Percepções da crise

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neri, Marcelo Côrtes
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Relatório
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10438/27349
Resumo: Se o mundo de hoje está complexo, o Brasil está ainda mais complexo. Dados subjetivos em escala global trazem luzes sobre valores e particularidades da situação brasileira em curso. Esta pesquisa compara a evolução da percepção dos brasileiros com a de 124 países em alguns dos temas mais sensíveis do contexto atual: medo da violência, descrença no sistema político e falta de confiança estatal. Estes dados colocam o Brasil como o penúltimo pior em cada um desses quesitos entre todos os países pesquisados em 2017 que é o pior ano da série brasileira. Senão vejamos: 68% se sentem inseguros em andar à noite na área de moradia; só 14% acreditam na honestidade das eleições e 82% não confiam no Governo Federal. A renovação dos quadros políticos tradicionais manifestada no primeiro turno da eleição de 2018 pode ser compreendida a partir da taxa de desaprovação da liderança política brasileira de 86%. Esta não foi só a maior desaprovação do planeta no último ano, como é a mais baixa da série histórica analisada com mais de 733 casos (leia-se número de países vezes anos pesquisados). Ou seja, um recorde nas séries mundiais no curso da presente década. Os extremos assumidos pelas percepções dos brasileiros captadas numa extensa lista de países, incluindo os mais violentos, os mais pobres e etc, sugere situação psicossocial crítica. Por seu vez, a trajetória das séries subjetivas da presente década nos leva a estudar as causas objetivas e subjetivas das manifestações de 2013, um dos principais marcos da sociedade brasileira nas últimas décadas. Afim de entender as percepções e as manifestações de rua e a natureza dos desafios à frente, é preciso ter uma visão de prazo mais longo sobre os principais avanços e percalços sociais e econômicos brasileiros. Tomando como pano de fundo indicadores objetivos em escala mundial empreendemos análise da trajetória social brasileira dos últimos 30 anos que corresponde ao período depois da Constituição de 1988. Evidenciamos avanços relativos não só na distribuição de renda, como na educação e na expectativa de vida brasileiras. Simultaneamente, não fomos capazes de superar limitadores de performance econômica como a produtividade do trabalho e o equilíbrio fiscal. Tudo se passa como se neste período o social tenha avançado sem fundamentação econômica plena. Este descompasso seria indicativo da necessidade de reformas estruturais que alinhem os dois lados da equação socioeconômica, e permitam atender as aspirações brasileiras. Veja a pesquisa em <https://cps.fgv.br/percepcoes>
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