A violência contra a mulher sob o olhar da mediação cultural da informação: análise da exposição "Retratos Relatos"

• Autor(a) principal: Cavalcante, Luciane de Fátima Beckman
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: RBBD. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação (Online)
• Texto Completo: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1806
• topic: Mediação Cultural da Informação; Mediação da informação; Violência contra a mulher; Violência de Gênero; Exposição de Arte

Como ser social, informacional e cultural, o ser humano está circunscrito em processos de mediação, sejam eles abstratos ou não. No que diz respeito à violência contra a mulher, está alicerçada, dentre outras dimensões e fatores, no viés histórico cultural que envolve a construção social das desigualdades de gênero e se materializam nos mais diversos espaços sociais. A vida social se organiza em cenários políticos, econômicos e informacionais expressos pela cultura, e a construção social da realidade se dá a partir do entendimento das conexões estabelecidas entre os sujeitos por meio dos elementos culturais compreendidos em um processos de mediação cultural da informação. Logo, a mediação cultural da informação, como um processo para aproximação e interlocução das diferentes formas culturais de compreensão dos fenômenos informacionais existentes nas sociedades, pode propiciar de compreensão da estruturação da ordem simbólica na construção da violência contra a mulher. Considerando que nossas práticas informacionais são resultantes dos processos históricos e das significações atribuídas socialmente, se propõe refletir sobre a violência contra a mulher sob o arcabouço sociocultural da Ciência da Informação, da mediação cultural da informação e das perspectivas dos estudos feministas marxistas. Portanto o artigo objetiva analisar sob o olhar da mediação cultural da informação e do pensamento feminista marxista os tipos de violência contra a mulher refletidas na exposição “Retratos Relatos”, de Panmela Costa, artista anti-racista e ativista feminista carioca que se dedica ao fim da violência gênero Para tanto, foi realizada uma pesquisa documental, descritiva exploratória, cujo universo de pesquisa foi a referida exposição, tendo o corpo de dados constituído pelos relatos das mulheres expressos na referida exposição. A análise contou com a técnica de Análise Categorial de Laurence Bardin e como categorias de análise foram definidas a priori as cinco formas de violência contra a mulher constantes na Lei Maria da Penha. Como resultado, foi possível apresentar os tipos de violência contra a mulher, expressos na exposição analisada, e delinear teoricamente como a violência contra a mulher está fortemente arraigada em um substrato sociocultural que transcorre em processos variados de mediação cultural da informação no seio da sociedade.