Uso do hábitat, atividade e comportamento de Bothriopsis bilineatus e de Bothrops atrox (Serpentes: Viperidae) na floresta do Rio Moa, Acre, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biota Neotropica |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-06032009000300020 |
Resumo: | As serpentes Bothriopsis bilineatus e Bothrops atrox são viperídeos simpátricos na Amazônia, sendo B. atrox comum e B. bilineatus mais rara. Ambas espécies apresentam uma dieta generalista, sendo que B. atrox forrageia principalmente sobre o chão e B. bilineatus é mais arborícola. Aqui, nós descrevemos o uso do habitat e padrão de atividade dessas duas serpentes em uma floresta amazônica no Rio Moa, Cruzeiro do Sul, Acre. Esse estudo foi baseado em observações durante procura visual limitada por tempo e encontros ocasionais de serpentes em uma trilha que é sazonalmente alagada e outra de floresta de terra firme. Durante um total de 360 horas de procura visual limitada por tempo, 11 B. bilineatus e seis B. atrox foram encontradas, enquanto uma B. bilineatus e seis B. atrox foram encontradas durante encontros ocasionais. Todas 12 B. bilineatus foram observadas sobre a vegetação, enquanto somente cinco B. atrox estavam sobre a vegetação (todos juvenis). Durante procura visual limitada por tempo B. bilineatus foi mais comum (0,03 serpentes/hora) do que B. atrox (0,016 serpentes/hora). Essas duas espécies apresentaram diferenças no uso do espaço, sendo que B. bilineatus ocorreu principalmente na área da floresta de terra firme, rica em palmeiras e que não é sazonalmente alagada. Bothrops atrox foi mais abundante na área da floresta próxima aos lagos, que é sazonalmente alagada. Diferenças entre essas duas áreas como a estrutura da vegetação, tipos de ambientes aquáticos, disponibilidade de presas e fatores históricos são possivelmente os fatores responsáveis pela diferença na ocorrência dessas espécies. Estas duas serpentes foram encontradas nos meses mais chuvosos e não foram registradas nos meses mais secos, período em que também existe menor disponibilidade de anuros nesses ambientes. Na maior parte da Amazônia, B. bilineatus parece ser menos frequente que B. atrox, mas na área do presente estudo, a primeira parece ser mais frequente que a última durante procura visual limitada por tempo. |
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Uso do hábitat, atividade e comportamento de Bothriopsis bilineatus e de Bothrops atrox (Serpentes: Viperidae) na floresta do Rio Moa, Acre, BrasilAmazônia ocidentalReptiliajararacasmicrohabitatcomportamento de serpentesAs serpentes Bothriopsis bilineatus e Bothrops atrox são viperídeos simpátricos na Amazônia, sendo B. atrox comum e B. bilineatus mais rara. Ambas espécies apresentam uma dieta generalista, sendo que B. atrox forrageia principalmente sobre o chão e B. bilineatus é mais arborícola. Aqui, nós descrevemos o uso do habitat e padrão de atividade dessas duas serpentes em uma floresta amazônica no Rio Moa, Cruzeiro do Sul, Acre. Esse estudo foi baseado em observações durante procura visual limitada por tempo e encontros ocasionais de serpentes em uma trilha que é sazonalmente alagada e outra de floresta de terra firme. Durante um total de 360 horas de procura visual limitada por tempo, 11 B. bilineatus e seis B. atrox foram encontradas, enquanto uma B. bilineatus e seis B. atrox foram encontradas durante encontros ocasionais. Todas 12 B. bilineatus foram observadas sobre a vegetação, enquanto somente cinco B. atrox estavam sobre a vegetação (todos juvenis). Durante procura visual limitada por tempo B. bilineatus foi mais comum (0,03 serpentes/hora) do que B. atrox (0,016 serpentes/hora). Essas duas espécies apresentaram diferenças no uso do espaço, sendo que B. bilineatus ocorreu principalmente na área da floresta de terra firme, rica em palmeiras e que não é sazonalmente alagada. Bothrops atrox foi mais abundante na área da floresta próxima aos lagos, que é sazonalmente alagada. Diferenças entre essas duas áreas como a estrutura da vegetação, tipos de ambientes aquáticos, disponibilidade de presas e fatores históricos são possivelmente os fatores responsáveis pela diferença na ocorrência dessas espécies. Estas duas serpentes foram encontradas nos meses mais chuvosos e não foram registradas nos meses mais secos, período em que também existe menor disponibilidade de anuros nesses ambientes. Na maior parte da Amazônia, B. bilineatus parece ser menos frequente que B. atrox, mas na área do presente estudo, a primeira parece ser mais frequente que a última durante procura visual limitada por tempo.Instituto Virtual da Biodiversidade | BIOTA - FAPESP2009-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-06032009000300020Biota Neotropica v.9 n.3 2009reponame:Biota Neotropicainstname:Instituto Virtual da Biodiversidade (BIOTA-FAPESP)instacron:BIOTA - FAPESP10.1590/S1676-06032009000300020info:eu-repo/semantics/openAccessTurci,Luiz Carlos BatistaAlbuquerque,Saymon deBernarde,Paulo SérgioMiranda,Daniele Bazzopor2010-01-26T00:00:00Zoai:scielo:S1676-06032009000300020Revistahttps://www.biotaneotropica.org.br/v20n1/pt/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||juliosa@unifap.br1676-06111676-0611opendoar:2010-01-26T00:00Biota Neotropica - Instituto Virtual da Biodiversidade (BIOTA-FAPESP)false |
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