Dinâmica da paisagem em projetos de assentamentos rurais no sudeste paraense utilizando geotecnologias.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: WATRIN, O. dos S.
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
Texto Completo: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/406034
Resumo: A microrregião do Sudeste Paraense constitui hoje uma das áreas críticas de desflorestamento na Amazônia, fruto das grandes transformações socioeconômicas que tem atravessado. Nesse contexto, o presente trabalho avalia espacialmente a dinâmica da paisagem nos Projetos de Assentamentos Agroextrativista Praialta e Piranheira, Lago Azul e São Francisco, utilizando produtos e técnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento. Um levantamento socioeconômico foi realizado visando incorporar informações da dinâmica social às mudanças na cobertura vegetal e uso da terra detectadas e mensuradas a partir de imagens TM/Landsat. Para isso, imagens adquiridas nos anos de 1984, 1988, 1992, 1996 e 2000 foram analisadas no sistema SPRING, considerando a classificação supervisionada por regiões de imagens fração (vegetação, solo e sombra), geradas a partir de modelo linear de mistura espectral. A classe Floresta Primária apresentou reduções progressivas em área, com intensidade variável de acordo com o projeto de assentamento e o período de tempo analisado, sendo porém este processo mais intenso no P A Lago Azul O recrudescimento das áreas de sucessão secundária, principalmente de Capoeira Baixa; está geralmente associado aos períodos de intensificação das atividades agropecuárias. As pastagens representam o padrão dominante do uso da terra locais, cujos incrementos em área chegam, por vezes, a duplicar entre anos consecutivos. Para a dinâmica da paisagem, os maiores porcentuais de estabilidade ocorreram para as classes de cobertura vegetal, principalmente Floresta Primária e Capoeira Alta, declinando, posteriormente, com a intensificação do uso da terra. Por outro lado, as classes de uso da terra definiram as maiores flutuações em termos de estabilidade, sendo os maiores valores ligados às unidades de pastagem. Foram constatados para todas as classes mapeadas, os maiores porcentuais de conversão para pastagem, principalmente para a classe Pasto Sujo, devido à baixa estabilidade dos sistemas de uso da terra empregados. Em uma análise sumária, os processos de antropização, inclusive as taxas de desflorestamento, ocorridos nas áreas de estudo apresentaram trajetórias distintas, fruto das particularidades do fluxo de migração e de estratégias de distribuição de terras. Para modelagem da dinâmica da paisagem, os cenários considerados mais pessimistas (matrizes de transição do período 1996-2000), foram mais razoáveis para expressar as modificações ocorridas em nível do uso da terra em um período de quatro anos. A partir do conjunto dos resultados obtidos, foi verificado que a metodologia empregada mostrou-se eficiente para associar as atividades de uso da terra às mudanças ocorridas em nível da cobertura vegetal em áreas de fronteira agrícola na Amazônia.
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