Caracterização genética e in situ de Gossypium barbadense na região Norte do Brasil.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ALMEIDA, V. C. de
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
Texto Completo: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/273920
Resumo: Três espécies do gênero Gossypium ocorrem no Brasil, todas alotetraplóides, perenes e sexualmente compatíveis: G hirsutum, G. mustelinum e G. barbadense (Freire et al., 2002). A espécie mais difundida é G. hirsutum, com a existência de duas variedades botânicas: a variedade latifolium ou algodoeiro herbáceo responsável pela quase totalidade da produção comercial de fibra de algodão no Brasil, e a variedade marie galante ou algodoeiro Mocó, encontrado principalmente no semi-árido nordestino, na forma de variedades cultivadas, populações ferais e de fundo de quintal. A epécie G. mustelinum é a mais restrita das três espécies, ocorrendo apenas no semi-árido nordestino. Já a espécie G. barbadense é amplamente distribuída, sendo encontrada em quase todo território nacional. Embora não seja nativa do país, o Brasil é considerado um importante centro de diversidade da espécie. Duas variedades botânicas de G. barbadense são encontradas no Brasil, ambas na forma semi-domesticada, porém sem qualquer esforço contínuo de melhoramento genético. O rim-de- Boi (G. barbadense var. brasiliense) possui sementes sem línter, fortemente coladas em forma de rim, enquanto que a outra variedade é comumente conhecida como "Quebradinho" ou "Maranhão", possuindo sementes sem línter, deslocadas, facetadas ou não. Ambas são arbóreas e de ciclo perene e muito similar geneticamente (Freire,2000). Acredita-se que grande parte da variabilidade genética de G. barbadense presente no Brasil esteja sendo perdida. os fatores responsáveis por esta redução estão associados a atividades agrícolas, alterações e hábitos culturais e problemas econômicos. Em algumas regiões em que variedades locais de G. barbadense eram cultivadas, a expansão da fronteira agrícola resultou em substituição de práticas agrícolas tradicionais pela chamada agricultura moderna. Isto resultou no abandono do cultivo de roças, em cujas bordaduras G. barbadense era plantado, por pastagens e lavouras (Barroso et al., 2005a). Parte das áreas em que ocorrem estão sendo aos poucos ocupadas pelo plantio de algodão herbáceo, principalmente nos cerrados, na região Norte do país e parte da Amazônia legal. Esta expansão do algodoeiro herbáceo pode comprometer a manutenção da variabilidade existente principalmente devido aos efeitos do fluxo gênico, seja de variedades convencionais ou transgênicas (Freire et al., 2002). Ainda há muito há fazer para que a variabilidade genética de algodoeiros presente no Brasil esteja adequadamente represeentada nos bancos de germoplasma. Embora os esforços de coleta tenham aumentado nos últimos anos, sua ampla distribuição geográfica e a grande variabilidade presente tomam a tarefa difícil e dispendiosa. Um amplo conhecimento das características demográficas, morfológicas e genéticas da espécie é fundamental para a conservação e manejo sustentável, destacando-se a intensidade do fluxo gênico, o sistema reprodutivo e a diversidade entre e dentro das populações. Estas informações fornecem subsídios para delinear estratégias adequadas de conservação in situ e ex situ, que podem prevenir ou reduzir possíveis perdas genéticas. Com base nas informações pode-se, por exemplo, estabelecer áreas que contenham maior variabilidade, prioritárias para efeitos de coletas e preservação. O principal objetivo deste trabalho foi caracterizar a diversidade genética de populações de Gossypium barbadense com vistas em definir estratégias para a conservação desses algodoeiros em dois estados da região Norte do Brasil, Pará e Amapá, utilizando Marcadores SSR.
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