Filogenia de rhizóbios utilizados em inoculantes comerciais brasileiros, com base no sequenciamento do gene ribossomal 16S.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: PEREIRA, P. M.
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
Texto Completo: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/467871
Resumo: Rizóbios são bactérias que, quando em simbiose com determinadas plantas da família Leguminosae, são capazes de fixar nitrogênio atmosférico e convertê-lo a uma forma assimilável pela planta. Contudo, apesar da importância ecológica e econômica, os rizóbios tem sido relativamente pouco estudados. Baseado nos dados de sequenciamento do gene 16S RNAr estão definidos atualmente, cinco gêneros de rizóbios, Azorhizobium, Bradyrhizobium, Mesorhizobium, Rhizobium, Sinorhizobium, mais de 40 espécies, compreendidos na subclasse alfa das Proteobacterias. Vários estudo vem sendo conduzidos, a fim de determinar a diversidade existente entre os rizóbios, bem como estabelecer relações filogenéticas com outras bactérias e estruturar hipóteses quanto à evolução simbiótica. Nesse contexto, uma coleção de 68 estirpes de rizóbios provenientes da coleção SEMIA (Seção de Microbiologia Agrícola, Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária), isoladas de 63 espécies de leguminosas, foram analisadas visando determinar diferenças morfológicas, fisiológicas e genéticas. A variabilidade genética bem como suas relações filogenéticas foram determinadas com base na análise das sequências de gene 16S RNAr. As estirpes foram isoladas de leguminosas pertencentes às três subfamílias e 17 tribos da família Leguminosae. Foi possível observar que 25% das estirpes apresentaram reação ácida em meio de cultura contendo extrato de levedura e manitol (YMA) e, em geral, foram caracterizadas como altas produtoras de muco; 70% das estirpes apresentaram reação alcalina em YMA, sendo a maioria produtora de pouco muco, e apenas três estirpes não alteraram o pH do meio YMA. Em relação aos parâmetros morfológicos avaliados (cor, transparência, bordas e elevação), nenhum padrão contrastante foi observado quanto aos dois grupos fisiológicos dominantes. O dendrograma resultante após a análise das sequências do 16S RNAr, revelou heterogeneidade e dividiu as estirpes em nove grupos principais, reunidos em um nível de similaridade de 77,8%, sendo sete deles relatados aos gênero/espécies: Bradyrhizobium japonicum, B. elkanii, Rhizobium tropici/Agrobacterium (reclassificado como Rhizobium), R. leguminosarum, Sinorhizobium meliloti/S. fredii, Mesorhizobium ciceri/M. loti, e Azorhizobium caulinodans. Contudo algumas estirpes diferiram em mais de 15 nucleotídeos das estirpes-tipo de casa espécie de rizóbio, sugerindo que podem representar novas espécies. Dois outros grupos incluíram bactérias similares aos gêneros Methylobacterium e Burkholderia, e a presença dos genes nifH e/ou nodC foi confirmada nessas estirpes. Diversas estirpes foram capazes de nodular leguminosas de diferentes tribos e subfamílias. O elevado grau de diversidade observado nesse estudo enfatiza que os trópicos são um importante reservatório de genes fixadores de nitrogênio.
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