis, Matayba elaeagnoides, Cinnamodendron dinisii, comumente associadas com a Floresta Ombrófila Mista. Na extremidade esquerda estão distribuídas as bacias de oeste, grupo que inclui as bacias dos rios Jacutinga, Irani, Chapecó, Antas e Peperi-Guaçu. Dentre as espécies que mais fortemente influenciaram os resultados na análise, cabe destacar Apuleia leiocarpa, Rauvolfia sellowii, Bastardiopsis densiflora, Chrysophyllum gonocarpum, Cordia trichotoma, Holocalyx balansae, Myrocarpus frondosus e Pisonia zapallo, as quais são frequentes em florestas estacionais do interior meridional do Brasil. A análise através da ACC apontou para resultados similares e a interpretação conjunta dos dados ambientais indicou que as UA situadas nas bacias de leste estão associadas a climas mais frios, em que as geadas são mais frequentes, como consequência de altitudes mais elevadas. Considerando que as altitudes tendem a declinar das porções lestes para oeste e, diante do resultados apresentados, os autores propõem a existência de uma zona de transição entre as duas regiões fitoecológicas (FOM e FED) na faixa dos 600 m s.n.m., onde ocorre a interdigitação de elementos da flora estacional e aqueles da Floresta Ombrófila Mista, resultando na delimitação de uma área core da FED abaixo deste patamar altimétrico. |
id |
EMBR_56aa116752390673d300422aac35d40f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.alice.cnptia.embrapa.br:doc/1017453 |
network_acronym_str |
EMBR |
network_name_str |
Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice) |
repository_id_str |
2154 |
spelling |
Variação da estrutura da Floresta Estacional Decidual no Estado de Santa Catarina e sua relação com a altitude e clima.Análise multivariadaEcótonos florestaisMata atlânticaFloresta Estacional DecidualSanta CatarinaForest ecotonesAtlantic forestmultivariate analysisO objetivo deste trabalho foi identificar as possíveis similaridades estruturais entre remanescentes da Floresta Estacional Decidual (FED) em Santa Catarina e associar os grupos à influência de condicionantes ambientais. Associado a este objetivo primário, também se buscou a identificação das zonas de contato entre esta tipologia florestal e a Floresta Ombrófila Mista (FOM). Foram analisados os dados de 78 unidades amostrais (UA) instaladas em remanescentes da FED entre 2008 e 2009 pelo Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC). Os dados foram tratados através da Análise de Correspondência Corrigida (DCA) e da Análise de Correspondência Canônica (ACC), valendo-se de uma matriz de densidade de espécies e uma matriz de variáveis ambientais, esta constituída por altitude e parâmetros climáticos. A proporção da variância explicada pelos três primeiros eixos da DCA foi baixa, somando aproximadamente 21% do total de informação contida no conjunto original de dados. Este resultado ofereceu baixo poder de interpretação para os resultados. No entanto, quando a DCA foi aplicada sobre os dados de densidade média das espécies em cada bacia hidrográfica, os resultados apontaram para autovetores muito explicativos do conjunto (58,1% da variação). Observada somente a ordenação provocada pelo primeiro eixo da DCA, vêse a disposição das bacias de leste, em um extremo, e das bacias de oeste, no outro extremo deste eixo. Na extremidade direita do primeiro eixo estão dispostas as bacias do rio Canoas, Pelotas e do Peixe, as quais são caracterizadas pela presença de espécies como Ocotea pulchella, Zanthoxylum fagara, Lithrea brasiliensis, Matayba elaeagnoides, Cinnamodendron dinisii, comumente associadas com a Floresta Ombrófila Mista. Na extremidade esquerda estão distribuídas as bacias de oeste, grupo que inclui as bacias dos rios Jacutinga, Irani, Chapecó, Antas e Peperi-Guaçu. Dentre as espécies que mais fortemente influenciaram os resultados na análise, cabe destacar Apuleia leiocarpa, Rauvolfia sellowii, Bastardiopsis densiflora, Chrysophyllum gonocarpum, Cordia trichotoma, Holocalyx balansae, Myrocarpus frondosus e Pisonia zapallo, as quais são frequentes em florestas estacionais do interior meridional do Brasil. A análise através da ACC apontou para resultados similares e a interpretação conjunta dos dados ambientais indicou que as UA situadas nas bacias de leste estão associadas a climas mais frios, em que as geadas são mais frequentes, como consequência de altitudes mais elevadas. Considerando que as altitudes tendem a declinar das porções lestes para oeste e, diante do resultados apresentados, os autores propõem a existência de uma zona de transição entre as duas regiões fitoecológicas (FOM e FED) na faixa dos 600 m s.n.m., onde ocorre a interdigitação de elementos da flora estacional e aqueles da Floresta Ombrófila Mista, resultando na delimitação de uma área core da FED abaixo deste patamar altimétrico.André Luís de Gasper, Universidade Regional de Blumenau; ALEXANDRE UHLMANN, CNPF; Alexander Christian Vibrans, Universidade Regional de Blumenau; Lucia Sevegnani, Universidade Regional de Blumenau.GASPER, A. L. deUHLMANN, A.VIBRANS, A. C.SEVEGNANI, L.2015-06-13T05:33:34Z2015-06-13T05:33:34Z2015-06-1120152015-06-13T05:33:34Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleCiência Florestal, Santa Maria, v. 25, n. 1, p. 77-89, jan./mar. 2015.http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1017453porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)instname:Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)instacron:EMBRAPA2017-08-16T02:22:12Zoai:www.alice.cnptia.embrapa.br:doc/1017453Repositório InstitucionalPUBhttps://www.alice.cnptia.embrapa.br/oai/requestopendoar:21542017-08-16T02:22:12falseRepositório InstitucionalPUBhttps://www.alice.cnptia.embrapa.br/oai/requestcg-riaa@embrapa.bropendoar:21542017-08-16T02:22:12Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice) - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Variação da estrutura da Floresta Estacional Decidual no Estado de Santa Catarina e sua relação com a altitude e clima. |
title |
Variação da estrutura da Floresta Estacional Decidual no Estado de Santa Catarina e sua relação com a altitude e clima. |
spellingShingle |
Variação da estrutura da Floresta Estacional Decidual no Estado de Santa Catarina e sua relação com a altitude e clima. GASPER, A. L. de Análise multivariada Ecótonos florestais Mata atlântica Floresta Estacional Decidual Santa Catarina Forest ecotones Atlantic forest multivariate analysis |
title_short |
Variação da estrutura da Floresta Estacional Decidual no Estado de Santa Catarina e sua relação com a altitude e clima. |
title_full |
Variação da estrutura da Floresta Estacional Decidual no Estado de Santa Catarina e sua relação com a altitude e clima. |
title_fullStr |
Variação da estrutura da Floresta Estacional Decidual no Estado de Santa Catarina e sua relação com a altitude e clima. |
title_full_unstemmed |
Variação da estrutura da Floresta Estacional Decidual no Estado de Santa Catarina e sua relação com a altitude e clima. |
title_sort |
Variação da estrutura da Floresta Estacional Decidual no Estado de Santa Catarina e sua relação com a altitude e clima. |
author |
GASPER, A. L. de |
author_facet |
GASPER, A. L. de UHLMANN, A. VIBRANS, A. C. SEVEGNANI, L. |
author_role |
author |
author2 |
UHLMANN, A. VIBRANS, A. C. SEVEGNANI, L. |
author2_role |
author author author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
André Luís de Gasper, Universidade Regional de Blumenau; ALEXANDRE UHLMANN, CNPF; Alexander Christian Vibrans, Universidade Regional de Blumenau; Lucia Sevegnani, Universidade Regional de Blumenau. |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
GASPER, A. L. de UHLMANN, A. VIBRANS, A. C. SEVEGNANI, L. |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Análise multivariada Ecótonos florestais Mata atlântica Floresta Estacional Decidual Santa Catarina Forest ecotones Atlantic forest multivariate analysis |
topic |
Análise multivariada Ecótonos florestais Mata atlântica Floresta Estacional Decidual Santa Catarina Forest ecotones Atlantic forest multivariate analysis |
description |
O objetivo deste trabalho foi identificar as possíveis similaridades estruturais entre remanescentes da Floresta Estacional Decidual (FED) em Santa Catarina e associar os grupos à influência de condicionantes ambientais. Associado a este objetivo primário, também se buscou a identificação das zonas de contato entre esta tipologia florestal e a Floresta Ombrófila Mista (FOM). Foram analisados os dados de 78 unidades amostrais (UA) instaladas em remanescentes da FED entre 2008 e 2009 pelo Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC). Os dados foram tratados através da Análise de Correspondência Corrigida (DCA) e da Análise de Correspondência Canônica (ACC), valendo-se de uma matriz de densidade de espécies e uma matriz de variáveis ambientais, esta constituída por altitude e parâmetros climáticos. A proporção da variância explicada pelos três primeiros eixos da DCA foi baixa, somando aproximadamente 21% do total de informação contida no conjunto original de dados. Este resultado ofereceu baixo poder de interpretação para os resultados. No entanto, quando a DCA foi aplicada sobre os dados de densidade média das espécies em cada bacia hidrográfica, os resultados apontaram para autovetores muito explicativos do conjunto (58,1% da variação). Observada somente a ordenação provocada pelo primeiro eixo da DCA, vêse a disposição das bacias de leste, em um extremo, e das bacias de oeste, no outro extremo deste eixo. Na extremidade direita do primeiro eixo estão dispostas as bacias do rio Canoas, Pelotas e do Peixe, as quais são caracterizadas pela presença de espécies como Ocotea pulchella, Zanthoxylum fagara, Lithrea brasiliensis, Matayba elaeagnoides, Cinnamodendron dinisii, comumente associadas com a Floresta Ombrófila Mista. Na extremidade esquerda estão distribuídas as bacias de oeste, grupo que inclui as bacias dos rios Jacutinga, Irani, Chapecó, Antas e Peperi-Guaçu. Dentre as espécies que mais fortemente influenciaram os resultados na análise, cabe destacar Apuleia leiocarpa, Rauvolfia sellowii, Bastardiopsis densiflora, Chrysophyllum gonocarpum, Cordia trichotoma, Holocalyx balansae, Myrocarpus frondosus e Pisonia zapallo, as quais são frequentes em florestas estacionais do interior meridional do Brasil. A análise através da ACC apontou para resultados similares e a interpretação conjunta dos dados ambientais indicou que as UA situadas nas bacias de leste estão associadas a climas mais frios, em que as geadas são mais frequentes, como consequência de altitudes mais elevadas. Considerando que as altitudes tendem a declinar das porções lestes para oeste e, diante do resultados apresentados, os autores propõem a existência de uma zona de transição entre as duas regiões fitoecológicas (FOM e FED) na faixa dos 600 m s.n.m., onde ocorre a interdigitação de elementos da flora estacional e aqueles da Floresta Ombrófila Mista, resultando na delimitação de uma área core da FED abaixo deste patamar altimétrico. |
publishDate |
2015 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2015-06-13T05:33:34Z 2015-06-13T05:33:34Z 2015-06-11 2015 2015-06-13T05:33:34Z |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
Ciência Florestal, Santa Maria, v. 25, n. 1, p. 77-89, jan./mar. 2015. http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1017453 |
identifier_str_mv |
Ciência Florestal, Santa Maria, v. 25, n. 1, p. 77-89, jan./mar. 2015. |
url |
http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1017453 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice) instname:Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) instacron:EMBRAPA |
instname_str |
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) |
instacron_str |
EMBRAPA |
institution |
EMBRAPA |
reponame_str |
Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice) |
collection |
Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice) - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) |
repository.mail.fl_str_mv |
cg-riaa@embrapa.br |
_version_ |
1794503407718891520 |