Sensemaking em alianças estratégicas: busca, interpretação e ação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10438/2289 |
Resumo: | A opção pelas alianças estratégicas como forma de sobrevivência empresarial tem se tornado cada vez mais comum, principalmente a partir da década de 1980. Dentre as alianças que vêm sendo formadas, um modelo chama a atenção por suas características peculiares: as alianças estratégicas entre empresas concorrentes. Essas alianças, também conhecidas como Alianças Horizontais, trazem em si um elemento de cooperação e competição simultâneos, criando um aparente paradoxo. Compreender como os gestores lidam com essa dualidade é uma tarefa interessante que nos leva a trafegar em um espectro de posições estratégicas que vão desde a competição extrema até a irrestrita cooperação, passando por uma visão co-opetitiva, onde as relações de mercado podem ser, ao mesmo tempo, de competição e cooperação, em um complexo jogo de percepções e impressões onde a fronteira da concorrência torna-se cada vez mais nebulosa. Esta pesquisa buscou compreender como se dá a criação de sentido (sensemaking) nos processos de formação e gestão de alianças estratégicas entre empresas concorrentes através das etapas de busca, percepção e interpretação propostas por Daft e Weick (1984). Para tal, foi necessário compreender os conceitos de Alianças Estratégicas e de criação de sentido (sensemaking), bem como entender o processo de criação de sentido acerca dessas oportunidades de alianças. Foi também importante investigar se essas alianças são formadas com intuitos instrumentais e imediatos ou se são vistas como estratégicas para a organização e de longo prazo. Utilizou-se neste trabalho uma estratégia de pesquisa com base em Estudo de Casos Múltiplos, valendo-se para tal de Análises de Antenarrativas e utilizou-se o Método do Incidente Crítico para orientar a análise. Análises de Antenarrativas buscam construir a narrativa dos casos através de fragmentos de falas e notícias. Por se tratar de uma construção focada na cognição dos gestores e reconhecendo a dificuldade de se captar essas questões, as antenarrativas forneceram um arcabouço material valioso para a construção dos casos. Foram estudadas as alianças entre TAM e Varig, quando realizaram operações de code-share durante cerca de 2,5 anos no início da década, e a Credicard, joint venture formada na década de 70 por Itaú, Unibanco e Citibank, para a expansão do mercado de cartões de crédito no país. Os casos utilizados foram escolhidos por duas razões principais: fornecem um ciclo completo de duas alianças diferentes, em setores diferentes, porém realizadas entre concorrentes; são casos emblemáticos na economia brasileira, com desfecho recente. Foi possível verificar que, para os casos citados, o sentido da aliança se altera ao longo do tempo, alterando também as ações tomadas por cada um dos parceiros em função da percepção que eles têm do ambiente e dos próprios parceiros. Enquanto muda a percepção, muda o próprio jogo da aliança. Dessa forma, é possível supor que o significado das alianças que vai mudando ao longo do tempo pode ser, em dado momento, instrumental e, em outro, estratégico. |
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Seloti Junior, Sergio LuisEscolas::EAESPBrito, Luiz Artur LedurKato, Heitor TakashiAlves, Mário Aquino2010-04-20T20:51:18Z2010-04-20T20:51:18Z2008-07-01SELOTI JUNIOR, Sergio Luis. Sensemaking em alianças estratégicas: busca, interpretação e ação. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas) - FGV - Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2008.http://hdl.handle.net/10438/2289A opção pelas alianças estratégicas como forma de sobrevivência empresarial tem se tornado cada vez mais comum, principalmente a partir da década de 1980. Dentre as alianças que vêm sendo formadas, um modelo chama a atenção por suas características peculiares: as alianças estratégicas entre empresas concorrentes. Essas alianças, também conhecidas como Alianças Horizontais, trazem em si um elemento de cooperação e competição simultâneos, criando um aparente paradoxo. Compreender como os gestores lidam com essa dualidade é uma tarefa interessante que nos leva a trafegar em um espectro de posições estratégicas que vão desde a competição extrema até a irrestrita cooperação, passando por uma visão co-opetitiva, onde as relações de mercado podem ser, ao mesmo tempo, de competição e cooperação, em um complexo jogo de percepções e impressões onde a fronteira da concorrência torna-se cada vez mais nebulosa. Esta pesquisa buscou compreender como se dá a criação de sentido (sensemaking) nos processos de formação e gestão de alianças estratégicas entre empresas concorrentes através das etapas de busca, percepção e interpretação propostas por Daft e Weick (1984). Para tal, foi necessário compreender os conceitos de Alianças Estratégicas e de criação de sentido (sensemaking), bem como entender o processo de criação de sentido acerca dessas oportunidades de alianças. Foi também importante investigar se essas alianças são formadas com intuitos instrumentais e imediatos ou se são vistas como estratégicas para a organização e de longo prazo. Utilizou-se neste trabalho uma estratégia de pesquisa com base em Estudo de Casos Múltiplos, valendo-se para tal de Análises de Antenarrativas e utilizou-se o Método do Incidente Crítico para orientar a análise. Análises de Antenarrativas buscam construir a narrativa dos casos através de fragmentos de falas e notícias. Por se tratar de uma construção focada na cognição dos gestores e reconhecendo a dificuldade de se captar essas questões, as antenarrativas forneceram um arcabouço material valioso para a construção dos casos. Foram estudadas as alianças entre TAM e Varig, quando realizaram operações de code-share durante cerca de 2,5 anos no início da década, e a Credicard, joint venture formada na década de 70 por Itaú, Unibanco e Citibank, para a expansão do mercado de cartões de crédito no país. Os casos utilizados foram escolhidos por duas razões principais: fornecem um ciclo completo de duas alianças diferentes, em setores diferentes, porém realizadas entre concorrentes; são casos emblemáticos na economia brasileira, com desfecho recente. Foi possível verificar que, para os casos citados, o sentido da aliança se altera ao longo do tempo, alterando também as ações tomadas por cada um dos parceiros em função da percepção que eles têm do ambiente e dos próprios parceiros. Enquanto muda a percepção, muda o próprio jogo da aliança. Dessa forma, é possível supor que o significado das alianças que vai mudando ao longo do tempo pode ser, em dado momento, instrumental e, em outro, estratégico.The choice of strategic alliances as a way to survive in the market is more common each day, more often since the 80's. Among all these alliances, one special type calls up our attention: the strategic alliances among competitors. Inside these alliances, also known as Horizontal Alliances, there is an element of simultaneous cooperation and competition, creating an apparent paradox. An interesting issue is to know how managers deals with this duality, carrying us to travel throughout an specter of different strategic relationships going from extreme competition till the open cooperation, passing through a co-opetitive vision, where market’s relationships may be, at same time, competitive and cooperative, composing a complex game of perceptions and impressions where the boundaries of competition become more and more unclear. This research tried to understand the sensemaking process in creating and managing strategic alliances between competitors through the phases purposed by Daft and Weick (1984): scanning, interpretation and learning. For this purpose, this thesis investigates the concepts of Strategic Alliance and Sensemaking, as well the way which this meaning is created about alliances opportunities. Also was investigated if these alliances are instrumentals and short term, or strategic and long term. The research strategy used in this thesis is based on multiple case studies, using ante narrative analysis and critical incident method as tools to construct the cases. Ante narrative analysis try to construct a narrative story through fragments of speeches and news. These analyses provided a valuable source of information used to construct the cases because they are focused in manager’s cognition issues and it is too difficult to capture this directly. The alliances studied in this research are the code-share operation between Varig and TAM, during approximately 2.5 years; and Credicard, a Brazilian credit card joint venture created by Itaú, Unibanco and Citibank in the early 70’s. Two major reasons justifies the choice of these alliances: both cases provide complete cycles of alliances life, but in different industries; and also both cases are well known Brazilian cases occurred recently. These cases show that the alliance’s meaning changes along the time, also changing the actions taken by the partners in response of the change of perceptions about the environment and the partners itself. While the perception and interpretation changes, the alliance’s game change too. So, it’s possible suppose while the meaning of alliances changes, also changes the goals and perception of the alliance, going from instrumentals to strategic, and vice-versa during the life time of an alliance.porSensemakingStrategic alliancesCooperative strategyCo-opetitionAlianças estratégicasEstratégias cooperativasCompetiçãoAdministração de empresasAlianças estratégicas (Negócios)Sensemaking em alianças estratégicas: busca, interpretação e açãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)instname:Fundação Getulio Vargas (FGV)instacron:FGVinfo:eu-repo/semantics/openAccessTHUMBNAIL61060100569.pdf.jpg61060100569.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2511https://repositorio.fgv.br/bitstreams/45ee9468-4727-4e42-97fa-9a1bd517622d/download986581cfad9b5a709a4574cc0189572aMD58ORIGINAL61060100569.pdfPDFapplication/pdf945451https://repositorio.fgv.br/bitstreams/05314e25-3bed-4d99-b628-cb461d9381b7/downloadbf42d9d92ec8d894f559f7b80215246dMD52TEXT61060100569.pdf.txt61060100569.pdf.txtExtracted texttext/plain103535https://repositorio.fgv.br/bitstreams/4df862d2-cbd1-43f1-a8be-dcd19e2b054f/download56c73d428df7c69c0484846408fc5e19MD5710438/22892023-11-07 12:41:21.986open.accessoai:repositorio.fgv.br:10438/2289https://repositorio.fgv.brRepositório InstitucionalPRIhttp://bibliotecadigital.fgv.br/dspace-oai/requestopendoar:39742023-11-07T12:41:21Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) - Fundação Getulio Vargas (FGV)false |
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