Micotoxinas e Micotoxicoses na Avicultura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santurio,JM
Data de Publicação: 2000
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Poultry Science (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-635X2000000100001
Resumo: Esta revisão tem como objetivo principal mostrar, baseado em dezenas de pesquisas realizadas, os efeitos tóxicos das micotoxinas aflatoxinas, tricotecenos, zealenona e fumonisinas sobre o desempenho das aves. O descobrimento das propriedades hepatotóxicas e hepatocarcinogênicas de algumas linhagens de Aspergillus flavus e A. parasiticus em perus, na Inglaterra, no início da década de 1960, seguida pela elucidação da estrutura de seus metabólitos tóxicos, as aflatoxinas, deu novo enfoque e prioridade para a pesquisa sobre micotoxinas. Análises de aflatoxinas realizadas no Laboratório de Análises Micotoxicológicas (LAMIC) da Universidade Fedaral de Santa Maria, entre os anos de 1986 e janeiro de 2000, em 15.600 amostras de alimentos destinados principalmente ao consumo animal, demonstram que no milho analisado, 41,9% das amostras estavam contaminadas por aflatoxinas. Em surtos de aflatoxicose no campo, uma das características mais marcantes é a má absorção que se manifesta como partículas de ração mal digeridas na excreta das aves. Também observa-se, em frangos e poedeiras que recebem AFL, extrema palidez das mucosas e pernas. Dietas deficientes em riboflavina ou colecalciferol (vit. D) tornaram frangos sensíveis, nos índices de desenvolvimento corporal, a concentrações muito baixas de AFL. O efeito aflatoxina nos frangos é maior na fase inicial de crescimento, ou seja, quando as aves ingeriram aflatoxina nos primeiros 21 dias de vida, e quanto maior o nível de stress do lote, menor a quantidade de AFL para afetar negativamente seu desempenho, seja na produção de carne ou de ovos. As principais micotoxinas do grupo dos tricotecenos são: toxina T-2; deoxynivalenol (DON); diacetoxyscirpenol (DAS), todas produzidas através de diversas espécies de fungos do gênero Fusarium. Além dos tricotecenos, o fusarium também pode produzir zearalenona e fumonisinas. Dessas fusarium-toxinas, somente toxina T-2 gera patologias sérias nas aves, como lesões orais e imunodepressão. As fumonisinas afetam o desempenho de frangos de corte a partir de uma ingestão de 75 ppm. Já zearalenona e DON são inócuas quando ingeridas por aves. Para o controle de contaminação de micotoxinas nos alimentos, o melhor método é prevenir o crescimento de fungos, apertando-se no controle de qualidade da matéria prima. Métodos alternativos podem ser usados, utilizando-se antifúngicos ou adsorventes na ração. O monitoramento dos grãos recebidos ou a receber é o ponto fundamental num programa de controle de micotoxinas. Isso deve ser feito através de um programa amostral consistente da massa de grãos recebida ou a ser adquirida, com análises periódicas das micotoxinas.
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