Memoria organizacional e reutilização do conhecimento técnico : estudo de caso em uma indústria multinacional eletroeletrônica no Brasil

• Autor(a) principal: Spiller, Arnaldo Ribeiro
• Data de Publicação: 2005
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do FECAP
• Texto Completo: http://tede.fecap.br:8080/handle/tede/320
• topic: Electronic industries; Knowledge management; Organizational learning; Aprendizagem organizacional; Gestão do conhecimento; Indústria eletrônica - Estudo de casos; ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

As experiências pelas quais passa uma organização são acumuladas, ao longo dos anos, nas suas pessoas, cultura, processos e em seus documentos, e este conjunto de conhecimentos forma a sua memória. Entretanto, a pressão por inovações, ditada pela economia mundial, faz com que o passado seja visto como uma âncora, ao invés de um aprendizado e uma etapa já superada para se alcançar vôos ainda mais altos. A gestão que subjuga a institucionalização de tais experiências está sujeita a re-inventar a roda involuntária e sucessivamente, onde haveria espaço para melhoria contínua. Neste cenário a preservação do conhecimento dá lugar à perda de conhecimento valioso, resultando em descontinuidades e repetição de erros do passado. O objetivo deste trabalho foi investigar, através do método de estudo de caso, a existência de práticas voltadas à formação de uma memória organizacional explícita para a preservação do conhecimento técnico, bem como a existência de práticas de reutilização deste conhecimento na resolução de problemas técnicos em uma empresa multinacional do setor eletroeletrônico, nas suas unidades brasileiras. Para tanto, foram pesquisados os funcionários que compõem o corpo técnico da empresa, tendo sido utilizado um questionário com escala Likert para a análise quantitativa, incluindo também um campo para opiniões livres para a análise qualitativa. Na metodologia adotada se propôs a distinção entre os funcionários que trabalham a maior parte do tempo nas instalações da empresa-caso (denominado grupo interno) e funcionários que trabalham a maior parte do tempo nos clientes da empresa-caso (grupo externo), e a partir daí também se buscou identificar a existência de diferenças entre os dois grupos. Levando-se em conta que os respondentes representaram uma amostra nãoprobabilística, os resultados indicam que, apesar dos funcionários reconhecerem a importância da memória organizacional tecnológica explícita e valorizarem os processos que a compõe, tais processos não ocorrem de forma efetiva na empresa. Embora a empresa apresente algum incentivo a alguns dos processos de memória organizacional, os mesmos não são percebidos claramente por todos os funcionários, e justamente os processos que a empresa mais valoriza são também os processos mais praticados pelos funcionários. Os grupos interno e externo apresentaram posicionamentos similares, sendo que a maior diferença está nos fatores que se justificaram para um grupo e não se justificaram para outro.