Saneamento e saúde
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10438/22005 |
Resumo: | A falta de Saneamento básico é uma questão que deveria ter sido resolvida no século passado atingindo hoje 47% da população do Brasil e vai afetar o Brasil ainda no próximo século. Ao passo atual a universalização do acesso a esgoto tratado só acontecerá por volta do aniversário de 300 anos da independência do Brasil em 2122. Se projetarmos o que houve nos últimos 14 anos para frente, demorará cerca de 56 anos para o déficit de acesso a esgoto tratado atual chegar à metade. O nível e a velocidade de expansão do saneamento básico tem sido inferior a oferta de outros serviços públicos como rede geral de água, coleta de lixo e eletricidade. Não só a quantidade mas a qualidade do acesso de percebida pela população é inferior a dos demais serviços. As respostas das mães relativas aos seus filhos caçulas indicam que as principais vítimas da falta de esgoto são crianças entre 1 e 6 anos que morrem mais quando não dispõe de esgoto tratado. Os bebês até 1 anos morrm mais devido a doenças do esgoto pois ficam mais em casa protegidos das doenças. Os meninos, talvez pelas mesmas razões, pois brincam mais fora de casa (de bola, pipa etc) perto de valas negras, morrem mais de doenças associadas a falta de saneamento do que as meninas. Outra vítima preferencial da falta de tratamento de esgoto são as grávidas, pois a falta de esgoto tratado aumenta sobremaneira as chances de seus filhos nascidos mortos. Mesmo fora dos casos extremos que resultam na morte das crianças as doenças associadas ao saneamento roubam da sua saúde em épocas cruciais para o desenvolvimento do indivíduo. O fato das principais vítimas do problema serem crianças sem voz ou voto cria formidáveis dificuldades práticas à causa da universalização do esgoto tratado. O movimento Trata Brasil, cujo lema é "saneamento é saúde", tem tudo para prosperar. Em primeiro lugar, há recursos disponibilizados no âmbito do PAC como condição necessária (mas insuficiente) para o tratamento da questão na prática. Em segundo lugar, o fato de estarmos no período prévio as eleições para prefeitos responsáveis últimos pela oferta de saneamento cria sensibilidade ao tema aumentando as possiblidades de adoção de ações locais mais afetivas. Finalmente, 2008 será o ano internacional do saneamento básico da ONU o que propiciará conectar o movimento nacional a uma corrente maior. O desafio é pensar o tema global e nacionalmente mas a derradeira ação se dá em termos locais. A parte empírica da pesquisa consiste no processamento, consolidação, descrição e análise de um conjunto de base de microdados e de informações secundárias que permitem mapear a quantidade e a qualidade do acesso a esgoto tratado e seus impactos na saúde medidos principalmente pela mortalidade pré-natal e na infância. A pesquisa dispõe de sistemas de provisão de informação interativos e amigáveis voltados aos cidadãos comuns, com produtos em linguagem acessível tais como panoramas geradores de tabulações ao gosto do usuário e simuladores de probabilidades desenvolvidos a partir de modelos estatísticos estimados, além de mapas e rankings regionais. O sítio da pesquisa permite aos cidadãos traçar o panorama da extensão, causas e conseqüências da falta de saneamento na sua cidade. Veja a pesquisa em http://cps.fgv.br/pesquisas/saneamento-e-saude |
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Não só a quantidade mas a qualidade do acesso de percebida pela população é inferior a dos demais serviços. As respostas das mães relativas aos seus filhos caçulas indicam que as principais vítimas da falta de esgoto são crianças entre 1 e 6 anos que morrem mais quando não dispõe de esgoto tratado. Os bebês até 1 anos morrm mais devido a doenças do esgoto pois ficam mais em casa protegidos das doenças. Os meninos, talvez pelas mesmas razões, pois brincam mais fora de casa (de bola, pipa etc) perto de valas negras, morrem mais de doenças associadas a falta de saneamento do que as meninas. Outra vítima preferencial da falta de tratamento de esgoto são as grávidas, pois a falta de esgoto tratado aumenta sobremaneira as chances de seus filhos nascidos mortos. Mesmo fora dos casos extremos que resultam na morte das crianças as doenças associadas ao saneamento roubam da sua saúde em épocas cruciais para o desenvolvimento do indivíduo. O fato das principais vítimas do problema serem crianças sem voz ou voto cria formidáveis dificuldades práticas à causa da universalização do esgoto tratado. O movimento Trata Brasil, cujo lema é "saneamento é saúde", tem tudo para prosperar. Em primeiro lugar, há recursos disponibilizados no âmbito do PAC como condição necessária (mas insuficiente) para o tratamento da questão na prática. Em segundo lugar, o fato de estarmos no período prévio as eleições para prefeitos responsáveis últimos pela oferta de saneamento cria sensibilidade ao tema aumentando as possiblidades de adoção de ações locais mais afetivas. Finalmente, 2008 será o ano internacional do saneamento básico da ONU o que propiciará conectar o movimento nacional a uma corrente maior. O desafio é pensar o tema global e nacionalmente mas a derradeira ação se dá em termos locais. A parte empírica da pesquisa consiste no processamento, consolidação, descrição e análise de um conjunto de base de microdados e de informações secundárias que permitem mapear a quantidade e a qualidade do acesso a esgoto tratado e seus impactos na saúde medidos principalmente pela mortalidade pré-natal e na infância. A pesquisa dispõe de sistemas de provisão de informação interativos e amigáveis voltados aos cidadãos comuns, com produtos em linguagem acessível tais como panoramas geradores de tabulações ao gosto do usuário e simuladores de probabilidades desenvolvidos a partir de modelos estatísticos estimados, além de mapas e rankings regionais. O sítio da pesquisa permite aos cidadãos traçar o panorama da extensão, causas e conseqüências da falta de saneamento na sua cidade. 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A falta de Saneamento básico é uma questão que deveria ter sido resolvida no século passado atingindo hoje 47% da população do Brasil e vai afetar o Brasil ainda no próximo século. Ao passo atual a universalização do acesso a esgoto tratado só acontecerá por volta do aniversário de 300 anos da independência do Brasil em 2122. Se projetarmos o que houve nos últimos 14 anos para frente, demorará cerca de 56 anos para o déficit de acesso a esgoto tratado atual chegar à metade. O nível e a velocidade de expansão do saneamento básico tem sido inferior a oferta de outros serviços públicos como rede geral de água, coleta de lixo e eletricidade. Não só a quantidade mas a qualidade do acesso de percebida pela população é inferior a dos demais serviços. As respostas das mães relativas aos seus filhos caçulas indicam que as principais vítimas da falta de esgoto são crianças entre 1 e 6 anos que morrem mais quando não dispõe de esgoto tratado. Os bebês até 1 anos morrm mais devido a doenças do esgoto pois ficam mais em casa protegidos das doenças. Os meninos, talvez pelas mesmas razões, pois brincam mais fora de casa (de bola, pipa etc) perto de valas negras, morrem mais de doenças associadas a falta de saneamento do que as meninas. Outra vítima preferencial da falta de tratamento de esgoto são as grávidas, pois a falta de esgoto tratado aumenta sobremaneira as chances de seus filhos nascidos mortos. Mesmo fora dos casos extremos que resultam na morte das crianças as doenças associadas ao saneamento roubam da sua saúde em épocas cruciais para o desenvolvimento do indivíduo. O fato das principais vítimas do problema serem crianças sem voz ou voto cria formidáveis dificuldades práticas à causa da universalização do esgoto tratado. O movimento Trata Brasil, cujo lema é "saneamento é saúde", tem tudo para prosperar. Em primeiro lugar, há recursos disponibilizados no âmbito do PAC como condição necessária (mas insuficiente) para o tratamento da questão na prática. Em segundo lugar, o fato de estarmos no período prévio as eleições para prefeitos responsáveis últimos pela oferta de saneamento cria sensibilidade ao tema aumentando as possiblidades de adoção de ações locais mais afetivas. Finalmente, 2008 será o ano internacional do saneamento básico da ONU o que propiciará conectar o movimento nacional a uma corrente maior. O desafio é pensar o tema global e nacionalmente mas a derradeira ação se dá em termos locais. A parte empírica da pesquisa consiste no processamento, consolidação, descrição e análise de um conjunto de base de microdados e de informações secundárias que permitem mapear a quantidade e a qualidade do acesso a esgoto tratado e seus impactos na saúde medidos principalmente pela mortalidade pré-natal e na infância. A pesquisa dispõe de sistemas de provisão de informação interativos e amigáveis voltados aos cidadãos comuns, com produtos em linguagem acessível tais como panoramas geradores de tabulações ao gosto do usuário e simuladores de probabilidades desenvolvidos a partir de modelos estatísticos estimados, além de mapas e rankings regionais. O sítio da pesquisa permite aos cidadãos traçar o panorama da extensão, causas e conseqüências da falta de saneamento na sua cidade. Veja a pesquisa em http://cps.fgv.br/pesquisas/saneamento-e-saude |
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2007 |
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