QUANTIDADE E PROTAGONISMO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ANTUNES, Celso
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Pedagogia em Foco (Online)
Texto Completo: http://revista.facfama.edu.br/index.php/PedF/article/view/20
Resumo: Um tema muito antigo em Educação e que agora volta à tona se refere à quantidade ideal de alunos em sala de aula para um eficiente trabalho docente e que possa responder por uma aprendizagem significativa e desafiadora. Tempos atrás, quando era proporcionalmente baixa a quantidade de escolas no país, as migrações rurais aumentavam as populações urbanas e era elevada a taxa de natalidade no país. Reclamava-se que, em classes muito cheias, a aprendizagem era extremamente reduzida e que, portanto, era essencial reduzir a relação professor/alunos. Pensava-se que sim, mas o que fazer? Era melhor uma escola de má qualidade para todos e do que boas escolas para muito poucos. O desenvolvimento econômico do país, a preocupação mundial em se produzir uma educação de qualidade para todos, quedas nas taxas de natalidade e mesmo a menor pressão migrante levaram, em muitas partes do Brasil,ao retorno da discussão sobre a quantidade de alunos em sala de aula como fator de melhor aprendizagem. No mesmo instante em que essa tendência se acentua, apareceram alguns críticos empunhando fortes argumentos que desmentiam a baixa qualidade do ensino como função expressa da quantidade de alunos. Ao se voltar a este tema, pretendem-se observar os dois lados dessa polêmica, externando uma opinião. Em primeiro lugar, afirmar que a simples redução da quantidade de alunos em sala de aula implica imediata elevação da qualidade da aprendizagem é uma tolice. Um professor incompetente não mudará, em momento algum, a qualidade de sua aula com mais ou com menos alunos. O mesmo pode ser dito de outras condições que se refletem em boa aprendizagem: Professores sem quaisquer recursos, em salas sem nenhum conforto encontram dificuldades para um eficiente trabalho, tenha poucos ou muitos alunos em sala. Portanto, que fique bem claro que a eventual redução no número de estudantes em sala é um dos fatores circunscritos à qualidade. Existem outros, entretanto. Ministrar aula expositiva amparadas na verbalização e no discurso exclusivista do mestre ou apresentarem-se projeções de telas supostamente informativas, são atividades para a qual se torna indiferente o número de alunos em sala. Assistir a um grande filme com dois ou três expectadores no cinema não o torna melhor que o assistir com a sala repleta e, portanto, é este outro argumento que se contrapõe a ideia de que a redução de alunos ajuda a aprendizagem. Mas... Existe hoje a unânime certeza de que uma boa aula nada tem de relação com um belo discurso e que, portanto, trabalhar competências e habilidades; desenvolver no aluno noção crítica da aprendizagem; ajudá-lo na transferência de conteúdos para a vivência no entorno e o convívio mundial; centralizar os objetivos da aula na compreensão de caminhos e estratégias para se resolver problemas reais, exige o fim de sua passividade de ouvinte e de espectador e sua transformação em real protagonista. Nesse aspecto, a quantidade de alunos por sala faz a diferença. Pergunte ao técnico de futebol se treinar de vinte e dois a vinte e cinco jogadores produz efeito igual de ter, com igual tempo, que treinar um batalhão inteiro da Infantaria. Na sua resposta, a essência da questão é a importância dessa nova polêmica.
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