BRICS como atores reformistas: como as declarações de cúpula constituem a identidade coletiva do grupo? (2009, 2011, 2014)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Escola Superior de Guerra (ESG) |
Texto Completo: | https://repositorio.esg.br/handle/123456789/1585 |
Resumo: | A presente pesquisa tem o objetivo de investigar o processo de construção de uma identidade coletiva do BRICS através de suas declarações e o que ela significa. Para isso, buscou-se primeiramente, entender como o fim da Guerra Fria possibilitou o surgimento de uma nova configuração da dispersão de poder no sistema internacional. Nesse sentido, vimos que, dentro dessa nova realidade, houve a acentuação do protagonismo de novos atores estatais cuja margem de ação política internacional estava, anteriormente, atrelada à lógica da bipolaridade. Chamados de potências emergentes, esses atores foram responsáveis pela mudança de uma unipolaridade após o fim abrupto da URSS para uma multipolaridade nas décadas seguintes. Depois de uma definição do conceito de potência emergente, seguiu-se para uma definição do que o principal motivo dessa emergência é a busca da consolidação do reconhecimento de status, por outros Estados, que o Estado tem de si. Em seguidos, investigamos como as identidades possuem um papel relevantes como ferramenta analítica dentro da disciplina das Relações Internacionais. Observamos que as identidades podem ser consideradas tanto como causas como consequências de ações de política externa podendo explicar comportamentos de atores que escapam ao escopo ontológico e explicativo das teorias e abordagens tradicionais da disciplina. Viu-se, então, que o processo de construção de identidade em comum do BRICS, o “Eu”, possibilita a mitigação da percepção de diferenças entre aqueles adeptos ao discurso ao mesmo tempo que possibilita a construção de um “Outro”, demarcando os limites ontológicos dos dois. Assim, partimos da hipótese de que a cooperação entre os membros do BRICS seria o resultado de um processo de identidade em comum no qual o status emergente e reformista seriam os seus principais elementos. Ao definir o Ocidente como o mantenedor da configuração atual da ordem internacional a partir de uma narrativa que define a mesma como deficiente, injusta e não democrática, e, portanto, passível de reformas para que haja uma representação da nova polaridade do sistema internacional. Assim, ao se engajarem nos discursos de Outricidade, que constroem uma ordem internacional injusta e não representativa, os membros do BRICS se mobilizam entre si políticas de cooperação que não só tem o objetivo de se aproximarem diplomaticamente, como também cria uma plataforma de ação política que pode mitigar a manutenção da atual forma da ordem internacional. |
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Depois de uma definição do conceito de potência emergente, seguiu-se para uma definição do que o principal motivo dessa emergência é a busca da consolidação do reconhecimento de status, por outros Estados, que o Estado tem de si. Em seguidos, investigamos como as identidades possuem um papel relevantes como ferramenta analítica dentro da disciplina das Relações Internacionais. Observamos que as identidades podem ser consideradas tanto como causas como consequências de ações de política externa podendo explicar comportamentos de atores que escapam ao escopo ontológico e explicativo das teorias e abordagens tradicionais da disciplina. Viu-se, então, que o processo de construção de identidade em comum do BRICS, o “Eu”, possibilita a mitigação da percepção de diferenças entre aqueles adeptos ao discurso ao mesmo tempo que possibilita a construção de um “Outro”, demarcando os limites ontológicos dos dois. Assim, partimos da hipótese de que a cooperação entre os membros do BRICS seria o resultado de um processo de identidade em comum no qual o status emergente e reformista seriam os seus principais elementos. Ao definir o Ocidente como o mantenedor da configuração atual da ordem internacional a partir de uma narrativa que define a mesma como deficiente, injusta e não democrática, e, portanto, passível de reformas para que haja uma representação da nova polaridade do sistema internacional. Assim, ao se engajarem nos discursos de Outricidade, que constroem uma ordem internacional injusta e não representativa, os membros do BRICS se mobilizam entre si políticas de cooperação que não só tem o objetivo de se aproximarem diplomaticamente, como também cria uma plataforma de ação política que pode mitigar a manutenção da atual forma da ordem internacional.The present research has the goal of investigating the construction process of a BRICS’ collective identity through its declaration and the meaning of it. To do so, one has tried, in first place, to understand how the end of cold war has paved the way to the surging of a new power dispersion configuration throughout the international system. In this regard, we have seen, inside this new reality, there has been the protagonism intensification of new statal actors whose international politics margin of action were, previously, hitched to the former bipolarity’s logic. Names as emerging power, these new actors have been responsible for the transition from a unipolarity moment right after the abrupt USSR’s disintegration to a multipolarity in the coming decades. After a definition of the emerging power concept, one has defined that the main motive of this emerging is the searching for a state’s status acknowledging consolidation by its peers. Next, I investigated how identities own a relevant roll as analytical tool inside the International Relations discipline. One observed identities can be considered either as cause or as consequence of foreign policy actions having the explanation capacity regarding actors’ behavior that are not comprehended by the discipline mainstream theories’ ontological and explicative scope. It has been seen, then, that in the BRICS’ common identity construction process, the “Self” enables the mitigation of differences perception between those adherent to the discourse while turns possible the construction of the “Other”, setting the ontological limits of both. Thus, we set the hypothesis that cooperation among BRICS’ members would be the result of a common identity formation process in which the emerging and reformist status is the main elements. By defining West as a maintainer of current international order configuration from a narrative defining it as deficient, unjust and undemocratic and, therefore, susceptible of reforms to be updated to the current international system’s polarity. With this being said, when BRICS engage itself to otherness generator discourses which classify the international order as unjust and not representative, members of BRICS mobilize cooperation policies aiming not only a diplomatic closeness but also a creation of political action platform able to mitigate the maintenance of the current international order.Escola Superior de GuerraPrograma de Pós-Graduação em Segurança Internacional e Defesa (PPGSID)Resende, Erica Simone de AlmeidaPedrosa, Bruno Couto de Souza2023-01-11T23:29:09Z2023-01-11T23:29:09Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.esg.br/handle/123456789/1585porreponame:Repositório Institucional da Escola Superior de Guerra (ESG)instname:Escola Superior de Guerra (ESG)instacron:ESGinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-01-12T09:25:16Zoai:repositorio.esg.br:123456789/1585Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.esg.brpatricia.ajus@esg.bropendoar:2023-01-12T09:25:16Repositório Institucional da Escola Superior de Guerra (ESG) - Escola Superior de Guerra (ESG)false |
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