Oferta de trabalho e ciclo econômico: os efeitos trabalhador adicional e desalento no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonzaga,Gustavo
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: Reis,Mauricio Cortez
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Economia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71402011000200002
Resumo: O efeito desalento foi introduzido por Long (1953). Segundo esse efeito, em momentos de recessão, quando o salário esperado e a probabilidade de conseguir uma vaga são mais baixos, trabalhadores desempregados optam por deixar de procurar emprego, o que provoca uma queda na taxa de participação na força de trabalho. O efeito trabalhador adicional, por outro lado, atua na direção oposta. A queda na renda real das famílias em períodos de recessão faz com que haja uma entrada de outros membros da família no mercado de trabalho remunerado, com o objetivo de manter o nível de consumo inalterado. O efeito trabalhador adicional tem sido medido pela entrada temporária de mulheres casadas - cujos maridos antes empregados, se tornam desempregados - na força de trabalho. Nesse trabalho, investigamos empiricamente, como os efeitos trabalhador adicional e desalento influenciam a taxa de participação no Brasil, utilizando os dados da PME. A análise empírica consiste em comparar a probabilidade de participação no mercado de trabalho de esposas cujos maridos permaneceram empregados ao longo da amostra com esposas cujos maridos perderam o emprego. O efeito desalento é captado pelo impacto sobre a participação das mudanças nos ciclos econômicos, que estão representados por desvios na média dos rendimentos do trabalho principal em cada período em relação a um determinado valor de referência. Mostramos que ambos os efeitos, apesar de incidirem sobre diferentes grupos de trabalhadores, são importantes determinantes do comportamento da taxa de participação no Brasil.
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