Solanales na Embrapa Clima Temperado, Pelotas, Rio Grande do Sul.

• Autor(a) principal: RODRIGUES, G. F.
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
• Texto Completo: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1150098
• topic: Convolvulaceae; Levantamento; Botânica; Solanaceae; Solanales

A ordem Solanales é caracterizada por nós unilacunares, folhas alternas e simples, cálice persistente, flores actinomorfas com pétalas plicadas, gamopétalas, e abrange cinco famílias, das quais duas se destacam pela riqueza específica e devido à importância econômica e distribuição geográfica: Convolvulaceae e Solanaceae. Muitas espécies dessas famílias estão presentes na maioria das culturas humanas, sendo amplamente utilizadas na alimentação, medicina e ornamentação. Neste sentido, este estudo teve como objetivo contribuir para o conhecimento das famílias, gêneros e espécies da ordem Solanales nativas ou naturalizadas na área da Sede da Embrapa Clima Temperado, no Distrito de Monte Bonito, Pelotas, Rio Grande do Sul. Foram realizadas consultas à literatura especializada, ao Herbário ECT e em herbários online e coletas de espécimes na área de estudo. De forma complementar, dentre as espécies encontradas, foram destacados os parentes silvestres de espécies cultivadas e as espécies ameaçadas de extinção. A área de estudo foi amostrada pelo Método do Caminhamento via coleta e herborização de espécimes em estádio reprodutivo, de outubro de 2021 até abril de 2022, sendo realizadas duas coletas por mês. Anotações sobre características morfológicas acompanhadas de fotografias das amostras coletadas foram realizadas. A determinação taxonômica em laboratório foi fundamentada em literatura especializada, com utilização de chaves taxonômicas e comparação com espécimes de referência em herbários. Foram revisadas oito exsicatas coletadas previamente a esse levantamento e depositadas no Herbário ECT e foram realizadas 34 coletas de novas amostras na área de estudo. No presente estudo foram identificadas 23 espécies da ordem Solanales. Sete espécies pertencem a família Convolvulaceae, sendo Ipomoea o gênero mais rico com três espécies (I. cairica, I. tiliacea, I. triloba), seguido pelos demais quatro gêneros com uma espécie cada: Convolvulus crenatifolius Ruiz & Pav, Cuscuta corniculata Engelm., Dichondra sericea Sw. e Evolvulus sericeus Sw. Para Solanaceae foram registradas 16 espécies, sendo Solanum o gênero mais expressivo com 10 espécies (S. americanum Mill., S. chacoense Bitter., S. commersonii Poir., S. guaraniticum A. St.-Hil., S. laxum Spreng., S. malmeanum Bitter., S. mauritianum Scop., S. muricatum Aiton., S. sisymbriifolium Lam., S. variabile Mart.). Para os demais gêneros foram registradas uma espécie para cada: Calibrachoa ovalifolia (Miers) Stehmann & Semir, Capsicum pubescens Ruiz & Pav., Nicotiana glauca Graham., Physalis pubescens L., Salpichroa origanifolia (Lam.) Baill. e Vassobia breviflora (Sendtn.) Hunz. Das 23 espécies confirmadas apenas oito estão classificadas quanto às categorias de ameaça de extinção da IUCN como pouco preocupante (LC ? Least Concern). Foram encontradas 12 espécies de parentes silvestres de espécies cultivadas para a alimentação e agricultura, das quais seis possuem características de interesse quanto à resistência a estresses abióticos e bióticos, demonstrando potencial de uso em pesquisas aplicadas em recursos genéticos e pré-melhoramento. Além destas, oito espécies são parentes silvestres de espécies cultivadas como ornamentais.