Qualidade e potencial de utilização de frutos de genótipos de carnaubeira (Copernicia prunifera) oriundos do estado do Ceará.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: NOGUEIRA, D. H.
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
Texto Completo: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/697462
Resumo: A camaubeira é uma planta nativa do Nordeste brasileiro de grande importância econômica, social e ecológica para o semi-árido nordestino.A cera de carnaúba é o produto que tem mais importância econômica no nordeste. Na forma de cacho e com aparência preta (quando maduro) e esverdeada (quando ainda não atingiu a maturação), o fruto da camaubeira é composto por casca mais polpa e o caroço. Nesse trabalho de pesquisa foram realizados dois experimentos, onde no primeiro se estudou a qualidade e o potencial de utilização de frutos de genótipos de carnaubeira oriundos do estado do Ceará. Os frutos foram provenientes de plantios não comerciais das regiões de Maracanaú, Morada Nova, Caucaia, Russas, Limoeiro do Norte, Tabuleiro do Norte, Jaguaribe, Jaguaribara, Iguatu, Várzea Alegre e Quixadá. Foram colhidos retirando-se os cachos da planta com auxílio de um gancho, sendo o indicativo de maturidade a coloração escura do epicarpo. Foram acondicionados em sacos plásticos e transportados para o Laboratório de Fisiologia e Tecnologia Pós-Colheita da Embrapa Agroindústria Tropical. Foram avaliados peso, comprimento e diâmetro do fruto, % de polpa, % de semente e rendimento, para a parte física. Para as análises físico-químicas foram avaliados: pH, acidez titulável, sólidos solúveis, açúcares solúveis totais, amido, teor de vitamina C, pectina total, pectina solúvel, flavonóides amarelos, antocianinas e carotenóides totais. Foi verificado que existe entre os geriótipos avaliados grande variabilidade, demonstrada pela variância genética. Para consumo in natura e/ou processamento se destacam os genótipos oriundos das regiões de Maracanaú, Morada Nova, Tabuleiro do Norte e Limoeiro do Norte, por apresentarem alta percentagem de polpa, e alta relação SS/AT.O fruto da camaubeira é rico em vitamina C, com conteúdo variando entre 73 mg.100g-1 a 121 mg.100g-1 de polpa. Para as característica~ físicas é necessário um número bem menor de observações para um maior nível de certeza, comparado às características físico-químicas. No segundo experimento, objetivou-se utilizar frutos da camaubeira para obtenção de geléia, bem como a aceitação sensorial e a intenção de compra do produto. Os frutos foram obtidos de uma coleção de plantas da Universidade Federal do Ceará - UFC, localizada em Maracanaú - RMF. Os mesmos foram raspados manualmente com auxílio de faca de aço inoxidável. A matéria prima foi liquidificada na proporção de duas partes de fruto para três de água, e peneirados. Duas formulações de geléias foram elaboradas. A primeira consistiu de 40% de açúcar e 60% de polpa e 0,3% de ácido cítrico. Na segunda adicionou-se 1%de pectina. Esses produtos foram cozidos, após a fervura, de 10 a 12 minutos. A geléia foi transferida para potes de vidro sendo fechados, invertidos, resfriados e armazenados sob condições ambiente por 120 dias, com cinco períodos de avaliação (O, 30, 60, 90 e 120 dias). As geléias foram analisadas através do pH, acidez titulável, sólidos solúveis, vitamina C, antocianinas e carotenóides. Realizaram-se também, contagem de bolores e leveduras, aceitação sensorial e a intenção de compra. Os testes realizados indicam que é possível se produzir geléia a partir do fruto de carnaubeira, ocorrendo mínima diferença entre o produto com ou sem adição de pectina. A geléia apresentouboa estabilidade durante os 120dias armazenamento,boa aceitação sensorial e de consumo, como também boa estabilidade microbiológica.A produção de geléia de frutos de carnaubeira representa uma opção ao pequeno produtor e a fruticultura brasileira.
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